sábado , 23 novembro , 2024

Conheça a franquia ‘O Exterminador do Futuro’

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O novo capítulo de uma das mais famosas franquias do cinema está em cartaz pelas salas do mundo, agradando crítica e público. O longa traz de volta o elenco original, além do criador e pai do conceito, o diretor James Cameron – que escreveu o roteiro do novo filme.

Para relembrar todo o universo querido desta grande série cinematográfica, em homenagem ao novo exemplar da franquia, o CinePOP recapitula para você todos os filmes e algumas surpresas. Vem conhecer.



O Exterminador do Futuro (1984)

O cineasta James Cameron começou a carreira como diretor de fotografia em efeitos visuais, técnico em efeitos visuais e diretor de segunda unidade em filmes como Mercenários das Galáxias (1980), Galáxia do Terror (1981) e Fuga de Nova York (1981). Seu primeiro longa na direção viria com o terror Piranhas 2: Assassinas Voadoras (1981), e foi durante as filmagens desta produção que Cameron, durante uma forte febre teve um pesadelo/alucinação com um esqueleto metálico que o perseguia.

Assim nascia o conceito de O Exterminador do Futuro. Ao lado de Gale Anne Hurd, Cameron escreveu o roteiro do longa, que falava sobre uma guerra no futuro, travada entre homens e máquinas conscientes. Através de uma viagem no tempo, um soldado da resistência humana é enviado para proteger Sarah Connor, a mãe do líder dos homens, John Connor, antes de seu nascimento. Isso ocorre quando descobrem os planos das máquinas em fazer o mesmo para matá-la, tendo como executor: um exterminador – um robô de aparência humana.

Curiosamente, o grandalhão Arnold Schwarzenegger havia sido cotado inicialmente para viver o herói do filme, Kyle Reese. Mas no jantar em que se conheceram para falar do projeto, ambos James Cameron e ele decidiram que seria melhor que o ator interpretasse o vilão do filme, e verdadeiro foco da história. Por outro lado, O.J. Simpson, ex-jogador transformado em ator, era a primeira opção para o papel do robótico matador. Já imaginou como seria a trajetória da franquia caso isso tivesse ocorrido? Um verdadeiro destino sombrio.

Com um orçamento de US$6.400 milhões, O Exterminador do Futuro acumulou mais de US$78 milhões pelo mundo. Se mostrando um verdadeiro sucesso de bilheteria.

O filme é o número 240 na lista dos melhores filmes de todos os tempos na opinião do grande público.

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

Grande parte das ideias contidas nesta sequência haviam sido planejadas por Cameron ainda no original – como a presença de um exterminador do mal na forma de metal líquido. Tais ideias ambiciosas foram descartadas pelo criador, que percebeu que não era um nome grande o suficiente na indústria ainda para empurrar um conceito tão complexo e inflado. Assim, para o primeiro filme, o diretor manteve as coisas o mais simples possível – o que já foi difícil dentro de uma proposta de grande escopo.

Com o sucesso do primeiro, era de se esperar que uma sequência fosse produzida ainda na década de 1980. O estúdio dono dos direitos, no entanto, enfrentava problemas financeiros e terminou falindo, assim colocando na geladeira momentaneamente os planos de uma continuação. O que no fim das contas foi ótimo para Cameron, que deseja ter em mãos a tecnologia certa para colocar em prática sua ambiciosa visão dos efeitos do longa, em especial o antagonista formado de metal líquido. E deu certo. Com mais nome na indústria, após ter dirigido Aliens – O Resgate (1986) e O Segredo do Abismo (1989), Cameron se tornou o responsável pelo primeiro filme a utilizar em grande parte de sua projeção efeitos especiais gerados por computador, hoje conhecidos como CGI.

O Exterminador do Futuro 2 foi um filme revolucionário no aspecto técnico, importantíssimo para a indústria, goste você do filme ou não. Outra jogada de mestre foi transformar o vilão do filme original em herói protetor no segundo, subverter o gênero da continuação – passando de um terror/ficção B para um grande blockbuster de ação, repleto de bom humor e um drama que funciona. Não por menos, o filme é conhecido como uma das sequências superiores ao seu original. Todos os personagens evoluem aqui também, e Linda Hamilton passa de vítima indefesa, para uma das heroínas mais bad ass da história do cinema, uma mulher verdadeiramente forte e independente. E a adição de um menino muito inteligente (Edward Furlong) foi a cereja no bolo para a conexão do público com a máquina. A relação de John Connor com o Exterminador, a figura paterna que nunca teve, é a alma do filme.

O Exterminador do Futuro 2 teve um largo orçamento de US$102 milhões de dólares, e recolheu de volta mais de US$520 milhões pelo mundo, se tornando um dos maiores sucessos financeiros da história do cinema, e a maior bilheteria de seu respectivo ano. Hoje, muitos não fazem ideia do que foi a febre deste filme, é preciso ter vivido a época. O longa levou para casa as estatuetas do Oscar de melhor som, efeitos sonoros, maquiagem e efeitos visuais, além de ser indicado para fotografia e edição. Ele é também o número 38 dos melhores filmes de todos os tempos na opinião do grande público.

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)

Após o sucesso do segundo, James Cameron não se deixou influenciar pelos produtores, afirmando que a história estava finalizada – sem qualquer desejo de continuar a saga dos Connor. Junte a isso, nova falência de outro estúdio, e a separação de Cameron e sua estrela Linda Hamilton, que ficaram juntos após o segundo filme. Quando se divorciaram em 1999, a atriz herdou os direitos da franquia judicialmente. Assim, ela vendeu a um novo estúdio, mas como o ex-marido, alegou que não tinha desejo em voltar ao papel de Sarah Connor por seu arco já ter se fechado no fim de O Exterminador 2.

Sem Cameron e Hamilton, Schwarzenegger também estava relutante e foi pedir conselho ao amigo criador da franquia. O diretor então o aconselhou a fazer, mas que pedisse a maior quantia que pudesse para retornar. Assim, o ator, que visava o cargo de governador da Califórnia (conquistado por ele em outubro do mesmo ano), através de um super advogado de Hollywood, estipulou um contrato de 33 páginas com diversas exigências aos produtores – todas cumpridas. Seu salário para o filme foi de US$29.25 milhões, o maior na indústria até então, além de 20% de todo o merchandising e exibições do filme. Desta forma, doze anos depois, o Exterminador estava de volta.

Outro membro do elenco que ficou de fora foi Edward Furlong, o John Connor. O ator era a primeira opção para reprisar o papel, no entanto, devido a seus problemas pessoais com drogas e sua reabilitação, o jovem não pôde participar, sendo substituído por Nick Stahl. Com a saída de Hamilton e sua Sarah Connor da história, duas personagens femininas foram adicionadas ao terceiro Exterminador. A primeira, vivida por Claire Danes, foi a heroína Kate Brewster, adicionada à mitologia como a futura esposa de John – após a saída de sua mãe. E a segunda, de forma inédita na franquia, a primeira exterminadora mulher nas formas estonteantes de Kristanna Loken – em seu único papel de destaque no cinema.

Com um orçamento estimado de US$200 milhões, o terceiro Exterminador, dirigido por Jonathan Mostow (Breakdown), faturou mundialmente menos que seu antecessor, somando um pouco mais de US$433 milhões. As críticas do filme também foram mistas.

O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor (2008-2009)

Após o terceiro capítulo da franquia ter tirado de cena sua personagem chave, Sarah Connor voltaria como protagonista, mas de uma série de TV. Produzido pela Warner, e distribuído pela FOX em grande parte do mundo, a primeira e única série da franquia O Exterminador do Futuro voltava no tempo para narrar a jornada de Sarah logo após o término do segundo filme. Para o papel principal, a atriz Lena Headey foi escolhida, anos antes de ficar conhecida como a Cersei Lannister de Game of Thrones.

A trama da série narrava as aventuras de Sarah ao lado do filho John (aqui vivido pelo ator Thomas Dekker) tentando se manter escondidos do governo, enquanto são caçados e tentam destruir de vez a Skynet, o computador responsável pelo início da guerra entre humanos e máquinas. Apesar de ignorar o terceiro filme, a série utilizou uma ideia presente nele, e trouxe uma nova exterminadora mulher ao jogo. Vivida pela atriz Summer Glau, Cameron Phillips é a protetora da dupla, uma máquina enviada do futuro, dona de um passado misterioso.

A série, no entanto, não fez bons números de audiência e logo foi cancelada. Ficou no ar por duas temporadas, de 2008 a 2009. Apesar disso, foi indicada para quatro prêmios Emmy.

O Exterminador do Futuro: A Salvação (2009)

No mesmo ano em que a série de TV sobre Sarah Connor era cancelada, um novo filme da franquia estreava nos cinemas. A Salvação é o ponto fora da curva em diversos aspectos. Primeiro, é o único que não contou com a presença do nome mais associado a esta marca: Arnold Schwarzenegger. Devido à função como governador da Califórnia, o ator não retornou para o quarto filme. Mas os realizadores trataram de entregar uma homenagem, com o famoso T-800, personagem de Arnold, fazendo uma ponta no final, numa mistura de efeitos especiais e um dublê.

Além disso, esse é o primeiro filme da franquia inteiramente passado no futuro, sem o uso do corriqueiro artifício da viagem no tempo. Desta vez, não temos um exterminador protetor e outro enviado para matar um personagem em nosso tempo. Aqui, a trama se desenrola nos primórdios da tão anunciada guerra entre homens e máquinas. Para isso, o orçamento foi de novo escalado para a casa de US$200 milhões, mas sem um astro do porte de Schwarzenegger para papar grande fatia disto.

Outro fator aqui é que o centro da história desta vez é John Connor, o líder da resistência, que ainda não havia chegado a tal posto – interpretado pelo metódico e explosivo Christian Bale. Personagens dos filmes anteriores voltam a dar as caras, com novas formas, como Kate Brewster, agora vivida por Bryce Dallas Howard, e Kyle Reese ainda na juventude, personificado pelo falecido Anton Yelchin. A adição mais chamativa é Marcus Wright, papel de Sam Worthington (recomendado pelo próprio James Cameron, com quem filmava Avatar), um humano que é aperfeiçoado como uma máquina sem saber. Tal segredo foi revelado durante as prévias do filme – em trailers (uma péssima estratégia).

O responsável pelo comando da obra foi McG, mais conhecido pelo sucesso dos dois As Panteras (2000 e 2003). A Salvação sofreu por seus problemas de bastidores (uma briga acalorada entre Bale e o diretor de fotografia) e críticas negativas, resultando numa bilheteria abaixo do esperado, a pior dentre todas as sequências. O filme arrecadou US$371 milhões ao redor do mundo.

O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)

Novos tempos. Nova década. Schwarzenegger havia terminado seu mandato como governador da Califórnia em 2011, voltado a atuar no cinema, e desde então buscava um novo sucesso nesta fase de sua carreira. E nada melhor do que voltar à franquia que o consagrou, doze anos após sua última aparição. O principal problema a ser resolvido foi a idade o ator – afinal, aos 68 anos, ele seria um robô bem envelhecido. Este argumento já havia sido levantado em 2003, e respondido com a explicação de que o tecido que envolve o esqueleto metálico é vivo, e envelhece.

Para este novo retorno do astro, ele fez seu colega e criador da franquia James Cameron atestar a qualidade da nova obra. Na direção, o cineasta Alan Taylor, de Game of Thrones e Thor: O Mundo Sombrio. A ideia, uma piração só, designada a apelar à nostalgia. Desta vez, o roteiro misturava elementos dos dois primeiros longas, inclusive realizando uma volta no tempo para dentro de tais filmes. Temos, por exemplo, reproduzida a chegada do T-800 mau e Kyle Reese (desta vez vivido pelo parrudo Jai Courtney) em 1984, do primeiro filme. E estes são justamente os melhores trechos do longa.

Na história recontada, modificações expressivas. O exterminador velho e atual aparece para combater sua contraparte jovem; enquanto Reese é interceptado pelo T-1000 (não mais Robert Patrick, e sim Byung-Hun Lee), e quem surge para resgatá-lo é ninguém menos que Sarah Connor, papel da petit Emilia Clarke, emulando a persona de Linda Hamilton. No meio desta tremenda confusão está John Connor (Jason Clarke), adulto, que também volta ao passado para encontrar sua mãe. Esse samba doido poderia ter rendido um bom ritmo, porém, o filme nunca consegue fazer sentido de tudo e para piorar transformam John Connor, o salvador da pátria, no vilão desta vez – o que soa apenas como manobra de choque.

Nem precisa dizer que os fãs não gostaram nada de tal reviravolta (que inclusive foi divulgada em trailers e até no cartaz – num dos piores cases de estratégia de marketing da história). As críticas foram severas, também pudera, o quinto Exterminador é difícil de ser defendido. Apesar disso, com um orçamento de US$155 milhões (50 milhões a menos que os dois últimos filmes), o quinto longa arrecadou um pouco mais de US$440 milhões – bilheteria maior que os dois filmes anteriores.

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (2019)

Com uma bilheteria mais animadora após a volta de Arnold Schwarzenegger à franquia, apenas quatro anos se passaram para um novo Exterminador do Futuro surgir nos cinemas. Destino Sombrio, no entanto, afirma ser diferente dos outros. E para isso, trouxe de volta não apenas Arnold, mas duas peças essenciais, há muito perdidas na franquia. O criador James Cameron (nas capacidades de produtor e roteirista) e Linda Hamilton, reprisando o papel da durona Sarah Connor pela terceira vez, depois de 28 anos. Quem dirige é Tim Miller (Deadpool).

Fora isso, Destino Sombrio elimina os três filmes anteriores, declarando ser o verdadeiro terceiro episódio. E funciona muito bem como tal – se comportando como a melhor continuação após O Julgamento Final. O interessante é que o foco é jogado de novo para Sarah Connor e não para o exterminador, que entra tarde em cena. Bem, em Sarah e nas novas personagens. Destino Sombrio é pura representatividade feminina. A franquia sempre teve Sarah como sua força e alma – e agora, duas novas personagem ficam lado a lado com ela. Grace (Mackenzie Davis) é uma exterminadora diferente, meio humana. E Dani (Natalia Reyes) é a nova escolhida para salvar o mundo.

O arco do exterminador é bom também, humanizando novamente a máquina, e Sarah está mais durona do que nunca. Para completar a brincadeira, o novo exterminador vilão é muito ameaçador e faz jus aos originais. Visualmente, o personagem também funciona, numa mistura dos dois primeiros exterminadores maus (o T-800 e o T-1000) combinados num só. Mas apesar das críticas positivas de críticos e público, Destino Sombrio está lutando para se manter rentável. Com um orçamento de US$185 milhões, o filme somou até o momento, com duas semanas em cartaz, um pouco mais de US$204 milhões.

Desde o quarto filme, os planos são para uma nova trilogia – abortada duas vezes. Bem, Destino Sombrio é o que mais merece continuar, então torçamos para que o filme gere mais lucro em sua trajetória nas telonas.

Bônus:

T2 3D: Battle Across Time (1996)

Este não é exatamente um filme, ou sequer uma série de TV. Após o sucesso de O Julgamento Final (1991), era óbvio que Deus e o mundo iria forçar James Cameron a realizar mais um Exterminador do Futuro. Mas o máximo que o diretor se dispôs a fazer na época foi este simulador de parques temáticos, cinco anos após seu estrondoso sucesso.

Na época, Cameron estava para lançar seu filme mais ambicioso até então, Titanic (1997), que viria a se tornar a maior bilheteria do cinema. Assim, com 21 minutos de duração, os fãs puderam voltar (mesmo que momentaneamente) para o universo desta ficção. Lembrando que na época só existiam os dois primeiros filmes. A trama se passava diretamente no futuro, e trazia Schwarzenegger e Edward Furlong como o exterminador de John Connor (um pouco mais velho) combatendo as máquinas numa realidade devastada. Tudo acontecia com o uso do 3D, emergindo o visitante na experiência. Robert Patrick também retornou como T-1000, e Linda Hamilton pôde somente ser ouvida através de gravações de sua voz.

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Para relembrar todo o universo querido desta grande série cinematográfica, em homenagem ao novo exemplar da franquia, o CinePOP recapitula para você todos os filmes e algumas surpresas. Vem conhecer.

O Exterminador do Futuro (1984)

O cineasta James Cameron começou a carreira como diretor de fotografia em efeitos visuais, técnico em efeitos visuais e diretor de segunda unidade em filmes como Mercenários das Galáxias (1980), Galáxia do Terror (1981) e Fuga de Nova York (1981). Seu primeiro longa na direção viria com o terror Piranhas 2: Assassinas Voadoras (1981), e foi durante as filmagens desta produção que Cameron, durante uma forte febre teve um pesadelo/alucinação com um esqueleto metálico que o perseguia.

Assim nascia o conceito de O Exterminador do Futuro. Ao lado de Gale Anne Hurd, Cameron escreveu o roteiro do longa, que falava sobre uma guerra no futuro, travada entre homens e máquinas conscientes. Através de uma viagem no tempo, um soldado da resistência humana é enviado para proteger Sarah Connor, a mãe do líder dos homens, John Connor, antes de seu nascimento. Isso ocorre quando descobrem os planos das máquinas em fazer o mesmo para matá-la, tendo como executor: um exterminador – um robô de aparência humana.

Curiosamente, o grandalhão Arnold Schwarzenegger havia sido cotado inicialmente para viver o herói do filme, Kyle Reese. Mas no jantar em que se conheceram para falar do projeto, ambos James Cameron e ele decidiram que seria melhor que o ator interpretasse o vilão do filme, e verdadeiro foco da história. Por outro lado, O.J. Simpson, ex-jogador transformado em ator, era a primeira opção para o papel do robótico matador. Já imaginou como seria a trajetória da franquia caso isso tivesse ocorrido? Um verdadeiro destino sombrio.

Com um orçamento de US$6.400 milhões, O Exterminador do Futuro acumulou mais de US$78 milhões pelo mundo. Se mostrando um verdadeiro sucesso de bilheteria.

O filme é o número 240 na lista dos melhores filmes de todos os tempos na opinião do grande público.

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

Grande parte das ideias contidas nesta sequência haviam sido planejadas por Cameron ainda no original – como a presença de um exterminador do mal na forma de metal líquido. Tais ideias ambiciosas foram descartadas pelo criador, que percebeu que não era um nome grande o suficiente na indústria ainda para empurrar um conceito tão complexo e inflado. Assim, para o primeiro filme, o diretor manteve as coisas o mais simples possível – o que já foi difícil dentro de uma proposta de grande escopo.

Com o sucesso do primeiro, era de se esperar que uma sequência fosse produzida ainda na década de 1980. O estúdio dono dos direitos, no entanto, enfrentava problemas financeiros e terminou falindo, assim colocando na geladeira momentaneamente os planos de uma continuação. O que no fim das contas foi ótimo para Cameron, que deseja ter em mãos a tecnologia certa para colocar em prática sua ambiciosa visão dos efeitos do longa, em especial o antagonista formado de metal líquido. E deu certo. Com mais nome na indústria, após ter dirigido Aliens – O Resgate (1986) e O Segredo do Abismo (1989), Cameron se tornou o responsável pelo primeiro filme a utilizar em grande parte de sua projeção efeitos especiais gerados por computador, hoje conhecidos como CGI.

O Exterminador do Futuro 2 foi um filme revolucionário no aspecto técnico, importantíssimo para a indústria, goste você do filme ou não. Outra jogada de mestre foi transformar o vilão do filme original em herói protetor no segundo, subverter o gênero da continuação – passando de um terror/ficção B para um grande blockbuster de ação, repleto de bom humor e um drama que funciona. Não por menos, o filme é conhecido como uma das sequências superiores ao seu original. Todos os personagens evoluem aqui também, e Linda Hamilton passa de vítima indefesa, para uma das heroínas mais bad ass da história do cinema, uma mulher verdadeiramente forte e independente. E a adição de um menino muito inteligente (Edward Furlong) foi a cereja no bolo para a conexão do público com a máquina. A relação de John Connor com o Exterminador, a figura paterna que nunca teve, é a alma do filme.

O Exterminador do Futuro 2 teve um largo orçamento de US$102 milhões de dólares, e recolheu de volta mais de US$520 milhões pelo mundo, se tornando um dos maiores sucessos financeiros da história do cinema, e a maior bilheteria de seu respectivo ano. Hoje, muitos não fazem ideia do que foi a febre deste filme, é preciso ter vivido a época. O longa levou para casa as estatuetas do Oscar de melhor som, efeitos sonoros, maquiagem e efeitos visuais, além de ser indicado para fotografia e edição. Ele é também o número 38 dos melhores filmes de todos os tempos na opinião do grande público.

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)

Após o sucesso do segundo, James Cameron não se deixou influenciar pelos produtores, afirmando que a história estava finalizada – sem qualquer desejo de continuar a saga dos Connor. Junte a isso, nova falência de outro estúdio, e a separação de Cameron e sua estrela Linda Hamilton, que ficaram juntos após o segundo filme. Quando se divorciaram em 1999, a atriz herdou os direitos da franquia judicialmente. Assim, ela vendeu a um novo estúdio, mas como o ex-marido, alegou que não tinha desejo em voltar ao papel de Sarah Connor por seu arco já ter se fechado no fim de O Exterminador 2.

Sem Cameron e Hamilton, Schwarzenegger também estava relutante e foi pedir conselho ao amigo criador da franquia. O diretor então o aconselhou a fazer, mas que pedisse a maior quantia que pudesse para retornar. Assim, o ator, que visava o cargo de governador da Califórnia (conquistado por ele em outubro do mesmo ano), através de um super advogado de Hollywood, estipulou um contrato de 33 páginas com diversas exigências aos produtores – todas cumpridas. Seu salário para o filme foi de US$29.25 milhões, o maior na indústria até então, além de 20% de todo o merchandising e exibições do filme. Desta forma, doze anos depois, o Exterminador estava de volta.

Outro membro do elenco que ficou de fora foi Edward Furlong, o John Connor. O ator era a primeira opção para reprisar o papel, no entanto, devido a seus problemas pessoais com drogas e sua reabilitação, o jovem não pôde participar, sendo substituído por Nick Stahl. Com a saída de Hamilton e sua Sarah Connor da história, duas personagens femininas foram adicionadas ao terceiro Exterminador. A primeira, vivida por Claire Danes, foi a heroína Kate Brewster, adicionada à mitologia como a futura esposa de John – após a saída de sua mãe. E a segunda, de forma inédita na franquia, a primeira exterminadora mulher nas formas estonteantes de Kristanna Loken – em seu único papel de destaque no cinema.

Com um orçamento estimado de US$200 milhões, o terceiro Exterminador, dirigido por Jonathan Mostow (Breakdown), faturou mundialmente menos que seu antecessor, somando um pouco mais de US$433 milhões. As críticas do filme também foram mistas.

O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor (2008-2009)

Após o terceiro capítulo da franquia ter tirado de cena sua personagem chave, Sarah Connor voltaria como protagonista, mas de uma série de TV. Produzido pela Warner, e distribuído pela FOX em grande parte do mundo, a primeira e única série da franquia O Exterminador do Futuro voltava no tempo para narrar a jornada de Sarah logo após o término do segundo filme. Para o papel principal, a atriz Lena Headey foi escolhida, anos antes de ficar conhecida como a Cersei Lannister de Game of Thrones.

A trama da série narrava as aventuras de Sarah ao lado do filho John (aqui vivido pelo ator Thomas Dekker) tentando se manter escondidos do governo, enquanto são caçados e tentam destruir de vez a Skynet, o computador responsável pelo início da guerra entre humanos e máquinas. Apesar de ignorar o terceiro filme, a série utilizou uma ideia presente nele, e trouxe uma nova exterminadora mulher ao jogo. Vivida pela atriz Summer Glau, Cameron Phillips é a protetora da dupla, uma máquina enviada do futuro, dona de um passado misterioso.

A série, no entanto, não fez bons números de audiência e logo foi cancelada. Ficou no ar por duas temporadas, de 2008 a 2009. Apesar disso, foi indicada para quatro prêmios Emmy.

O Exterminador do Futuro: A Salvação (2009)

No mesmo ano em que a série de TV sobre Sarah Connor era cancelada, um novo filme da franquia estreava nos cinemas. A Salvação é o ponto fora da curva em diversos aspectos. Primeiro, é o único que não contou com a presença do nome mais associado a esta marca: Arnold Schwarzenegger. Devido à função como governador da Califórnia, o ator não retornou para o quarto filme. Mas os realizadores trataram de entregar uma homenagem, com o famoso T-800, personagem de Arnold, fazendo uma ponta no final, numa mistura de efeitos especiais e um dublê.

Além disso, esse é o primeiro filme da franquia inteiramente passado no futuro, sem o uso do corriqueiro artifício da viagem no tempo. Desta vez, não temos um exterminador protetor e outro enviado para matar um personagem em nosso tempo. Aqui, a trama se desenrola nos primórdios da tão anunciada guerra entre homens e máquinas. Para isso, o orçamento foi de novo escalado para a casa de US$200 milhões, mas sem um astro do porte de Schwarzenegger para papar grande fatia disto.

Outro fator aqui é que o centro da história desta vez é John Connor, o líder da resistência, que ainda não havia chegado a tal posto – interpretado pelo metódico e explosivo Christian Bale. Personagens dos filmes anteriores voltam a dar as caras, com novas formas, como Kate Brewster, agora vivida por Bryce Dallas Howard, e Kyle Reese ainda na juventude, personificado pelo falecido Anton Yelchin. A adição mais chamativa é Marcus Wright, papel de Sam Worthington (recomendado pelo próprio James Cameron, com quem filmava Avatar), um humano que é aperfeiçoado como uma máquina sem saber. Tal segredo foi revelado durante as prévias do filme – em trailers (uma péssima estratégia).

O responsável pelo comando da obra foi McG, mais conhecido pelo sucesso dos dois As Panteras (2000 e 2003). A Salvação sofreu por seus problemas de bastidores (uma briga acalorada entre Bale e o diretor de fotografia) e críticas negativas, resultando numa bilheteria abaixo do esperado, a pior dentre todas as sequências. O filme arrecadou US$371 milhões ao redor do mundo.

O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)

Novos tempos. Nova década. Schwarzenegger havia terminado seu mandato como governador da Califórnia em 2011, voltado a atuar no cinema, e desde então buscava um novo sucesso nesta fase de sua carreira. E nada melhor do que voltar à franquia que o consagrou, doze anos após sua última aparição. O principal problema a ser resolvido foi a idade o ator – afinal, aos 68 anos, ele seria um robô bem envelhecido. Este argumento já havia sido levantado em 2003, e respondido com a explicação de que o tecido que envolve o esqueleto metálico é vivo, e envelhece.

Para este novo retorno do astro, ele fez seu colega e criador da franquia James Cameron atestar a qualidade da nova obra. Na direção, o cineasta Alan Taylor, de Game of Thrones e Thor: O Mundo Sombrio. A ideia, uma piração só, designada a apelar à nostalgia. Desta vez, o roteiro misturava elementos dos dois primeiros longas, inclusive realizando uma volta no tempo para dentro de tais filmes. Temos, por exemplo, reproduzida a chegada do T-800 mau e Kyle Reese (desta vez vivido pelo parrudo Jai Courtney) em 1984, do primeiro filme. E estes são justamente os melhores trechos do longa.

Na história recontada, modificações expressivas. O exterminador velho e atual aparece para combater sua contraparte jovem; enquanto Reese é interceptado pelo T-1000 (não mais Robert Patrick, e sim Byung-Hun Lee), e quem surge para resgatá-lo é ninguém menos que Sarah Connor, papel da petit Emilia Clarke, emulando a persona de Linda Hamilton. No meio desta tremenda confusão está John Connor (Jason Clarke), adulto, que também volta ao passado para encontrar sua mãe. Esse samba doido poderia ter rendido um bom ritmo, porém, o filme nunca consegue fazer sentido de tudo e para piorar transformam John Connor, o salvador da pátria, no vilão desta vez – o que soa apenas como manobra de choque.

Nem precisa dizer que os fãs não gostaram nada de tal reviravolta (que inclusive foi divulgada em trailers e até no cartaz – num dos piores cases de estratégia de marketing da história). As críticas foram severas, também pudera, o quinto Exterminador é difícil de ser defendido. Apesar disso, com um orçamento de US$155 milhões (50 milhões a menos que os dois últimos filmes), o quinto longa arrecadou um pouco mais de US$440 milhões – bilheteria maior que os dois filmes anteriores.

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (2019)

Com uma bilheteria mais animadora após a volta de Arnold Schwarzenegger à franquia, apenas quatro anos se passaram para um novo Exterminador do Futuro surgir nos cinemas. Destino Sombrio, no entanto, afirma ser diferente dos outros. E para isso, trouxe de volta não apenas Arnold, mas duas peças essenciais, há muito perdidas na franquia. O criador James Cameron (nas capacidades de produtor e roteirista) e Linda Hamilton, reprisando o papel da durona Sarah Connor pela terceira vez, depois de 28 anos. Quem dirige é Tim Miller (Deadpool).

Fora isso, Destino Sombrio elimina os três filmes anteriores, declarando ser o verdadeiro terceiro episódio. E funciona muito bem como tal – se comportando como a melhor continuação após O Julgamento Final. O interessante é que o foco é jogado de novo para Sarah Connor e não para o exterminador, que entra tarde em cena. Bem, em Sarah e nas novas personagens. Destino Sombrio é pura representatividade feminina. A franquia sempre teve Sarah como sua força e alma – e agora, duas novas personagem ficam lado a lado com ela. Grace (Mackenzie Davis) é uma exterminadora diferente, meio humana. E Dani (Natalia Reyes) é a nova escolhida para salvar o mundo.

O arco do exterminador é bom também, humanizando novamente a máquina, e Sarah está mais durona do que nunca. Para completar a brincadeira, o novo exterminador vilão é muito ameaçador e faz jus aos originais. Visualmente, o personagem também funciona, numa mistura dos dois primeiros exterminadores maus (o T-800 e o T-1000) combinados num só. Mas apesar das críticas positivas de críticos e público, Destino Sombrio está lutando para se manter rentável. Com um orçamento de US$185 milhões, o filme somou até o momento, com duas semanas em cartaz, um pouco mais de US$204 milhões.

Desde o quarto filme, os planos são para uma nova trilogia – abortada duas vezes. Bem, Destino Sombrio é o que mais merece continuar, então torçamos para que o filme gere mais lucro em sua trajetória nas telonas.

Bônus:

T2 3D: Battle Across Time (1996)

Este não é exatamente um filme, ou sequer uma série de TV. Após o sucesso de O Julgamento Final (1991), era óbvio que Deus e o mundo iria forçar James Cameron a realizar mais um Exterminador do Futuro. Mas o máximo que o diretor se dispôs a fazer na época foi este simulador de parques temáticos, cinco anos após seu estrondoso sucesso.

Na época, Cameron estava para lançar seu filme mais ambicioso até então, Titanic (1997), que viria a se tornar a maior bilheteria do cinema. Assim, com 21 minutos de duração, os fãs puderam voltar (mesmo que momentaneamente) para o universo desta ficção. Lembrando que na época só existiam os dois primeiros filmes. A trama se passava diretamente no futuro, e trazia Schwarzenegger e Edward Furlong como o exterminador de John Connor (um pouco mais velho) combatendo as máquinas numa realidade devastada. Tudo acontecia com o uso do 3D, emergindo o visitante na experiência. Robert Patrick também retornou como T-1000, e Linda Hamilton pôde somente ser ouvida através de gravações de sua voz.

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