Durante uma entrevista para o Journal Review, o sociólogo Michael Ian Borer disse que os cinemas terão que se reinventar para atrair o público após a pandemia do Coronavírus.
Borer também dá aulas sobre Cultura Pop na Universidade de Nevada, em Las Vegas, e disse que o fascínio das pessoas pelas salas de cinema não será suficiente para fazê-las entrar em ambientes fechados.
“Há pesquisas que afirmam que o prazer de um filme pode aumentar quando você está perto de outras pessoas. E qual é o melhor lugar para sentir essa sensação além do cinema? Mas depois que os cinemas forem reabertos, essa sensação não será o suficiente para convencer o público de permanecer numa sala fechada com dezenas de pessoas. Muitos vão pensar: ‘Não é seguro, não vale à pena’. E é verdade, há opções mais seguras!”, disse Borer.
O sociólogo também acredita que o público irá se acostumar com as opções de lazer em casa, como os serviços de streaming.
“As plataformas de streaming estão se provando grandes aliadas do público em meio à crise. Diversas pesquisas mostraram o crescimentos da Netflix nos últimos três meses. Em vez de irem ao cinema, acredito que as pessoas darão preferência ao conforto de casa e aos preços mais atrativos dos canais de streaming, pelo menos no resto do ano.”, concluiu ele.
Até o momento, diversas redes de cinema planejam reabrir suas portas a partir de julho, mas ainda é muito cedo e arriscado para apostar na decisão.
Lembrando que o Coronavírus já infectou mais de 4 milhões de pessoas ao redor do mundo, causando pelo menos 308 mil mortes.
Mesmo assim, o CEO da Disney, Bob Chapek, minimizou as preocupações sobre a doença durante uma entrevista para a CBNC.
Questionado se a companhia estava preocupada com a possibilidade de novos contágios após a reabertura das salas de cinema, o executivo respondeu:
“Se você pensar bem, a ocupação das salas de cinema durante segunda à sexta-feira não chega a 25% da lotação. O problema é aos fins de semana, mas acredito que isso pode ser controlado.”
Chapek ainda disse que o deve de manter as salas controladas cabe aos expositores, e não aos estúdios de cinema.
“O controle sobre o número de clientes é dever dos nosso expositores parceiros. Tudo vai depender da demanda [de pessoas que chegarem ao cinema].”