domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | 12 Heróis – Filme de guerra com Chris Hemsworth e Michael Shannon

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Rambo III encontra A Hora Mais Escura

Baseado na história real dos primeiros soldados das Forças Especiais a pisarem no Afeganistão após os ataques terroristas em Nova York, nas Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001. Dezessete anos depois, num mundo totalmente diferente, com diversas outras conotações trazidas à mesa, é curioso ver como se comporta um filme como 12 Heróis.

À primeira vista tendo como único propósito de sua existência a exaltação do sentimento exacerbado de patriotismo norte-americano, 12 Heróis poderá pegar muitos de surpresa ao trabalhar estas e outras questões com bastante honestidade e, sim, por que não, humanidade.



Sim, este ainda é um filme de machões. Um filme com soldados armados até os dentes, com o único propósito de exterminar os inimigos. Dentre os quais, o protagonista vivido por Chris ‘Thor’ Hemsworth está aborrecido por não poder voltar ao combate e ver ação de perto – quem sabe pisar em alguns crânios. Bem, ironias à parte, isso é o que soldados fazem – está implícito em sua definição e compreendo que é mais do que injusto um civil como eu tentar captar tal sentimento – é impossível.

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Por outro lado, encontramos o grandalhão em um momento mais tenro, ao lado da família, da esposa e filha pequena. Curiosamente, sua companheira é interpretada pela mesma da vida real, a espanhola Elsa Pataky – na primeira colaboração dos pombinhos frente às câmeras.

O lance com 12 Heróis é que, primeiro, ele se comporta no meio termo entre algo um pouco mais sério e embasado, como A Hora Mais Escura (2012), por exemplo, aonde a política de bastidores não está tão distante da realidade, sobrando alfinetadas para eles mesmos; e Rambo III (1988), no qual Stallone se uniu aos guerrilheiros do Afeganistão com objetivo de libertar o povo dos malvados soviéticos. No quesito, sobram explosões, tiros e cenas de ação a cavalo – sim, igual ao filme do cabeludo musculoso de faixa vermelha na cabeça, pouco mudou nessas décadas, já que o país é todo constituído de rochas, montanhas e cavernas. Aqui, a pirotecnia exagerada e incrível chega inclusive a cansar, com cenas repetitivas – apesar da exímia edição.

O texto dos tarimbados Ted Tally (O Silêncio dos Inocentes) e Peter Craig (Atração Perigosa) não faz por menos e se equilibra bem na tênue linha, conseguindo subverter o esperado, entregando um discurso lúcido e imparcial na medida certa. Por exemplo, um líder revolucionário (Navid Negahban), o General Dostum, é quem ciceroneia os soldados americanos para derrubar o Talibã presente na região. Ele tem outra agenda, assim como os americanos, e também o outro líder guerreiro com o qual os EUA trataram de fazer acordo caso este não dê resultado. Tais notas de esperteza no texto dão a pitada certa de cinismo, sem que se crie uma visão 100% inocente dos envolvidos.

Michael Shannon e Michael Peña completam o elenco principal e entregam sólidas performances – já esperadas. Shannon é o braço direito do líder americano (Hemsworth) e tira bastante humor de suas cenas, enquanto Peña é o truculento ranzinza que irá se modificar em seu arco. A direção é do dinamarquês Nicolai Fuglsig, um estreante (vamos colocar assim, já que só tem outro trabalho assinado na direção, e bem desconhecido) com uma mão competentíssima para as transições de humor (tensão, leveza, drama), timing cômico e, obviamente, ação.

Para termos uma ideia do que nos espera em 12 Heróis, é só lembrar dos filmes do Capitão América, da Marvel, em especial o primeiro (2011) e o segundo (2014), sobre os quais todos estavam inseguros por se tratar de um personagem que usa como uniforme a bandeira de um país que não estava em seu melhor momento de popularidade. Imagine agora. Porém, assim como a superprodução de super-herói, este drama de guerra deu um jeito de reverter o quadro, se tornando acessível e crítico o suficiente. Tudo que precisamos fazer é dar uma chance e não julgar o livro pela capa.

Em nota final, 12 Heróis é uma homenagem melhor estruturada e de resultado mais satisfatório do que, digamos, o recente novo trabalho do veterano Clint Eastwood, 15h17 – Trem para Paris, que igualmente serve de carta de amor a militares heroicos.

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À primeira vista tendo como único propósito de sua existência a exaltação do sentimento exacerbado de patriotismo norte-americano, 12 Heróis poderá pegar muitos de surpresa ao trabalhar estas e outras questões com bastante honestidade e, sim, por que não, humanidade.

Sim, este ainda é um filme de machões. Um filme com soldados armados até os dentes, com o único propósito de exterminar os inimigos. Dentre os quais, o protagonista vivido por Chris ‘Thor’ Hemsworth está aborrecido por não poder voltar ao combate e ver ação de perto – quem sabe pisar em alguns crânios. Bem, ironias à parte, isso é o que soldados fazem – está implícito em sua definição e compreendo que é mais do que injusto um civil como eu tentar captar tal sentimento – é impossível.

Por outro lado, encontramos o grandalhão em um momento mais tenro, ao lado da família, da esposa e filha pequena. Curiosamente, sua companheira é interpretada pela mesma da vida real, a espanhola Elsa Pataky – na primeira colaboração dos pombinhos frente às câmeras.

O lance com 12 Heróis é que, primeiro, ele se comporta no meio termo entre algo um pouco mais sério e embasado, como A Hora Mais Escura (2012), por exemplo, aonde a política de bastidores não está tão distante da realidade, sobrando alfinetadas para eles mesmos; e Rambo III (1988), no qual Stallone se uniu aos guerrilheiros do Afeganistão com objetivo de libertar o povo dos malvados soviéticos. No quesito, sobram explosões, tiros e cenas de ação a cavalo – sim, igual ao filme do cabeludo musculoso de faixa vermelha na cabeça, pouco mudou nessas décadas, já que o país é todo constituído de rochas, montanhas e cavernas. Aqui, a pirotecnia exagerada e incrível chega inclusive a cansar, com cenas repetitivas – apesar da exímia edição.

O texto dos tarimbados Ted Tally (O Silêncio dos Inocentes) e Peter Craig (Atração Perigosa) não faz por menos e se equilibra bem na tênue linha, conseguindo subverter o esperado, entregando um discurso lúcido e imparcial na medida certa. Por exemplo, um líder revolucionário (Navid Negahban), o General Dostum, é quem ciceroneia os soldados americanos para derrubar o Talibã presente na região. Ele tem outra agenda, assim como os americanos, e também o outro líder guerreiro com o qual os EUA trataram de fazer acordo caso este não dê resultado. Tais notas de esperteza no texto dão a pitada certa de cinismo, sem que se crie uma visão 100% inocente dos envolvidos.

Michael Shannon e Michael Peña completam o elenco principal e entregam sólidas performances – já esperadas. Shannon é o braço direito do líder americano (Hemsworth) e tira bastante humor de suas cenas, enquanto Peña é o truculento ranzinza que irá se modificar em seu arco. A direção é do dinamarquês Nicolai Fuglsig, um estreante (vamos colocar assim, já que só tem outro trabalho assinado na direção, e bem desconhecido) com uma mão competentíssima para as transições de humor (tensão, leveza, drama), timing cômico e, obviamente, ação.

Para termos uma ideia do que nos espera em 12 Heróis, é só lembrar dos filmes do Capitão América, da Marvel, em especial o primeiro (2011) e o segundo (2014), sobre os quais todos estavam inseguros por se tratar de um personagem que usa como uniforme a bandeira de um país que não estava em seu melhor momento de popularidade. Imagine agora. Porém, assim como a superprodução de super-herói, este drama de guerra deu um jeito de reverter o quadro, se tornando acessível e crítico o suficiente. Tudo que precisamos fazer é dar uma chance e não julgar o livro pela capa.

Em nota final, 12 Heróis é uma homenagem melhor estruturada e de resultado mais satisfatório do que, digamos, o recente novo trabalho do veterano Clint Eastwood, 15h17 – Trem para Paris, que igualmente serve de carta de amor a militares heroicos.

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