O ator e cineasta Marco Calvani, conhecido por sua atuação na série da Netflix ‘As Quatro Estações do Ano‘, prepara seu segundo longa-metragem como diretor: ‘Capitana‘, uma produção internacional baseada na história real da bióloga e ativista Pia Klemp.
O filme será coescrito por Calvani e a dramaturga V (anteriormente conhecida como Eve Ensler), autora do aclamado Os Monólogos da Vagina.
A obra tem como base as memórias de Klemp, que ganhou notoriedade ao sair do trabalho em conservação marinha com a organização Sea Shepherd para liderar missões de resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo. Klemp foi acusada em 2017 de facilitar imigração ilegal e enfrentou uma possível pena de até 20 anos de prisão. As acusações foram retiradas após sete anos.
As filmagens de ‘Capitana‘ estão previstas para o final do inverno ou início da primavera de 2026. Isso dependerá da agenda de Calvani, que estará envolvido com as gravações da segunda temporada de ‘As Quatro Estações’ entre setembro e dezembro deste ano. A produção deve contar com um elenco internacional e terá locações em diversos países, incluindo Malta, Itália, Sérvia e Alemanha.
Calvani, que esteve em Cannes na última semana, fez sua estreia como diretor com ‘High Tide’, lançado em 2024 no festival SXSW e distribuído pela Strand Releasing. Ao falar sobre ‘Capitana‘, o cineasta destacou seu interesse por narrativas centradas em figuras marginalizadas.
“Sou geralmente atraído por histórias que colocam pessoas à margem no centro”, disse Calvani exclusivamente ao Deadline. “Como dramaturgo, e agora cineasta, sempre tento usar minha voz por aqueles que não têm voz no mundo atual. Talvez por ser imigrante, sempre fui atraído por histórias de pessoas deslocadas, que tentam pertencer a algum lugar, a algo, a alguém, a uma comunidade. Essas histórias são extremamente oportunas”.
Calvani descreveu Pia Klemp como uma “heroína moderna” e ressaltou a relevância do tema dos refugiados nos dias atuais.
“Não importa onde você esteja: se você não é refugiado, seus ancestrais foram. E muito provavelmente seremos refugiados novamente. Diante da forma como o mundo está mudando, do sofrimento do planeta e do crescimento populacional… neste momento específico da história, com a ascensão de regimes fascistas e autocráticos ao redor do mundo, acho que essa história não poderia ser mais importante — e inspiradora também”, concluiu.
Capitana promete ser uma obra com forte apelo social, político e humanitário, refletindo as questões urgentes de deslocamento e pertencimento em tempos de crise global.