A greve dos roteiristas, que já perdura por mais de três meses, está causando impactos significativos na indústria do entretenimento, e a Warner Bros. Television tomou uma medida drástica em resposta à situação.

A empresa anunciou a suspensão dos acordos de criadores de conteúdo, afetando nomes de peso como Greg Berlanti, Bill Lawrence, J.J. Abrams e Mindy Kaling, conforme relatado pelo Deadline.

Essa decisão foi tomada exatamente três meses após a WBTV e outros estúdios começarem a enviar notificações a roteiristas-produtores que possuíam acordos globais e de primeira opção, mas que não tinham projetos em produção ou pós-produção, informando sobre a suspensão de seus contratos.

Na época, o estúdio havia optado por não suspender alguns de seus principais talentos, especialmente aqueles que estavam envolvidos em projetos em andamento. No entanto, essa situação mudou agora.

Para a maioria dos principais showrunners, tanto da WBTV quanto de outros estúdios e serviços de streaming, essas suspensões provavelmente incluirão uma extensão do prazo de seus contratos para compensar o período de paralisação. No entanto, a preocupação recai sobre os acordos de nível intermediário e inferior, que podem expirar até o final da greve.

Diferentemente da greve da WGA (Sindicato dos Roteiristas) ocorrida em 2007, até o momento não houve rescisões de acordos globais devido a “força maior”, com os estúdios optando por suspender os contratos, evitando assim o pagamento durante a greve. Parte disso se deve ao fato de que muitos estúdios já haviam reduzido suas equipes nos últimos anos.

A greve dos roteiristas começou oficialmente em 2 de maio, com a categoria reivindicando remuneração justa no contexto do streaming, regulamentação de inteligências artificiais e outras demandas relacionadas ao setor.

A paralisação do sindicato dos atores (SAG) também começou em 14 de julho, com atores buscando condições de trabalho mais dignas.

Vale lembrar que ainda não há previsão de um acordo entre os sindicatos de atores e roteiristas e a Alliance of Motion Picture and Television Producers, que representa os estúdios.

Em 63 anos, é a primeira vez que ambas as categorias se juntam em uma paralisação.

Os roteiristas se queixam dos vencimentos corroídos pela inflação e também pedem proteção contra a concorrência crescente da inteligência artificial.

Os atores também reivindicam a regulamentação da IA e pedem um aumento nos chamados ganhos residuais, decorrentes de suas participações em filmes antigos e séries disponíveis nas plataformas digitais.