quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | Colegas

Uma fábula atemporal e emocionante, que apresenta um Brasil inocente e personagens determinados a cumprir seus sonhos, mesmo que estes pareçam impossíveis. Colegas chega aos cinemas nacionais quebrando dois tabus.

O primeiro deles, é fugir da fórmula arcaica que toma conta do cinema nacional: somos bombardeados anualmente com filmes-favela de extrema violência, que mostra o pior do nosso país, ou das comédias escrachadas de roteiro chulo, presente da Globo Filmes.

O segundo tabu quebrado, e o mais importante, é trazer como protagonistas três jovens com síndrome de Down, e não fazer o enredo girar em cima de suas dificuldades ou limitações – mas tratá-los como pessoas como nós, com medos e anseios, correndo atrás de seus sonhos.

A comédia trata de forma poética coisas simples da vida, através dos olhos dos três personagens com síndrome de Down. Eles são apaixonados por cinema e trabalham na videoteca do instituto onde vivem. Um dia, inspirados pelo filme ‘Thelma & Louise’, resolvem fugir no Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte) em busca de três sonhos: Stalone (Ariel Goldenberg) quer ver o mar, Aninha (Rita Pokk) quer casar e Márcio (Breno Viola) precisa voar. Nesta busca, se envolvem em inúmeras aventuras como se tudo não passasse de um maravilhoso sonho.

Quase todos os diálogos dos personagens são homenagens a filmes de sucesso, como ‘A Primeira Noite de um Homem’, ‘007’, ‘Homens de Preto’, ‘Cidade de Deus’, ‘E O Vento Levou…’.

Com uma direção talentosa e segura de Marcelo Galvão, a história se apresenta como atemporal: ao mesmo tempo em que temos celulares, temos carros antigos, fitas cassetes e até uma participação especial de Raul Seixas, responsável pela trilha sonora da produção. É um mundo paralelo, inocente e seguro – como a imaginação fértil e doce desses jovens.

O elenco é um show à parte: Breno Viola é quem se sair melhor como Márcio, responsável pelas melhores piadas. Casados na vida real, Ariel Goldenberg e Rita Pokk transportam para a tela essa química, e conseguem emocionar e convencer como um casal apaixonado. O elenco de apoio tem nomes de peso, como Lima Duarte, Leonardo Miggiorin, Juliana Didone, além de contar com mais 60 jovens com síndrome de Down.

Não deixe de assistir:

Colegas pode ser definido como uma comédia road movie fantástica, que coincidentemente, é estrelada por jovens com síndrome de Down. Galvão dedica a produção a um tio portador de Down, cuja história o incentivou a roteirizar e dirigir este filme.

Sem se aprofundar no lado negativo da síndrome, ele evita o preconceito ao mostrar que esses jovens são inteligentes e possuem os mesmos sonhos que nós, além de ter um humor irreverente com direito a auto parodia e piadas de humor negro – humanizando os personagens e nos permitindo rir.

A vida é curta demais para ser pequena, então façam de suas vidas algo extraordinário!”.

 

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