domingo , 22 dezembro , 2024

Capitão América 80 anos | O legado de Steve Rogers

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O dia 4 de julho marca um dos feriados mais importantes dos Estados Unidos: o dia da independência. Além disso, esta data é aniversário de um dos maiores – senão o maior – ícones americanos de todos os tempos: Steve Rogers, também conhecido como Capitão América. Dependendo da mídia que esteja sendo consumida, seu ano de nascimento muda. Nos quadrinhos, por exemplo, já foi em 1917, 1920 e 1922. Nos cinemas, porém, como pode ser visto nos documentos de alistamento de Steve (Chris Evans), ele nasceu em 4 de julho de 1918, fazendo com que ele comemore hoje 103 anos.

Filho dos imigrantes irlandeses, Joseph e Sarah Rogers, Steve cresceu no Brooklyn durante a Grande Depressão. Seu pai faleceu quando ele ainda era uma criança e sua mãe, Sarah, faleceu durante a adolescência de Steve, vítima de uma pneumonia. Com a vida financeira apertada, o jovem de saúde frágil cresceu e frequentou a faculdade de Belas Artes, onde se especializou no desenho de quadrinhos e tiras de jornais. Porém, quando os EUA enfim entraram na Segunda Guerra Mundial, o rapaz fez de tudo para se alistar. Suas crenças e ideais não suportariam que ele não tivesse a chance de defender seu povo contra o Eixo. Após ser rejeitado por conta de suas saúde fragilizada e físico comprometido, ele acaba sendo observado e escolhido pelo general Chester Phillips para integrar um projeto secreto do governo americano chefiado pelo Dr. Josef Reinstein, que posteriormente seria revelado como um pseudônimo do Dr. Abraham Erskine. Concordando com os termos, Steve participa do Projeto Renascimento e se torna o primeiro Supersoldado do mundo. Porém, um espião nazista assassina Erskine e a fórmula do Soro do Supersoldado se perde. Com isso, Steve Rogers se torna o primeiro soldado perfeito e começa a combater as Forças do Eixo. Inicialmente, ele usava um capacete com máscara é um escudo triangular. Só que ele quase acabou revelando sua identidade sem querer. Por isso, ele ganhou uma máscara e, como presente do presidente Franklin Roosevelt, um escudo de Vibranium e Adamantium em formato de disco que poderia ser arremessado. Durante suas missões contra os Nazistas, o Capitão atuou com James Buchanan Barnes, o Bucky, e diversos outros heróis, como Dum Dum Dugan, o Tocha Humana original e Namor, o Príncipe Submarino. Suas missões foram bem sucedidas até que, em abril de 1945, ele cai de um míssil no Canal da Mancha e acaba ficando congelado nas águas árticas, onde permanece em animação suspensa até os anos 1960, quando é encontrado pelo submarino dos Vingadores. Reanimado e vivo por conta do soro, Steve se transforma em um homem fora de seu tempo e, por conta do respeito que os outros heróis têm por ele, é elevado ao posto de líder dos Vingadores, com quem vive as maiores aventuras de sua vida.



Lançado em dezembro de 1940, apesar da capa de sua primeira edição constar a data de Março de 1941, Steve Rogers e o Capitão América foram criados por Joe Simon e Jack Kirby. Diferentemente dos outros heróis que estavam sendo recrutados para combater nazistas, o Capitão já nasceu destinado a enfrentar as forças do Eixo. Curiosamente, o herói nasceu praticamente um ano antes da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial (dezembro de 1941). Sua motivação inicial era a propaganda, de mostrar e enaltecer os valores americanos naqueles tempos difíceis. E deu certo. Com mais de 1 milhão de cópias vendidas, a primeira edição do Capitão América, que aparecia na capa socando Adolf Hitler, se tornou um fenômeno, fazendo de Steve um dos personagens mais populares dos anos 1940. No entanto, quando a guerra acabou, o herói perdeu a popularidade. Eles até tentaram trazê-lo de volta nos anos 1950, quando ele enfrentava os comunistas, mas o material era tão ruim que a Marvel explicou posteriormente que aquele era um outro homem que descobriu a fórmula do Supersoldado e passou a agir como Capitão América por conta própria. Eventualmente, essa fórmula própria causaria danos colaterais terríveis para ele.

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Reanimado nos anos 1960, quando a Marvel se tornou um fenômeno mundial, Steve Rogers e seu Capitão América ganharam status de Lenda Viva e se firmaram de vez como ícones da Cultura Pop. Essa reinvenção do personagem pela dupla Stan Lee e Jack Kirby deu uma abordagem menos agressiva e mais imponente ao herói, que impunha respeito apenas com sua presença. Com o passar dos anos, aquele ideal do que deveria ser o American Dream transformou Steve em um idealista que jamais se curvou a ideia de ser uma marionete do governo, apesar de muitos não leitores de quadrinhos o enxergarem assim até hoje.

Por diversas vezes, Steve abriu mão de amizades, vertentes políticas e de seu próprio papel de Capitão América ao ver adversários ou o próprio governo tomando decisões que amaçassem as liberdades individuais do povo. O exemplo mais famoso disso é o arco da Guerra Civil, em que ele se rebela contra todas as autoridades ao saber que elas planejam tratar heróis não registrados como criminosos, colocando o herói em rota de choque contra outros grandes super-heróis. Ainda nesta saga, ao ver que o povo estava sofrendo com suas ações, ele se entrega e acaba sendo “morto” nas escadarias do tribunal onde seria julgado.

Ao longo desses anos, Steve deixou um legado de respeito, igualdade, liberdade e crença em seus ideais. É um personagem que luta pelo que acredita ser o correto desde o seu nascimento e foi forjado por ironias que mais parecem paródias do contexto em que ele se encontra. Desenhado por um judeu (Kirby), Steve – diferentemente de outros heróis dos anos 1940, cujas aparências eram baseadas em americanos médios – é praticamente um ariano sendo enviado para combater o maior defensor da eugenia que o mundo. Nos anos 1960, enquanto os heróis com super-habilidades dominavam os quadrinhos, Steve retorna e passa a ser definido como o maior atleta do mundo. Ainda nessa época, com a questão racial inflamada nos EUA, é nos quadrinhos do Capitão que surge Sam Wilson, o Falcão, um dos melhores amigos de Steve. Nos anos 1970, quando a suposta ameaça comunista tomava os EUA, Steve se rebela contra o governo americano e abandona o traje do Capitão América… E por aí vai. Sua carreira nos quadrinhos é marcada por pequenas revoluções muito significativas e corajosas para a época.

No Universo Cinematográfico Marvel – sim, vamos ignorar as representações anteriores dele no cinema -, Steve Rogers foi interpretado por Chris Evans. Inicialmente, ele foi tratado assim como a versão dos quadrinhos dos anos 1960, como um superatleta. Conforme o universo foi sendo expandido, Steve ganhou habilidades sobre-humanas, mas ficou marcado mesmo pela sua persistência e bondade inerente. Como Erskine diz para ele no primeiro filme, Steve foi escolhido por ser um homem de bom coração. Seus ideais falam muito mais alto do que os desejos de seu governo e ele se mostra capaz de enfrentar o mundo por quem ele se importa. É um legado de amizade, amor, honra, esperança e perseverança que foi lindamente concluído em Vingadores: Ultimato (2019).

Assim como nos quadrinhos de 2014, em que o Falcão assume o manto do herói, o Sam Wilson (Anthony Mackie) do MCU também pôde sentir na pele o peso e o significado desse legado de Steve Rogers, ainda mais sendo um homem negro nos EUA. Sabendo desse peso, dessa relevância, a série Falcão e o Soldado Invernal abordou com maestria a revolução inerente ao personagem ao mostrar o herói, agora Sam Wilson, enfrentando lideranças do mundo para propagar seus ideais de igualdade e união em prol de uma sociedade melhor. Além disso, mostrou o lado sombrio do governo ao abordar o esquecimento de Isaiah Bradley (Carl Lumbly) por conta de sua cor e do racismo enraizado americano.

Nesses 80 anos de Capitão América e 103 de Steve Rogers, o “rapaz do Brooklyn” deixa um legado de esperança e força de vontade para defender seus ideais, nem que isso signifique se colocar contra aquilo que todos dizem ser o certo. Seu apreço pela liberdade e pela igualdade, sem perder o respeito e seu jeito de ser, inspiraram milhões de fãs em diferentes épocas, que buscam suas melhores versões para serem como Steve Rogers, e o eternizaram no panteão dos maiores heróis de todos os tempos.

Os filmes do Capitão América estão disponíveis no Disney+

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Filho dos imigrantes irlandeses, Joseph e Sarah Rogers, Steve cresceu no Brooklyn durante a Grande Depressão. Seu pai faleceu quando ele ainda era uma criança e sua mãe, Sarah, faleceu durante a adolescência de Steve, vítima de uma pneumonia. Com a vida financeira apertada, o jovem de saúde frágil cresceu e frequentou a faculdade de Belas Artes, onde se especializou no desenho de quadrinhos e tiras de jornais. Porém, quando os EUA enfim entraram na Segunda Guerra Mundial, o rapaz fez de tudo para se alistar. Suas crenças e ideais não suportariam que ele não tivesse a chance de defender seu povo contra o Eixo. Após ser rejeitado por conta de suas saúde fragilizada e físico comprometido, ele acaba sendo observado e escolhido pelo general Chester Phillips para integrar um projeto secreto do governo americano chefiado pelo Dr. Josef Reinstein, que posteriormente seria revelado como um pseudônimo do Dr. Abraham Erskine. Concordando com os termos, Steve participa do Projeto Renascimento e se torna o primeiro Supersoldado do mundo. Porém, um espião nazista assassina Erskine e a fórmula do Soro do Supersoldado se perde. Com isso, Steve Rogers se torna o primeiro soldado perfeito e começa a combater as Forças do Eixo. Inicialmente, ele usava um capacete com máscara é um escudo triangular. Só que ele quase acabou revelando sua identidade sem querer. Por isso, ele ganhou uma máscara e, como presente do presidente Franklin Roosevelt, um escudo de Vibranium e Adamantium em formato de disco que poderia ser arremessado. Durante suas missões contra os Nazistas, o Capitão atuou com James Buchanan Barnes, o Bucky, e diversos outros heróis, como Dum Dum Dugan, o Tocha Humana original e Namor, o Príncipe Submarino. Suas missões foram bem sucedidas até que, em abril de 1945, ele cai de um míssil no Canal da Mancha e acaba ficando congelado nas águas árticas, onde permanece em animação suspensa até os anos 1960, quando é encontrado pelo submarino dos Vingadores. Reanimado e vivo por conta do soro, Steve se transforma em um homem fora de seu tempo e, por conta do respeito que os outros heróis têm por ele, é elevado ao posto de líder dos Vingadores, com quem vive as maiores aventuras de sua vida.

Lançado em dezembro de 1940, apesar da capa de sua primeira edição constar a data de Março de 1941, Steve Rogers e o Capitão América foram criados por Joe Simon e Jack Kirby. Diferentemente dos outros heróis que estavam sendo recrutados para combater nazistas, o Capitão já nasceu destinado a enfrentar as forças do Eixo. Curiosamente, o herói nasceu praticamente um ano antes da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial (dezembro de 1941). Sua motivação inicial era a propaganda, de mostrar e enaltecer os valores americanos naqueles tempos difíceis. E deu certo. Com mais de 1 milhão de cópias vendidas, a primeira edição do Capitão América, que aparecia na capa socando Adolf Hitler, se tornou um fenômeno, fazendo de Steve um dos personagens mais populares dos anos 1940. No entanto, quando a guerra acabou, o herói perdeu a popularidade. Eles até tentaram trazê-lo de volta nos anos 1950, quando ele enfrentava os comunistas, mas o material era tão ruim que a Marvel explicou posteriormente que aquele era um outro homem que descobriu a fórmula do Supersoldado e passou a agir como Capitão América por conta própria. Eventualmente, essa fórmula própria causaria danos colaterais terríveis para ele.

Reanimado nos anos 1960, quando a Marvel se tornou um fenômeno mundial, Steve Rogers e seu Capitão América ganharam status de Lenda Viva e se firmaram de vez como ícones da Cultura Pop. Essa reinvenção do personagem pela dupla Stan Lee e Jack Kirby deu uma abordagem menos agressiva e mais imponente ao herói, que impunha respeito apenas com sua presença. Com o passar dos anos, aquele ideal do que deveria ser o American Dream transformou Steve em um idealista que jamais se curvou a ideia de ser uma marionete do governo, apesar de muitos não leitores de quadrinhos o enxergarem assim até hoje.

Por diversas vezes, Steve abriu mão de amizades, vertentes políticas e de seu próprio papel de Capitão América ao ver adversários ou o próprio governo tomando decisões que amaçassem as liberdades individuais do povo. O exemplo mais famoso disso é o arco da Guerra Civil, em que ele se rebela contra todas as autoridades ao saber que elas planejam tratar heróis não registrados como criminosos, colocando o herói em rota de choque contra outros grandes super-heróis. Ainda nesta saga, ao ver que o povo estava sofrendo com suas ações, ele se entrega e acaba sendo “morto” nas escadarias do tribunal onde seria julgado.

Ao longo desses anos, Steve deixou um legado de respeito, igualdade, liberdade e crença em seus ideais. É um personagem que luta pelo que acredita ser o correto desde o seu nascimento e foi forjado por ironias que mais parecem paródias do contexto em que ele se encontra. Desenhado por um judeu (Kirby), Steve – diferentemente de outros heróis dos anos 1940, cujas aparências eram baseadas em americanos médios – é praticamente um ariano sendo enviado para combater o maior defensor da eugenia que o mundo. Nos anos 1960, enquanto os heróis com super-habilidades dominavam os quadrinhos, Steve retorna e passa a ser definido como o maior atleta do mundo. Ainda nessa época, com a questão racial inflamada nos EUA, é nos quadrinhos do Capitão que surge Sam Wilson, o Falcão, um dos melhores amigos de Steve. Nos anos 1970, quando a suposta ameaça comunista tomava os EUA, Steve se rebela contra o governo americano e abandona o traje do Capitão América… E por aí vai. Sua carreira nos quadrinhos é marcada por pequenas revoluções muito significativas e corajosas para a época.

No Universo Cinematográfico Marvel – sim, vamos ignorar as representações anteriores dele no cinema -, Steve Rogers foi interpretado por Chris Evans. Inicialmente, ele foi tratado assim como a versão dos quadrinhos dos anos 1960, como um superatleta. Conforme o universo foi sendo expandido, Steve ganhou habilidades sobre-humanas, mas ficou marcado mesmo pela sua persistência e bondade inerente. Como Erskine diz para ele no primeiro filme, Steve foi escolhido por ser um homem de bom coração. Seus ideais falam muito mais alto do que os desejos de seu governo e ele se mostra capaz de enfrentar o mundo por quem ele se importa. É um legado de amizade, amor, honra, esperança e perseverança que foi lindamente concluído em Vingadores: Ultimato (2019).

Assim como nos quadrinhos de 2014, em que o Falcão assume o manto do herói, o Sam Wilson (Anthony Mackie) do MCU também pôde sentir na pele o peso e o significado desse legado de Steve Rogers, ainda mais sendo um homem negro nos EUA. Sabendo desse peso, dessa relevância, a série Falcão e o Soldado Invernal abordou com maestria a revolução inerente ao personagem ao mostrar o herói, agora Sam Wilson, enfrentando lideranças do mundo para propagar seus ideais de igualdade e união em prol de uma sociedade melhor. Além disso, mostrou o lado sombrio do governo ao abordar o esquecimento de Isaiah Bradley (Carl Lumbly) por conta de sua cor e do racismo enraizado americano.

Nesses 80 anos de Capitão América e 103 de Steve Rogers, o “rapaz do Brooklyn” deixa um legado de esperança e força de vontade para defender seus ideais, nem que isso signifique se colocar contra aquilo que todos dizem ser o certo. Seu apreço pela liberdade e pela igualdade, sem perder o respeito e seu jeito de ser, inspiraram milhões de fãs em diferentes épocas, que buscam suas melhores versões para serem como Steve Rogers, e o eternizaram no panteão dos maiores heróis de todos os tempos.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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