sexta-feira , 21 fevereiro , 2025
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Anna Karenina

 

Sempre que a dupla formada pela atriz Keira Knightley e o diretor Joe Wright se une, isso significa prestígio e indicações ao Oscar. Veja o currículo da dupla: A primeira união se deu em 2005, quando lançaram a obra baseada em Jane Austen, “Orgulho & Preconceito”, e o resultado foi quatro indicações ao maior prêmio do cinema (que incluía o prêmio de melhor atriz para a talentosa Knightley).
Em seguida, dois anos depois, Wright e Knightley tomaram novamente o Oscar de assalto quando “Desejo e Reparação”, baseado na obra literária de Ian McEwan, recebia sete indicações da Academia.

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O ano de 2012 marcou a segunda reunião da dupla, novamente numa obra de época, e novamente baseado num clássico da literatura, dessa vez russa, do escritor Leo Tolstoy. “Anna Karenina” já foi adaptada para o cinema diversas vezes, assim como “Os Miseráveis”, “Guerra e Paz”, “O Morro dos Ventos Uivantes”, ou qualquer coisa de Shakespeare, essas obras da literatura clássica são icônicas e fazem parte do consciente coletivo. Em versões anteriores, atrizes como Greta Garbo, Vivien Leigh e Sophie Marceau já encarnaram a personagem título.

Agora, a tarefa cabe à talentosa Keira Knightley, que tira a missão de letra. Knightley é escolada em obras de época, mesmo quando não está sob o comando de Wright. Aqui a verdadeira surpresa fica por conta do resto do elenco, afinal Knightley não nos surpreende tanto com sua graça e extremo talento, isso é o esperado dela. A atriz consegue transparecer uma serenidade intocável de início, quando sua personagem se mantém distante das investidas de seu novo pretendente e de seus próprios sentimentos.

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Na trama clássica, a dama da alta-sociedade Anna Karenina, casada com um membro do governo, na Rússia do século XIX, é seduzida pelo Conde Vronsky, um jovem inconsequente, escandalizando assim a sociedade burguesa da época. Aaron Taylor-Johnson galga seu espaço como um dos jovens mais talentosos de sua geração, e para isso escolhe papéis diversificados dentro dos mais variados filmes.

Aqui, o jovem ator dá novas nuances ao personagem do sedutor Vronsky, que como um menino imaturo cobiça o que não possui, para depois abandonar em busca de algo mais novo. Jude Law igualmente surpreende. O ator que no passado seria a escolha óbvia para o galante Conde, entra em nova fase de sua carreira, aos 40 anos de idade, na pele do traído Karenin. Um personagem que vê seu mundo desmoronar de uma hora para outra, e seus bens mais preciosos escorregarem por seus dedos, sem que possa impedir.

Law causa impacto com sua caracterização física do pacato personagem, exibindo uma calvície que atribui idade e afastamento de seus usuais parâmetros de beleza. Completando o elenco principal, a sueca Alicia Vikander (vista esse ano no indicado ao Oscar “O Amante da Rainha”) rivaliza com Knightley mostrando que sua jovialidade, além do talento, conta na batalha de suas personagens. É como se a ficção se mesclasse à realidade para dizer que uma nova geração está chegando, e que Knightley, outrora a jovem sensação, já está madura e começa a dar passagem para estrelas em potencial.

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Outro fator curioso e muito interessante é a forma narrativa que o diretor Joe Wright escolheu para o filme. Já que “Anna Karenina” foi muito adaptada, a abordagem de Wright garante que nunca foi dessa forma. Aqui de início temos personagens adentrando portas para saírem em locais totalmente diferentes. Tudo é feito como uma peça de teatro, onde num palco o mesmo espaço pode significar as locações mais diferentes. Tudo na cenografia é criativo e soa propositalmente falso, como os trens na estação. “Anna Karenina” de Joe Wright funciona como um grande musical sem música.

Coreografias, gestos, e os cenários convergem para o exagero em muitos momentos, onde obviamente seriam colocadas as cantorias, caso o filme optasse pelo gênero. Mesmo com todos os seus atributos, podemos considerar “Anna Karenina” o trabalho menos prestigiado da dupla Wright e Knightley, já que foi indicado apenas em quesitos técnicos (mesmo sendo quatro indicações). “Anna Karenina” levou no quesito de melhor figurino, mas é outro filme que poderia facilmente figurar entre os dez (de apenas nove) indicados na categoria principal. Cacife para isso o filme tem.

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)

 

 

Anjos e Demônios

 

 

Sinopse: Durante o Conclave (a cerimônia que escolhe o novo Papa), quatro cardeais são sequestrados. A ameaça é que, a cada hora, um deles seja morto. Para evitar o pior, o Vaticano chama o Prof. Robert Langdon.

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O autor Dan Brown ficou famoso ao redor do mundo quando lançou o romance O Código Da Vinci. Além de ser um thriller bem construído, o livro gerou polêmica por defender a ideia de que Jesus tinha um relacionamento carnal com Maria Madalena. Em seu trabalho anterior, que foi “redescoberto” enquanto O Código fazia sucesso, ele já pisava nos calos da Santa Sé.

A adaptação cinematográfica de Anjos e Demônios (Angels & Demons) tenta tirar um pouco do peso sobre a Igreja Católica em seu roteiro. Mesmo assim o Vaticano proibiu a produção de realizar gravações na Praça de São Pedro – o que se vê no filme é uma réplica. O filme oferece um belo passeio pelos prédios históricos de Roma que dá vontade de ir para lá.

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Outra mudança feita para que a aventura saísse das páginas para as telas foi a alteração na ordem dos livros. Por ter sido lançado mais tarde, O Código Da Vinci acontece depois da investigação de Langdon no Vaticano. No cinema o que acontece é o contrário, Anjos e Demônios é uma sequência dos acontecimentos no Museu do Louvre. Essas mudanças não devem enfurecer os fãs do autor, já que o clima do livro foi mantido.

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Os erros do filme anterior foram bem assimilados pelos produtores. Eles conseguiram manter-se fora das falhas que foram os fatores determinantes para a má recepção de O Código Da Vinci. As explicações extensas que faziam o público sentir-se chateado e perdido foram cortadas e, também por isso, a emoção é muito maior. Até o cabelo de Tom Hanks (Jogos do Poder) foi modificado! Quem acreditar que dessa vez temos um bom filme e resolver ir ao cinema não se arrependerá.

 

 
Crítica por: Edu Fernandes 

 

 

Anjos da Vida – Mais Bravos que o Mar

 

 

estreia nesta sexta-feira nos cinemas nacionais este ‘Anjos da Vida – Mais Bravos que o
Mar.’ Dirigido por Andrew Davis (o mesmo do fraco Efeito Colateral) a fita é surpreendentemente boa, com cenas de ação e efeitos especiais de tirar o fôlego e também com boas atuações da dupla central (que quase nunca faz nada de bom) Ashton Kutcher e Kevin Constner.

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A história mostra Ben Randall (Constner) um dos nadadores mais conhecidos e respeitados da Guarda Costeira americana. Porém após passar por um resgate traumatizante acaba tendo seu trabalho prejudicado, e acaba sendo enviado para ser treinador de um grupo de novos recrutas. Neste grupo ele encontra Jake Fischer (Kutcher) um jovem que também vem de um passado traumático, campeão de natação, e que (obvio) vai bater de frente com as técnicas de ensino de Randall.

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Mesmo com um roteiro obvio demais vale a pena passar 2h20 na sala para assistir a Anjos da Vida – Mais Bravos que o Mar. É um filme bem pipoca, daqueles que você esquece logo, mas se você gosta de filmes com bastante ação, tensão, bem ao melhor estilo ”blockbuster” corra para o cinema.

 

 
Crítica por: Bruno Fidelis Gomes

 

 

Anjos da Noite 4: O Despertar

 

Muito aguardado pelos fãs da trilogia, o quarto filme da saga “Anjos da Noite” chega aos nossos cinemas no dia 02 de março. A história fraca e a busca pela melhor tomada nos belos olhos azuis de Kate Beckinsale não ajudam muito a fita dirigida pelos suecos Måns Mårlind Björn Stein.
Na trama, uma guerreira vampira consegue se libertar de uma organização mal intencionada após 12 anos em cativeiro gelado. No lugar do único homem que amou ela encontra uma menina com os olhos dele. De volta à vida, tem que se preparar para uma guerra entre espécies e mais tarde ainda fica sabendo que tem uma filha que não é exatamente somente uma vampira.

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A atriz inglesa Kate Beckinsale (que interpretou Ava Gardner em “O Aviador”) tem a difícil missão de ser a protagonista desse duelo entre lobisomens e vampiros. Com a roupa preta bem justa a beleza da artista é bastante explorada. Sua personagem Selene é uma lutadora exterminadora de inimigos, para vocês terem uma idéia, numa cena provoca uma fratura exposta com apenas um movimento. As pistolas duplas (utensílios bastante utilizados durante as batalhas) lembram a famosa Lara Croft.

A breve introdução, sobre a história dos outros filmes da saga, ajuda o espectador a situar-se melhor com o que acontece em cena. Então, respondendo a pergunta de vocês: Não precisa ver todos os outros três filmes para assistir a esse (mas, é sempre bom né?).

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O filme é o irmão gêmeo bivitelino de “Resident Evil”. Analisando: futuro cheio de não-seres humanos, potencial bélico aos montes, protagonistas lindas e corajosas, dezenas de baixas de guerra pelo caminho, roteiros confusos e direções contestáveis. São ou não são iguaizinhos?

Baseado na história de Len Wiseman, o pensamento nerd paira no ar, esse longa daria um ótimo jogo para qualquer console de última geração.

Em seu desfecho, fica evidente uma enorme deixa para um quinto filme.

Vá conferir caso seja fã da nova mamãe vampira da praça.
 

 

Crítica por: Raphael Camacho (Blog)

 

 

Anjos da Noite – A Rebelião

 

 

A terceira saga de Anjos da Noite – A Rebelião (Underworld: Rise of the Lycans – EUA/Nova Zelândia/2009 – 92 min. – Sony Pictures) volta ao cinema para contar a história da batalha que há milênios separa duas raças imortais. Retornando no tempo, ‘mergulhamos’ no mundo de Vampiros e Lobisomens e conhecemos as origens do conflito que tornaram os dois seres inimigos mortais.

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Há mais de mil anos nasceram os descendentes do imortal Alexander Corvinus. Os Vampiros, da linhagem de Markus e os Lobisomens, da linhagem de William. Com maior habilidade política, os elegantes e aristocratas Vampiros passam a dominar a parte Ocidental da Hungria, enquanto que os desorganizados e fortes Lobisomens, dispersaram-se na sombria Floresta.

 

Mas um nascimento muda o curso da história. Um Lobisomem femenino dá a luz um filho com aparência humana. Seu nome é Lucian (Michael Sheen), o primeiro Lycan nascido na escuridão, dentro da fortaleza do Vampiro Viktor (Bill Nighy). Com capacidade de assumir a forma animal e humana – que seus descendentes não possuíam – Viktor usa sua linhagem para criar escravos e guardiões diurnos. Impedidos de se transformarem, os Lycans servem Viktor que reina absoluto, controlando seu clã, os Lobisomens e os nobres, exceto sua filha Sonja (Rhona Mitra). Destemida, ela cavalga com os Mercadores da Morte protegendo a Fortaleza dos Lobisomens selvagens que vivem na região. Mas indo contra o destino se apaixona por Lucian, agora o principal ferreiro e fabricante de armas do castelo. Um romance que mudará o destino das duas raças para sempre.

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Para os fãs, um retorno ao mundo de seres que ganharam às telas do cinema pela primeira vez em 2003, com ‘Anjos da Noite – Underworld’ e em 2006, com ‘Anjos da Noite – A Evolução’.

 

A atmosfera, as batalhas, as criaturas desenhadas por Patrick Tatopoulos, que agora assume a direção, talvez sejam o segredo de sucesso da trilogia. Nada já produzido pode ser comparado ao mundo de Anjos da Noite. Repleto de efeitos especiais, o filme traz um roteiro inteligente, com atores talentosos, interligando com competência o filme com suas seqüências.

 

Michael Sheen e Bill Nighy retornam aos seus papéis. Já a atriz inglesa, Rhona Mitra, ficou com a difícil missão de ser tão marcante quanto Selene, a Mercadora da Morte dos dois primeiros filmes. Personagem que a atriz Kate Beckinsale deixou como marca em sua passagem pela franquia.

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‘Para mim, Sonja é um arquétipo de Selene’, comenta o diretor, ‘Ela é uma guerreira, mas existe algo muito mais frágil nela também. Definitivamente é uma forte lutadora, mas também muito carregada emocionalmente’.

 

Com belas locações, as Florestas da Nova Zelândia e um Castelo imerso em velas e braseiros, o filme traz um visual deslumbrante. Com seu tom de latão polido, ele nos transporta para um misterioso e longuínquo passado.

 

 
Crítica por: Viviane FrançaSite: —

 

 

Anjos da Noite: Evolução

 

 

O primeiro filme teve seus prós e contras, agradou uma legião apaixonada por vampiros e lobisomens e desagradou aqueles cinéfilos em busca de algo mais… artistíco e inteligente. Então, para iniciar a base da crítica, eis uma frase que realmente irá especificar do que a sequência se trata: realmente, a evolução.

Ao invés de trazer os erros do primeiro filme e trasnformá-los em acerto, o diretor Len Wiseman decidiu optar pelo lado mais fácil: executar os acertos do primeiro filme e evoluí-los. Ou seja: a trama fica ainda mais como plano de fundo para um filme de ação vertiginosa em um mundo populado por vampiros e lobisomens. E nisso ele acerta: ‘Anjos da Noite: A Evolução’ tem ainda mais ação, efeitos especiais mais “evoluídos” e mais, muito mais, Kate Beckinsale poderosa em roupa de couro apertada.

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Continuação do sucesso de 100 milhões de dólares em bilheteria mundial, ‘Anjos da Noite – A Evolução’ continua a saga da guerra entre os aristocráticos Death Dealers e os bárbaros Lycans (Lobisomens). O filme traça o início do antigo feudo entre duas tribos enquanto Selene (Kate Beckinsale), a linda vampira heroína, e Michael (Scott Speedmand), o lobisomem tentam descobrir os segredos de seus antepassados. O ritmo acelerado, o conto moderno de uma ação mortal, intriga e amores proibidos os levam a uma batalha para terminar todas as guerras já que os imortais devem finalmente encarar sua retribuição.

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Mesmo com um roteiro fraco, o filme empolga pela perfeição nos detalhes e o talento dos astros principais. Desta vez a trama não é tão volumosa ou enigmática quanto a do primeiro filme, mas a adrenalina corre solta.

Para os que se divertiram com ‘Underworld – Anjos da Noite’, a sequência se exibe ainda melhor e mais interessante do que o primeiro filme, e realmente eleva o filme a um patamar superior. Mas, para que não se diverte vendo a guerra entre vampiros e lobisomens, o segundo filme será ainda mais decepcionante.

Uma sequência superior, divertida e cheia de ação. Que venha o terceiro!

 
Crítica por: Renato Marafon 

 

 

Anjos da Lei

 

No anos 80, a série de TV Anjos da Lei (21 Jump Street) fez sucesso e lançou o então jovem rebelde ator Johnny Depp. Na trama, uma dupla de policiais atuavam infiltrados em escolas para investigar crimes. O longa de mesmo nome, produzido e co-roteirizado por Jonah Hill (a referência em comédia nos dias atuais – para quem já se cansou de Seth Rogen e nunca achou graça em Adam Sandler), traz uma nova geração de agentes.
Sai Johnny Depp e Peter DeLuise, entra Jonah Hill e o hunk Channing Tatum; como os atrapalhados Schmidt e Jenko.

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Anjos da Lei inicia em 2005, mostrando a realidade dos colegiais: Jenko (popular, mas que não tem bom desempenho escolar, o famoso atleta da escola) e Shmidt (nerd, porém inteligente, tendo como modelo de referência o rapper Eminem). Anos depois os dois se encontram em prova para a polícia americana. Um tem o que o outro precisa, tornam-se amigos e passam para a academia.

O roteiro de Stephen J. Cannell (Esquadrão Classe A) e Hill (Superbad), brinca com o excesso de adaptações de clássicos dos 80, com referências aos métodos da época. O deboche é enfatizado em diálogos (como uma fala do chefe da dupla, em que esclarece que as pessoas estão sem imaginação e o que fazem é copiar coisas que já foram feitas). Recheada de humor e ação, a trama mostra o choque entre duas gerações através dos jovens policiais.

As referências de Hill e Cannell imprimem a mudança comportamental dos jovens em tão pouco tempo, revelando como as famosas tribos da high school americana sofreram mudanças drásticas. Se antes haviam apenas os populares, os nerds e os rebeldes (vide filmes de John Hughes); agora há uma mudança radical onde um nerd pode ser o popular e o atleta pode não ser tão legal assim. Esse choque adicionado às trapalhadas da dupla dão verocidade na ação, agilidade no humor e empatia na trama.

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Mesmo com uma pequena “barriga” na narrativa (é quando os roteiristas apelam no emocional, tornando o nerd em cool e o atleta num geek), mas logo é compensada com uma sequência de ação/humor. Assim como Depp e DeLuise tinham grande amizade que auxiliava na química na telinha; Channing e Hill juntos também conseguem atrair o público com seus respectivos talentos. Sem apelar nos spoilers da trama, mas com uma informação já confirmada: os espectadores precisam prestar atenção na história para se impressionar com as viradas do filme, em especial na entrada triunfal de Depp e DeLuise como seus respectivos personagens da série original.

O gênero ação/comédia tem ganhado mais força nos últimos anos, com produções como “Um tira no Jardim de Infância“, “Bad Boys“, os recentes “Guerra é Guerra” , “Divisão de Homicídios” entre muitos outros. Hill consegue captar a linguagem de diferentes gerações com seu humor e Cannell usou sua facilidade no gênero. Anjos da Lei segue a linha revival de adaptações, mas sem deixar a desejar e com uma promessa de continuidade.

 

 

 

 

Anjo de Vidro

 

Um filme tocante. Anjo de Vidro é uma produção lançada nos cinemas em 2005 que encantou o publico ao trazer um ótimo elenco num belíssimo painel de pequenas histórias que se cruzam na noite de natal. Susan Sarandon, Paul Walker, Penélope Cruz e Robin Willians são alguns dos nomes presentes em Anjo de Vidro, dirigido por Chaz Palminteri, em sua primeira aparição nos créditos da sétima arte. Durante o filme, o diretor surge como o personagem Arizona, numa participação mínima.

É Natal em Nova York. As ruas estão cobertas de neve, músicas natalinas estão por toda parte e as pessoas andam apressadas em direção às lojas, para comprar os presentes de última hora. Porém um grupo de pessoas está completamente à parte deste clima. Alguns deles são Rose (Susan Sarandon), uma mulher emocionalmente frágil cuja mãe está no hospital, e Mike (Paul Walker), um policial que briga com um homem mais velho (Alan Arkin). Porém alguns encontros na véspera de Natal fazem com que eles repensem a vida. Nesse enredo ainda há espaço para Nina (Penélope Cruz, linda e provocante) como a mulher do ciumento policial Mike.

Anjo de Vidro ensaia temas como espiritismo (reencarnação), porém, não se aprofunda na questão, deixando a trama mais ligada as relações pessoais e a carência de muitas pessoas, que aprendem a viver sozinhas, sem auto flagelar-se com a situação em que vivem, repleta de solidão. Amor, amizade e companheirismo são algumas das palavras-chave que definem essa produção refinada, distribuída pela Imagem filmes e que fez mais sucesso no mercado de dvd.

Com 96 minutos de duração, Anjo de Vidro traz ainda uma belíssima fotografia noturna: as luzes e os fogos na noite de natal são emocionantes e sofisticados adornos para a trama. A trilha sonora é igualmente agradável, ligada totalmente ao que é exibido em tela, fugindo do convencionalismo que produções desse tipo insistem a abordar: colocar “aquela” musiquinha melosa e tocante numa cena óbvia para arrancar choro da platéia.

 

 
Crítica por: Leonardo Campos

 

 

Amor é Tudo o que Você Precisa

 

É estranho ver tamanha falta de sensibilidade e bom gosto vindo de uma diretora que geralmente é sinônimo de qualidade. A dinamarquesa Susanne Bier começou a carreira no início da década de 1990, mas chamou a atenção na seguinte, quando seu “Broders” (a versão original de “Entre Irmãos”) se consagrou no Festival de Cannes.

De lá pra cá Bier esteve no comando do prestigiado “Depois do Casamento” (considerado um de seus melhores filmes, e indicado ao Oscar de filme estrangeiro), pisou em Hollywood com “Coisas que Perdemos pelo Caminho”, seu único filme totalmente falado em inglês.

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E com “Em um Mundo Melhor” finalmente levava o prêmio da Academia como o melhor filme estrangeiro de 2011. Depois de sua consagração no Oscar, vinda de uma série de filmes intensos, embora muitos os acusem de serem também óbvios demais, a diretora resolve entregar uma obra mais leve e descompromissada, uma típica comédia-romântica para mostrar que também sabe se divertir e sair de cargas pesadas. E o resultado é que Bier estava melhor em seus incisivos filmes emocionais.

 

Escrito por Anders Thomas Jensen (colaborador de todos os filmes da diretora), baseado numa história dele e da própria Bier, a trama fala sobre uma mulher interpretada por Trine Dyrholm (colaboradora de Bier em “Em Um Mundo Melhor”) passando por uma crise de meia idade, quando após vencer um câncer descobre a traição do marido em vias de embarcarem para a Itália, para o casamento da filha. Ao chegar no aeroporto colide com o carro de Philip (Pierce Brosnan), o pai do noivo, um milionário rude e viúvo, que só pensa em trabalho.

A proposta aqui é fazer essas duas pessoas tão distintas se apaixonarem, e a mensagem é que o amor pode surgir a qualquer momento dos lugares mais inesperados, e em qualquer época da vida. “Amor É Tudo o que Você Precisa” lembra o musical “Mama Mia!”, só que pior, porque aqui não temos as divertidas músicas do ABBA, Meryl Streep ou as belas locações da Grécia. Nada funciona nessa nova investida da dupla Bier Jensen, as cenas beiram o ridículo e os diálogos são simplesmente ruins. Temos conflitos dignos de novelas da Globo, ou pior, de novelas mexicanas.

Os personagens são clichês dos piores estereótipos, como o protagonista de Brosnan, a figura do empresário viciado em trabalho e péssimo pai, que no final irá se redimir com o filho. O sujeito turrão se encanta pela mãe da noiva, recém-traída, sem que saibamos muito bem por que. A sempre bela e interessante Trine Dyrholm não tem apelo nenhum como a personagem Ida. A culpa porém, é de como a personagem foi escrita, uma boboca apagada que só sabe rir. A infeliz mulher é digna de pena, e nunca imaginaríamos alguém se encantando por ela de tal forma.

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E não por ter passado e vencido de uma grande doença, isso demonstra sua garra (mesmo que faça uso de uma péssima peruca de careca, que simplesmente distrai por soar extremamente falsa), mas por ser uma pessoa desinteressante de forma geral, e a definição da palavra ordinária. Bier cria cenas embaraçosas para o seu elenco, como quando Brosnan e Dyrholm se conhecem após a colisão de seus veículos num estacionamento. É algo sem tato algum.

Em nenhum momento acreditamos no relacionamento e envolvimento do casal protagonista. Brosnan e Dyrholm não possuem química e isso é fatal para qualquer comédia-romântica. Esse era o aspecto que Bier deveria ter trabalhado em seu filme. Os dois parecem mais desconfortáveis em suas cenas do que nós assistindo ao filme. Os diálogos parecem descer quadrados, quando Brosnan fala sobre frutas, não existe algo de especial a ser dito pelos dois, apenas trivialidades do dia-a-dia.

 

E isso não é o sinal de uma comédia-romântica que conseguirá se distinguir no tempo. É verdadeiramente uma pena que talentosos e experientes cineastas como Bier e seu roteirista Jensen fiquem presos a um filme formulaico como esse, sem conseguir emanar nem uma pequena faísca de seus trabalhos anteriores.

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)

 

Amor sem Escalas

 

 

Sinopse: O trabalho de Ryan é viajar pelo país despedindo pessoas. Sem residência fixa a maior parte do ano, ele leva uma vida vazia e sem comprometimentos. Entretanto, um dia a empresa para a qual trabalha decide que ele deve ficar no escritório fazendo seu trabalho remotamente.

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Quem achou estranho o fato de que o diretor da comédia ácida Obrigado por Fumar também é responsável pela fofa fita sobre gravidez juvenil Juno terá algumas respostas ao assistir Amor sem Escalas (Up in the Air). Nessa produção, o cineasta Jason Reitman mostra a todos sua proposta de contação de histórias.

No lugar do lobista da indústria do tabaco, o anti-herói da vez é um homem contratado para demitir pessoas. Por seguir uma filosofia de vida antimatrimonial semelhante à do personagem, George Clooney dá muita graça e sinceridade a Ryan Bingham. A autenticidade do filme é aumentada pelos discursos dos demitidos, emitidos por desempregados reais que acabaram de perder o emprego por causa da crise.

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Do estilo cinematográfico de Reitman, pode-se ver sequências com edição agitada e a construção de quadros que, se vistos sem o contexto, são instigantes e enigmáticos. Os leitores que pensaram “mas o que é isso?” logo no começo de Juno sabem do que estou falando. Só para lembrar: em um gramado, a protagonista bebe um galão de suco de laranja olhando para uma poltrona velha.

Parte do elenco também remete a produções passadas de Jason Reitman, seja em um papel médio, como Jason Bateman (Encontro de Casais), ou em participações especiais. Atores que já estiveram sob a direção de Reitman aparecem na tela em pequenas pontas, como J.K. Simmons – há mais surpresa nesse quesito.

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Apesar de conter momentos engraçados, Amor sem Escalas trata de temas sérios. Solidão, achar sentido na vida e preocupar-se com o futuro são algumas das questões abordadas no enredo. Tudo isso, com um desenvolvimento leve da trama.

 Crítica por: Edu Fernandes (HomemNerd)