sábado , 21 dezembro , 2024

‘Cavaleiro da Lua’ | Conheça a origem do personagem nos quadrinhos

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Cotada para ser o novo sucesso do Marvel Studios, a série do Cavaleiro da Lua estreia no dia 30 de março e trará episódios semanais no Disney+ para explorar esse anti-herói complicado que, tal qual a própria lua, passou por fases e bastante inconstância nos quadrinhos, mas mesmo assim conseguiu fidelizar fãs de diferentes gerações.



Protagonizada por Oscar Isaac e também contando com Ethan Hawke no elenco, a produção deve expandir o universo místico do MCU, que até então foi pouquíssimo explorado, mostrando deuses e magias com uma perspectiva mais científica do que mágica/ religiosa. Mas agora, com sua origem ligada diretamente ao Egito, o Cavaleiro da Lua parece chegar para mudar de vez essa pegada meio ficção científica e assumir de vez a magia desse universo, podendo até mesmo a alavancar um novo núcleo que siga mais por esse caminho.

Criado em 1975 por Doug Moench e Don Perlin, o Cavaleiro da Lua é um daqueles casos clássicos da Cultura Pop em que o personagem surge como um vilão despretensioso, mas acaba caindo no gosto dos fãs e consegue conquistar seu espaço próprio. Sua primeira aparição aconteceu em Agosto de 1975, na revista número 32 de Werewolf by Night. Nessa história, Jack Russell, o Lobisomem está interferindo nos planos do Comitê, uma organização de ricaços e pessoas influentes, que decide contratar os serviços do mercenário conhecido como Cavaleiro da Lua para dar um fim na amaldiçoada criatura.

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Eles se encontram e, como de costume nos quadrinhos da Marvel, começam um duelo de proporções épicas. Só que eles logo percebem que aquela pancadaria não resolveria a situação. Dessa forma, os rivais se entendem e descobrem que toda aquela situação foi armada pelos membros do Comitê. Agora com um alvo em comum, os anti-heróis lunares se unem e derrotam a organização. Ao menos por enquanto. O surgimento daquele cavaleiro vestido de branco chamou a atenção dos fãs, que pediram à editora para que fossem lançados mais materiais com ele. Assim, ele passou os anos seguintes fazendo pequenas pontas em outras HQs até que, em 1980, ele enfim ganhou sua revista solo e uma história de origem pra lá de criativa.

Logo em sua primeira edição, ficou definido que o Cavaleiro da Lua era Marc Spector, um ex-fuzileiro e ex-agente da CIA que trabalhava agora como mercenário para aproveitar o máximo de suas habilidades, que também contaram com um treinamento olímpico de boxe, em missões que o interessassem ou pagassem bem.

Como era praticamente perfeito no trabalho, ele era requisitado e acumulou uma grande riqueza ao longo dos anos, mas ele mal sabia que sua vida mudaria de vez ao aceitar ser capanga em uma missão no Sudão. Assim que o chefe de seu grupo, o inescrupuloso Raul Bushman, descobre que uma expedição arqueológica encontrou uma câmara mortuária lendária no Oásis de Selima, região a 90 km do Egito, ele decide estender a missão até o lugar na esperança de haver muito ouro para ser saqueado. Marc discorda, mas obedece. Chegando no sítio arqueológico, Bushman mata o chefe da expedição, que estava no local com sua filha. Irritado com o acontecido, Marc avisa a menina para fugir, o que desagrada seu chefe, que espanca o rapaz e o larga para morrer no deserto. Após vagar dia e noite debilitado, sangrando, sem comida e água, Marc Spector morre. No entanto, os auxiliares da expedição encontram seu corpo e o levam para a tumba onde a filha do falecido arqueólogo estava. Diante do corpo havia uma estátua do deus egípcio da lua, Quespisiquis, ou Khonshu, que vê no físico avantajado do rapaz uma oportunidade benéfica para ambos. Assim, o falecido é ressuscitado, ganha novas habilidades e passa a ser hospedeiro do lendário deus egípcio.

Com sua nova e melhorada vida, Marc retorna para Nova York, onde decide usar seus poderes para resolver pendências de Khonshu e combater o crime. Para conseguir encontrar seus inimigos, ele passa a assumir três personagens diferentes: o mercenário Marc Spector, o milionário bon-vivant Steve Grant e o taxista noturno Jake Lockley. O curioso é que inicialmente essas três personas distintas eram apenas disfarces que o personagem usava para conseguir informações e investigar ameaças sem ser identificado. No entanto, a partir de 1985, ficou acertado que ele não estava “interpretando” personagens, mas que ele legitimamente tinha aquelas três personalidades vivendo dentro de sua cabeça, já que ele sofria do Transtorno de Personalidade Dissociativa. Esse ponto foi tão curioso e bem aceito que virou a principal característica do personagem até os dias de hoje. Tanto que houve uma fase nas HQs na qual os roteiristas tentaram anular esse aspecto do anti-herói, mas a ideia foi tão mal recebida que logo voltaram atrás.

Como ele efetivamente não tem superpoderes, apesar de ter reflexos, força e agilidade a níveis de atletas olímpicos, o Cavaleiro da Lua aposta em aparelhos tecnológicos financiados pela fortuna que ele acumulou ao longo da vida. Então ele usa lanças, armas, bumerangues cortantes e mais uma série de armas brancas em forma de lua ou de peças egípcias, como a Ankh. Inicialmente, seu traje era feito de um material especial muito resistente, mas é bem provável que a série adapte uma versão sobrenatural da roupa.

Junto a isso, ele é um grande detetive e consegue inibir seus sensores neurológicos de dor. Essa frieza do personagem fez com que ele fosse comparado por muitos anos com o Batman. Isso não é mera coincidência, já que essa primeira fase solo do personagem é fortemente influenciada por Neal Adams, que se notabilizou justamente assumindo o Homem Morcego. Mas o tempo foi passando e o Cavaleiro da Lua jamais chegou perto do sucesso do Cruzado Encapuzado. Até porque os anos seguintes, principalmente ali pros anos 90, foram marcados por histórias bem fraquinhas do anti-herói, que ganhou uma sobrevida nos anos 2000.

Nos anos seguintes, o personagem passou a ser tratado com mais carinho e chegou a desenvolver novas personalidades, como uma versão de Marc Spector que se torna produtor de Hollywood, trabalhando em uma série sobre o Cavaleiro da Lua, já assumiu a personalidade do próprio Khonshu e o , uma versão mais “classuda”, que age como um detetive que tenta auxiliar a polícia americana em casos complicados. Essa versão, inclusive, já foi confirmada na série.

Cavaleiro da Lua estreia no Disney+ em 30 de março de 2022.

 

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Cotada para ser o novo sucesso do Marvel Studios, a série do Cavaleiro da Lua estreia no dia 30 de março e trará episódios semanais no Disney+ para explorar esse anti-herói complicado que, tal qual a própria lua, passou por fases e bastante inconstância nos quadrinhos, mas mesmo assim conseguiu fidelizar fãs de diferentes gerações.

Protagonizada por Oscar Isaac e também contando com Ethan Hawke no elenco, a produção deve expandir o universo místico do MCU, que até então foi pouquíssimo explorado, mostrando deuses e magias com uma perspectiva mais científica do que mágica/ religiosa. Mas agora, com sua origem ligada diretamente ao Egito, o Cavaleiro da Lua parece chegar para mudar de vez essa pegada meio ficção científica e assumir de vez a magia desse universo, podendo até mesmo a alavancar um novo núcleo que siga mais por esse caminho.

Criado em 1975 por Doug Moench e Don Perlin, o Cavaleiro da Lua é um daqueles casos clássicos da Cultura Pop em que o personagem surge como um vilão despretensioso, mas acaba caindo no gosto dos fãs e consegue conquistar seu espaço próprio. Sua primeira aparição aconteceu em Agosto de 1975, na revista número 32 de Werewolf by Night. Nessa história, Jack Russell, o Lobisomem está interferindo nos planos do Comitê, uma organização de ricaços e pessoas influentes, que decide contratar os serviços do mercenário conhecido como Cavaleiro da Lua para dar um fim na amaldiçoada criatura.

Eles se encontram e, como de costume nos quadrinhos da Marvel, começam um duelo de proporções épicas. Só que eles logo percebem que aquela pancadaria não resolveria a situação. Dessa forma, os rivais se entendem e descobrem que toda aquela situação foi armada pelos membros do Comitê. Agora com um alvo em comum, os anti-heróis lunares se unem e derrotam a organização. Ao menos por enquanto. O surgimento daquele cavaleiro vestido de branco chamou a atenção dos fãs, que pediram à editora para que fossem lançados mais materiais com ele. Assim, ele passou os anos seguintes fazendo pequenas pontas em outras HQs até que, em 1980, ele enfim ganhou sua revista solo e uma história de origem pra lá de criativa.

Logo em sua primeira edição, ficou definido que o Cavaleiro da Lua era Marc Spector, um ex-fuzileiro e ex-agente da CIA que trabalhava agora como mercenário para aproveitar o máximo de suas habilidades, que também contaram com um treinamento olímpico de boxe, em missões que o interessassem ou pagassem bem.

Como era praticamente perfeito no trabalho, ele era requisitado e acumulou uma grande riqueza ao longo dos anos, mas ele mal sabia que sua vida mudaria de vez ao aceitar ser capanga em uma missão no Sudão. Assim que o chefe de seu grupo, o inescrupuloso Raul Bushman, descobre que uma expedição arqueológica encontrou uma câmara mortuária lendária no Oásis de Selima, região a 90 km do Egito, ele decide estender a missão até o lugar na esperança de haver muito ouro para ser saqueado. Marc discorda, mas obedece. Chegando no sítio arqueológico, Bushman mata o chefe da expedição, que estava no local com sua filha. Irritado com o acontecido, Marc avisa a menina para fugir, o que desagrada seu chefe, que espanca o rapaz e o larga para morrer no deserto. Após vagar dia e noite debilitado, sangrando, sem comida e água, Marc Spector morre. No entanto, os auxiliares da expedição encontram seu corpo e o levam para a tumba onde a filha do falecido arqueólogo estava. Diante do corpo havia uma estátua do deus egípcio da lua, Quespisiquis, ou Khonshu, que vê no físico avantajado do rapaz uma oportunidade benéfica para ambos. Assim, o falecido é ressuscitado, ganha novas habilidades e passa a ser hospedeiro do lendário deus egípcio.

Com sua nova e melhorada vida, Marc retorna para Nova York, onde decide usar seus poderes para resolver pendências de Khonshu e combater o crime. Para conseguir encontrar seus inimigos, ele passa a assumir três personagens diferentes: o mercenário Marc Spector, o milionário bon-vivant Steve Grant e o taxista noturno Jake Lockley. O curioso é que inicialmente essas três personas distintas eram apenas disfarces que o personagem usava para conseguir informações e investigar ameaças sem ser identificado. No entanto, a partir de 1985, ficou acertado que ele não estava “interpretando” personagens, mas que ele legitimamente tinha aquelas três personalidades vivendo dentro de sua cabeça, já que ele sofria do Transtorno de Personalidade Dissociativa. Esse ponto foi tão curioso e bem aceito que virou a principal característica do personagem até os dias de hoje. Tanto que houve uma fase nas HQs na qual os roteiristas tentaram anular esse aspecto do anti-herói, mas a ideia foi tão mal recebida que logo voltaram atrás.

Como ele efetivamente não tem superpoderes, apesar de ter reflexos, força e agilidade a níveis de atletas olímpicos, o Cavaleiro da Lua aposta em aparelhos tecnológicos financiados pela fortuna que ele acumulou ao longo da vida. Então ele usa lanças, armas, bumerangues cortantes e mais uma série de armas brancas em forma de lua ou de peças egípcias, como a Ankh. Inicialmente, seu traje era feito de um material especial muito resistente, mas é bem provável que a série adapte uma versão sobrenatural da roupa.

Junto a isso, ele é um grande detetive e consegue inibir seus sensores neurológicos de dor. Essa frieza do personagem fez com que ele fosse comparado por muitos anos com o Batman. Isso não é mera coincidência, já que essa primeira fase solo do personagem é fortemente influenciada por Neal Adams, que se notabilizou justamente assumindo o Homem Morcego. Mas o tempo foi passando e o Cavaleiro da Lua jamais chegou perto do sucesso do Cruzado Encapuzado. Até porque os anos seguintes, principalmente ali pros anos 90, foram marcados por histórias bem fraquinhas do anti-herói, que ganhou uma sobrevida nos anos 2000.

Nos anos seguintes, o personagem passou a ser tratado com mais carinho e chegou a desenvolver novas personalidades, como uma versão de Marc Spector que se torna produtor de Hollywood, trabalhando em uma série sobre o Cavaleiro da Lua, já assumiu a personalidade do próprio Khonshu e o , uma versão mais “classuda”, que age como um detetive que tenta auxiliar a polícia americana em casos complicados. Essa versão, inclusive, já foi confirmada na série.

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