sexta-feira, abril 19, 2024

Cinco Bonecos que são um Horror!

Não é de hoje que os bonecos assustam as plateias do cinema. Desde a década de 1930, o cinema já apostava em A Boneca do Demônio, uma trama bizarra envolvendo tecnologia e ocultismo. Apesar das tentativas diversas, nenhum filme com bonecos fez tanto sucesso como a saga de Chucky, o Brinquedo Assassino, sendo este, copiado à exaustão durante muitos anos depois do seu lançamento em 1998. Você, que já leu textos meus anteriormente, sabe da pegada autobiográfica das minhas reflexões, sendo assim, não as deixo de lado, afinal, como dizia Oscar Wilde, a crítica é uma autobiografia. Meu primeiro contato com filmes deste subgênero do terror (bonecos assassinos e malditos) foi Brinquedo Assassino, em VHS, em 1992. Mergulhar no espaço disperso da memória é sempre um exercício hercúleo, mas tento sempre realiza-lo para escrever textos mais verossímeis e próximos aos meus leitores.

Durante a minha infância, lembro-me de vizinhas e alguns familiares queimando os bonecos do Fofão. Havia uma lenda urbana naquela época, a nível nacional, de que o boneco trazia um arpão e era diabólico. Na cidade onde morei neste período, várias pessoas colocavam fogo nos bonecos, tamanha a crença nesta “maldição”. A boneca da Xuxa, coitada, não saiu ilesa. Dizem que as suas unhas cresciam e ela foi a responsável pelo assassinato de uma criança. Há quem acredite piamente nisso. Outros observam e acham graça. Mas o fato é que a sociedade sempre alimentou estas relações com bonecos, brinquedos, numa espécie de reversão do caráter inocente e dócil deste tipo de objeto. O fascínio por esta questão já foi narrativa cinematográfica em diversas ocasiões. Neste especial, acompanhe alguns bonecos assustadores da história do cinema de horror.  Assumo que não são os únicos, afinal, é preciso delimitar o corpus, mas acho que estes dão conta do recado: mostrar como os bonecos malditos fazem parte de um subgênero do terror.

 

05 – A Boneca Assassina

A família americana Wade se muda para o México, onde Elliot (Sam Bottoms), é o novo proprietário de uma fábrica de bonecas. Na região, um arqueólogo no passado, tinha aberto uma tumba e libertado um espírito do mal (filho do Diabo, algo do tipo), e encarnado nas bonequinhas de luxo do local.

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Nota do crítico: estereótipo dos puros. Por que a maldição que domina a boneca vem do México? Cabe aqui um estudo mais apurado, acadêmico e ensaístico, haja vista a quantidade de filmes onde a América do Sul, o México, a África e outros países de origem pós-colonial são as bases para o contato com o demônio, seitas, etc: foi assim com Demônio, O Exorcismo de Emily Rose, O Herdeiro do Diabo, A Chave Mestra e tantos outros filmes do gênero.

 

 

Não deixe de assistir:

04 – O Mestre dos Brinquedos

Bonecos macabros se reúnem para ressuscitar Andre Toulon (Steve Welles), seu criador, usando a mesma fórmula que lhes dá vida. Ao mesmo tempo, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, especializados em casos paranormais visitam a mansão de Toulon e acabam sendo aterrorizados pelos brinquedos diabólicos.

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Nota do crítico: outra decepção. Roteiro fraco, personagens mal formulados e pouca ação. Clássico nas exibições do SBT, o filme ganhou uma longa série, chata e pouco inventiva. Hoje, encontra-se disponível na internet, como quase todos os filmes citados.  

 

 

03 – Pinóquio: O Perverso 

Advogada não consegue salvar psicopata da cadeira elétrica, mas herda boneco que leva para sua filha pequena. Inconformada com a separação dos pais e a discriminação que sofre na escola, a inocente garotinha recebe vibrações macabras do brinquedo assassino.

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Nota do crítico: outra decepção. A fórmula do roteiro de Brinquedo Assassino é mal trabalhada. O filme é mal dirigido e a trama aposta em mortes sangrentas e sem contextualização com a narrativa. Curioso, mas ordinário.

 

02 – Brinquedo Assassino 

Um serial killer é morto em um tiroteio com a polícia, mas antes de morrer utiliza seus conhecimentos de vodu e transfere sua alma para um boneco. Um menino ganha exatamente este brinquedo como presente da sua mãe. O menino tenta alertar que o boneco está vivo, mas sua mãe e um detetive da polícia só acreditam nele após o brinquedo ter feito várias vítimas. Mas o boneco está realmente interessado é no garoto, pois só no corpo dele poderá continuar vivo, e isto coloca a criança em grande perigo.

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Nota do crítico: o primeiro filme, com exceção dos exagerados cinco minutos finais, ainda é a maior referência. Perdeu prestígio com as continuações absurdas, mas ainda é referência. Recentemente ganhou um prelúdio, A Maldição de Chucky. Pasmem: os efeitos do filme de 1988 são superiores ao filme de 2013. Decepcionante.  

 

 

01 – Annabelle

Com 98 minutos de produção, Annabelle é dirigido por John. R. Leonetti, responsável pela direção de fotografia de Invocação do Mal. Na trama, um casal se preparar para a chegada de sua primeira filha. No processo de estabelecimento no bairro e amizade com a vizinhança, marido e mulher se encontram numa situação bizarra: o casal vizinho é brutalmente atacado por dois jovens, oriundos de uma seita maligna. Por algum motivo os dois jovens acabam na casa do casal, partem para o ataque violento, são mortos pela polícia, mas os danos parecem irreversíveis: antes de morrer, a mulher da seita satânica agarra-se à Annabelle, e assim, a boneca torna-se recipiente para o mal (o diabo).  Pronto, daí em diante, a boneca é jogada no lixo, mas retorna para o acervo do casal, misteriosamente, estes, já morando em outra cidade e tentando recomeçar a vida. Neste processo narrativo, todos os ícones do terror de base católica são apresentados: esculturas bizarras, livros de ocultismo, coadjuvantes com histórias de horror para contar, pregações de padres e as infames perturbações de Satanás, membro-chefe do inferno que não deixa o jovem casal em paz.

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Nota do crítico: assusta pouco, possui roteiro mal aproveitado e configura-se como um retrocesso para a indústria do cinema de terror.

 

 

Diante do panorama, percebemos como o cinema de terror adora investir nestes personagens. Temos tantas obras, mas isso tornaria o especial exaustivo e esta não é a nossa intenção. Caso haja um feixe de curiosidade após a leitura do nosso especial, procure Dummy – O Boneco Assassino, de 2007; Bonecas Diabólicas, de 1987; observe os bonecos de Jogos Mortais e Poltergeist, mensageiros do mal, de alguma forma, bonecos malditos, além das continuações da saga Brinquedo Assassino. Bons filmes, bons sustos, bons risos.

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