sexta-feira, março 29, 2024

Clássicos do Terror que Você não Sabia que Tiveram Sequência

Alguns filmes se tornam clássicos. Estes ícones da sétima arte permeiam todo e qualquer gênero cinematográfico. E com o terror, um de nossos preferidos, obviamente ocorre o mesmo. Obras como O Exorcista (1973), Psicose (1960) e Tubarão (1975) serão para sempre lembrados como alguns dos melhores filmes já produzidos de todos os tempos.

O enorme sucesso muitas vezes traz o desejo dos estúdios por continuações, mas nem todos terminam por se tornar O Poderoso Chefão 2 (1974), Aliens – O Resgate (1986) ou De Volta para o Futuro 2 (1989). Pelo contrário, algumas continuações, de tão eclipsadas por seu original, terminam caindo no esquecimento, como se nunca tivessem existido. Pensando nisso, o CinePOP resolveu formular uma lista com alguns clássicos do terror que tiveram sequência, mas que talvez você nem saiba. Vem com a gente e não esqueça de comentar.

Cemitério Maldito

Começamos com um item que está novamente em voga. Baseado no livro de Stephen King (que o autor considera o mais assustador de seu repertório), Cemitério Maldito voltou aos cinemas este ano na forma de um remake (ou reinterpretação da obra literária). É claro que a primeira vez que o texto virou um filme foi lá em 1989, com o longa cult de Mary Lambert – que completa 30 anos em 2019. Mas o que muitos talvez não saibam é que três anos depois, a própria Lambert comandaria a continuação para a Paramount.

Com um roteiro original, e sem qualquer ligação de King, Cemitério Maldito 2 trazia o menino Edward Furlong (surfando na fama adquiria por O Exterminador do Futuro 2, lançado no ano anterior) como protagonista. Ele e o pai se mudam para a mesma cidade do original, precisando lidar com o luto da morte da mãe da família. Embora a mitologia em torno do cemitério seja expandida, o filme não é tão assustador quanto o original e foi fracasso de crítica e público.

O Exorcista

Esta obra dirigida pelo grande William Friedkin (Operação França), baseada no livro de William Peter Blatty (e com roteiro adaptado pelo próprio) é considerado por muitos como o melhor filme de terror já produzido. De fato, a história sobre uma menina (Linda Blair) possuída por um demônio e a batalha por sua alma é de causar pesadelos. O longa recebeu até mesmo 10 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, e levou o de roteiro.

Quatro anos depois e descobriríamos que o demônio não havia deixado o corpo de Reagan (novamente Blair), agora mais velha. Nada de Ellen Burstyn em O Exorcista II: O Herege, no entanto, e nem os criadores originais. William Peter Blatty voltaria treze anos depois para uma nova fatia do bolo em O Exorcista III, filme que escreveu e dirigiu – desta vez nem Linda Blair topou.

Mas não pense que a saga no cinema acabava. Nova década, nova tentativa. Em meados da década passada, o lendário Paul Schrader (roteirista de Taxi Driver) recebeu sinal verde para uma pré-sequência da história, mas as exibições testes foram tão ruins, que a Warner resolveu contratar Renny Harlin (Do Fundo do Mar) para refilmar do zero a história de origem do Padre Merrin, mantendo do elenco somente o protagonista Stellan Skarsgard. Quando O Exorcista: O Início (2004) se mostrou um fracasso, o estúdio decidiu lançar no ano seguinte Domínio (2005), o filme de Schrader. Em 2016, a franquia se redimia com o lançamento da série de TV da Fox, que durou duas temporadas, apesar dos elogios.

Psicose

Este é outro clássico que terminou seus dias na forma de uma elogiada série de TV recente. Isto é, até decidirem fazer algo mais com o material. Tudo começou, é claro, com a obra imortal de Alfred Hitchcock, Psicose (1960), seu filme mais famoso. Embora fechadinho e sem qualquer necessidade de continuação, ela viria 23 anos depois, em 1983 (nos anos 80, é claro!), com Psicose II. Na trama, Norman Bates (novamente interpretado por Anthony Perkins) é solto do manicômio e reintegrado à sociedade. Mas seus pesadelos voltam a assombra-lo. Quem retorna também é Vera Miles, reprisando o papel da mocinha Lila.

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Três anos depois e o próprio Perkins resolveu tomar as rédeas da história comandando o espetáculo na frente e atrás das câmeras. Na trama de Psicose III, Norman se apaixona por uma noviça caída em tentação, mas “mãe” está na espreita. Não satisfeitos, Psicose IV foi lançado em 1990, como um filme feito para a TV. Através de uma ligação para um programa de rádio, Norman (Perkins) relembra de sua juventude ao lado da mãe. O filme é contado através de flashback, com Henry Thomas (E.T. – O Extraterrestre) vivendo o jovem Norman e Olivia Hussey (Romeu e Julieta, de Franco Zeffirelli) no papel de Norma, sua mãe. A ideia seria repetida na série Bates Motel (2013 – 2017).

Oito anos depois do quarto filme, Psicose voltaria aos cinemas na forma de um remake, dirigido por ninguém menos do que o cultuado Gus Van Sant. Fora isso, o longa Hitchcock (2012), que traz Anthony Hopkins como o icônico cineasta, apresenta os bastidores das filmagens de Psicose – e Scarlett Johansson como Janet Leight ,e Jessica Biel como Vera Miles.

Poltergeist

Esta obra de terror clássica ficou famosa pela disputa de quem verdadeiramente a dirigiu. Um clássico incontestável, o diretor Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica), falecido em 2017, sempre afirmou que não teve muito controle do filme – já que o produtor Steven Spielberg praticamente o dirigiu interferindo todos os dias no set, enquanto filmava E.T. – O Extraterrestre (lançado no mesmo ano). De fato, apesar da diferença de gênero entre os dois filmes fantásticos, eles podem facilmente ser vistos numa sessão dupla sobre a típica família americana dos anos 1980.

Quatro anos depois, sem qualquer envolvimento de Hooper ou Spielberg, a sequência chegava aos cinemas, trazendo todo o elenco original de volta para mais peripécias com espíritos malignos – desta vez envolvendo nativos americanos e uma entidade em forma humana, o Juiz Kane (Julian Beck, que faleceu antes do lançamento do filme). Já Poltergeist III (1988) levou a pequena Carol Anne para viver com os tios Tom Skerritt (Alien – O Oitavo Passageiro) e Nancy Allen (Robocop – O Policial do Futuro) num prédio altamente tecnológico. Infelizmente, a pequena Heather O´Rourke faleceria no mesmo ano do lançamento do filme.

Em 2015, com o tsunami de refilmagens de obras clássicas, Poltergeist: O Fenômeno entrou na dança e ganhou uma nova versão, sem um décimo do brilho original. Nem mesmo as presenças dos talentosos Sam Rockwell e Rosemarie DeWitt conseguiram salvar a produção do esquecimento total.

Tubarão

Mais um caso de filme de prestígio apagando por completo suas sequências muito inferiores. Aqui, no entanto, as continuações de Tubarão, de tão ruins se tornaram cult. Muitos não devem saber, ou talvez não lembrem, mas Tubarão (1975), de Steven Spielberg, além de ser o primeiro blockbuster da história (mesmo sendo um filme de terror e suspense), ganhou três Oscar e foi indicado a melhor filme.

Tamanho sucesso, é claro, encheu os olhos da Universal, que três anos depois confeccionava a continuação Tubarão 2, trazendo novamente Roy Scheider como o xerife Brody, e sua família, as voltas com um novo tubarão assassino. Já nos anos 1980, foi a vez de Tubarão 3-D (1983), que pegava a onda dos filmes em terceira dimensão, movia a ação para um parque aquático e trazia Dennis Quaid no elenco. Mas nada prepararia para Tubarão 4: A Vingança (1987), protagonizado pelo lendário Michael Caine, considerado não apenas o pior da franquia, como também um dos piores filmes de todos os tempos.

Carrie – A Estranha

Carrie (1976), dirigido pelo mestre Brian De Palma, serviu não apenas para colocar o nome do diretor no mapa, como seu primeiro sucesso, mas também o do autor Stephen King, que tinha seu primeiro texto adaptado às telonas. A história de uma menina tímida (Sissy Spacek) que se descobre com poderes telecinéticos quando entra na puberdade é perfeita e fechada. Mas diga isso aos produtores.

Em 1999, uma sequência muito sem-vergonha foi confeccionada e lançada nos cinemas. Utilizando a mesma história requentada, somente a modernizando para os anos 90, A Maldição de Carrie apresentou Emily Bergl como Rachel, herdeira dos poderes de Carrie. O único elo entre os filmes é a presença de Amy Irving reprisando o papel de Sue do original. Depois disso, Carrie voltaria na forma de um filme feito para a TV em 2002, com completos desconhecidos na frente e atrás das câmeras. Em 2013, uma refilmagem oficial e digna de cinema, com Chloe Grace Moretz e Julianne Moore como protagonistas e direção de Kimberly Peirce – o que não impediu o fracasso de público e crítica.

A Profecia

A história de Damien, o menino anticristo, é uma das mais perturbadoras dentro do gênero, e faz uma bela dobradinha com O Bebê de Rosemary (1968). O filme do diretor Richard Donner (Superman – O Filme) foi um grande sucesso, e trazia artistas do nível de Gregory Peck e Lee Remick protagonizando. Com um dos finais mais corajosos para um filme de terror de todos os tempos – do qual o recente Brightburn – Filho das Trevas bebeu muito da fonte -, o longa logo gerou uma sequência. E ela chegou apenas dois anos depois com Damien: A Profecia 2 (1978). Desta vez, Damien estava mais velho e adotado por uma nova família – o destaque no elenco fica por conta de William Holden (Rede de Intrigas).

Mas uma continuação só não é o bastante e em 1981, Damien assumia as formas de Sam Neill, já adulto para o capítulo final de sua saga em Conflito Final: A Última Profecia. Porém, este não seria o final da “saga”, já que dez anos depois, em 1991, chegava às TVs e não aos cinemas, A Profecia IV: O Despertar, desta vez com a menininha Delia (Asia Vieira) e não mais Damien nas formas do emissário de Satã. Em 2006, exatamente 30 anos depois do original, chegava aos cinemas o remake de A Profecia, estrelado por Julia Stiles e Liev Schreiber, e a participação de Rosemary em pessoa, Mia Farrow.

Um Lobisomem Americano em Londres

Referência ainda hoje quando o assunto é filme de lobisomem, este terror dirigido por John Landis – mais acostumado a realizar comédias – entrou para a história se tornando uma das obras mais cult do gênero. E de quebra levou para casa o Oscar de melhor maquiagem, para o prestigiado Rick Baker. Uma curiosidade é que Baker estava cuidando da maquiagem de outro filme de lobisomem da época, que foi lançado no mesmo ano: Grito de Horror, de Joe Dante. Ao trocar de barco, Baker terminou com sua primeira estatueta da Academia, num total de sete.

Lançada em 1997, a sequência Um Lobisomem Americano em Paris era mais voltada para a tendência de filmes da época, ou seja, uma produção com ares juvenis e moderninhos, muitas referências à cultura pop (contando inclusive com uma canção tema da banda Bush, intitulada Mouth) e roteiro recheado de humor e tiradas. Curiosamente, quem protagoniza é a musa francesa Julie Delpy, imortalizada pela trilogia do Antes de Richard Linklater. Este amigo que vos fala teve o “prazer” de assistir ao longa no cinema e até ter se divertido na época. Porém, basta uma revisão para perceber que, além do filme não ser muito bom, os efeitos que criam as criaturas lupinas, todos gerados por computadores, envelheceram muito mal. Ao contrário do original.

A Mosca

Antes de qualquer coisa, precisamos levar em conta que o filme emblemático e pra lá de nojento de 1986, dirigido por David Cronenberg, já é por si só uma refilmagem de A Mosca da Cabeça Branca (1958). O filme protagonizado por Jeff Goldblum e Geena Davis, no entanto, é um dos casos raros de refilmagem superior ao original.

A Mosca (1986) é mais um caso onde os efeitos se mantém atuais e ainda impressionantes. Três anos depois e a Fox não tardou em orquestrar uma continuação bem mequetrefe – embora tenha feito parte da infância de muita gente, incluindo a deste que vos fala. A Mosca II (1989) traz Eric Stoltz na pele do filho do personagem de Goldblum, que nasceu com os genes de seu pai e aos poucos vai se transformando numa mosca. Aqui, no entanto, temos um final feliz. Seu par no filme é a sumida Daphne Zuniga, de S.O.S. – Tem um Louco Solto no Espaço (1987) e da série Melrose (1992-1996). Já Eric Stoltz, embora rejeitado em De Volta para o Futuro (1985) – o ator chegou a gravar muitas cenas como Marty McFly antes de ser substituído por Michael J. Fox – saía dos sucessos de Marcas do Destino (1985), com Cher, e Alguém Muito Especial (1987), escrito por John Hughes.

O Enigma de Outro Mundo

Aqui temos um caso parecido com o item acima. De fato, O Enigma de Outro Mundo, do mestre John Carpenter, se mantém lado a lado com A Mosca (1986) como um dos filmes com efeitos mais impressionantes saídos da década de 1980. E assim como A Mosca, o filme de Carpenter é a refilmagem de uma obra da década de 1950, O Monstro do Ártico (1951), conseguindo superá-la em qualidade.

Por anos os fãs falavam sobre uma eventual sequência. Mas ela talvez tenha vindo na forma errada. Sem qualquer envolvimento de Carpenter, o novo Enigma de Outro Mundo (2011), previamente chamado de A Coisa, é basicamente uma refilmagem do filme de 1982, clamando ser uma pré-sequência, que serve para nos mostrar o que aconteceu no acampamento da equipe de cientistas noruegueses antes dos eventos do filme protagonizado por Kurt Russell. Nem mesmo a presença da gracinha carismática Mary Elizabeth Winstead como a protagonista é o suficiente para salvar o filme da apatia.

Entrevista com o Vampiro

Ninguém imaginava que este filme de vampiros estrelado pelos bonitões Tom Cruise e Brad Pitt se transformaria num clássico moderno. Sem dúvidas a autora Anne Rice, escritora do livro, pensava algo totalmente oposto. Na verdade, quando soube da escalação do astro Cruise, muito associado a figura do galã, para o papel do experiente Lestat, Rice não ficou nada contente. Após o resultado do filme, ela escreveu para o ator se desculpando.

Agora, imagina o que Rice deve ter pensado ao ver na pele do mesmo personagem o apático Stuart Townsend. A Rainha dos Condenados (2002) é uma espécie de continuação de Entrevista com o Vampiro (1994), já que segue os passos de Lestat no mundo moderno, agora incorporando o status de astro de rock. O filme, assim como Entrevista, é baseado num livro de Rice. O longa ficaria marcado pela tragédia, mas não por causa de sua falta qualidade, e sim pela morte da cantora Aaliyah, aos 22 anos, em plena ascensão na carreira de cantora e atriz. A jovem faleceu antes do lançamento do filme e precisou ser dublada em algumas cenas.

Aaliyah vive Akasha no filme, a Rainha dos Vampiros. Apesar do jeitão de filme para a TV, a Warner bancou o desafio e lançou o longa nos cinemas, talvez como forma de homenagear a atriz e presentear seus fãs. O fato, porém, não impediu o fracasso da obra.

O Iluminado

Aqui temos mais um filme baseado num livro de Stephen King. Este, um dos melhores longas de terror de todos os tempos, não por menos dirigido pelo gênio Stanley Kubrick, um dos maiores cineastas a terem pisado em nosso planeta. Curiosamente, King não gostou nem um pouco do tratamento dado por Kubrick ao seu texto e deserdou a produção. Anos depois, em 1997, um filme feito para a TV (na verdade uma minissérie em dois episódios), protagonizado por Rebecca De Mornay, mais fiel ao livro, deixou o autor satisfeito – mesmo sendo execrado por qualquer outro humano respirando.

King escreveu a sequência de seu livro, intitulado Doutor Sono, em 2013. E este ano, teremos finalmente a adaptação para o cinema. Protagonizado por Ewan McGregor na pele do menino Danny agora adulto, e com Rebecca Ferguson e Jacob Tremblay no elenco, o filme estreia em novembro. Com direção de Mike Flanagan, da série A Maldição da Residência Hill (2018), o longa poderá vir a agradar seu severo criador, isto é, se mantiver fidelidade ao material original, é claro.

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