Há exatos dois anos, Lady Gaga retornava às raízes que outrora haviam-na colocado no topo do mundo com o aclamado e adorado ‘Chromatica’, seu sexto álbum de estúdio.
Contando com 16 faixas, a produção reuniu Gaga com vários nomes icônicos da indústria fonográfica, como Elton John, Ariana Grande e BLACKPINK para uma jornada em prol da saúde mental e do empoderamento que entraria para a lista dos melhores álbuns não apenas do ano, mas já da década. Mergulhando de cabeça no French-house e no EDM, ‘Chromatica’ veio logo no início da pandemia do COVID-19 para lembrar os fãs de que a pista de dança sempre estará esperando por eles.
Em várias entrevistas promocionais, Gaga comentara sobre o processo de construção do disco, dizendo que “o que eu estou fazendo agora é um lembrete da liberdade que tenho como artista, mas também minha absoluta paixão pela música eletrônica, minha absoluta paixão pela habilidade de um computador fazer algo tão visceral e comovente” (via Apple Music).
No dia de hoje, 29 de maio, o álbum já completa dois anos desde seu lançamento oficial e, para celebrá-lo, montamos uma breve lista ranqueando todas as músicas da produção.
Confira abaixo:
13. “PLASTIC DOLL”
“Plastic Doll” é uma explosiva crítica à cultura pop e à objetificação e rotulação de artistas que desejam apenas mostrar o que têm para o mundo sem serem confinados a caixinhas intransponíveis. Novamente, a complexidade vai para muito além da sensorial atmosfera, trazendo reflexões atribuladas e bastante pertinentes para o momento em que vivemos.
12. “FUN TONIGHT”
“Fun Tonight” pode parecer bastante formulaica – mas, na verdade, Gaga utiliza uma sagacidade incrível para construí-la. Movida pelo EDM e pelo electro-pop, a faixa é revestida com uma máscara upbeat que entra em conflito com as densas mensagens assinadas pelas performer. De fato, a canção é uma amálgama de todos os problemas que Gaga enfrentou nos anos predecessores ao álbum e de que forma ela enfrentou esses obstáculos.
11. “1000 DOVES”
Quando nos aproximamos do final de ‘Chromatica’, fica bem claro que o álbum é uma experiência diferente dos outros álbuns de Gaga e que a produção parece ter um peso maior que qualquer outro elemento do disco. E isso fica bastante explícito com a contraditória sutileza explosiva de “1000 Doves”, uma ode ao house-pop que inicia o fim da jornada de autorreflexão arquitetada pela artista.
10. “STUPID LOVE”
Sete anos depois de sua última aventura no mundo pop, Gaga voltou com o lançamento de “Stupid Love”. O lead single do aclamado ‘Chromatica’ trouxe os retumbantes elementos do dance-pop e do house para uma colorida, vibrante e envolvente jornada musical que quebrou recordes e que reacendeu o fogo de suas obras anteriores.
9. “FREE WOMAN”
Ainda que a demo de “Free Woman” tenha vazado algumas semanas antes da estreia de ‘Chromatica’, Gaga remodelou a faixa e apostou todas as fichas que tinha em um dançante French-house explosivo e bem-demarcado, entregando para os ouvintes um banquete sinfônico preparado com bastante cautela e servindo como homenagem às mulheres transexuais.
8. “SOUR CANDY”
Gaga não é conhecida por trazer inúmeras colaborações aos seus álbuns, mas ‘Chromatica’ mostrou-se um lugar propício para “atirar para todos os lados”. Em “Sour Candy”, o deep house ganha vida com a junção épica ao grupo de K-pop BLACKPINK, além de levar para casa inúmeras honrarias.
7. “CHROMATICA III + SINE FROM ABOVE”
Não há razão no mundo que explique a polarizada recepção de “Sine From Above” pela crítica internacional – principalmente considerando a poderosa produção exibida na faixa. Aqui, a eletrônica une duas gerações diferentes (Gaga e o lendário Elton John, que já têm uma história de anos) em uma narrativa de empoderamento e superação de medos e problemas. Não é surpresa que, depois do lançamento do álbum, a track tenha se tornado uma das favoritas dos ouvintes.
6. “CHROMATICA I + ALICE”
Contrariando nossas expectativas, ‘Chromatica’ se inicia com um belíssimo, orquestral e cinemático arranjo que serve como prelúdio para o ambicioso mundo construído por Gaga. O atmosférico prólogo logo dá espaço para “Alice”, que mergulha no melhor do house, marcado por beat drops incríveis e consagrando-se como emocionante aventura muito mais profunda do que aparenta – recheada de pequenos detalhes que podem passar despercebidos quando ouvidos pela primeira vez.
5. “REPLAY”
Seguindo os passos das faixas que a antecederam, “Replay” é uma das assinaturas mais claras de Gaga e reitera uma capacidade quase única dessa lendária artista em transformar dor em arte. A canção é movida pelo mote “as cicatrizes em minha mente estão em repetição” e se joga de cabeça em um house-pop tão marcante que chega a ser impossível não ser arrastado para as pistas de dança por essa incrível música.
4. “ENIGMA”
Apesar de sempre entregar músicas icônicas, Gaga parece não prestar muita atenção nos desejos do público e acabou desperdiçando “Enigma”, assim como tantas outras faixas, de se tornar um single extremamente bem-sucedido de ‘Chromatica’. Afinal, a música parte de um preceito bastante claro que culmina em um explosivo refrão eletrônico auxiliado pelas notas ecoantes do piano e por questionamentos sobre o funcionamento da própria vida – uma vibrante e narcótica fusão de elementos que não desliza em nenhum momento.
3. “RAIN ON ME”
“Rain On Me” foi considerado a melhor música de 2020 por inúmeras razões: além da colaboração aplaudível entre Gaga e Ariana Grande, a faixa se tornou a música mais premiada do ano passado, além de ter sido a primeira colaboração feminina tanto a debutar em #1 na Hot 100 quanto a levar para casa o Grammy de Melhor Performance Pop Duo/Grupo. Chove em mim!
2. “BABYLON”
“Babylon” é a faixa que encerra com memorável furor o último álbum lançado por Gaga. A impecável conclusão nutre de similaridades progressivas com as icônicas produções dos anos 1990, ao mesmo tempo que as pincela com um divinal coro gospel que não poderia ter vindo em melhor hora.
1. “CHROMATICA II + 911”
Estendendo suas referências a Daft Punk e a Giorgio Moroder, a combinação etérea de “Chromatica II” e “911” não pode ser desassociada em nenhum momento. A cinemática apresentação do interlúdio é apenas pretexto para a explosão robótica do hino EDM, com toda a construção upbeat corroborando para as mensagens de saúde mental e para a conciliação de Gaga com seus demônios interiores.