domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | 1ª parte da 3ª temporada de ‘Bridgerton’ é DELICIOSAMENTE apaixonante

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Dois anos depois de uma ótima segunda temporada, Bridgerton finalmente retornou com a primeira parte de um aguardado terceiro ciclo – que, dessa vez, tem como principal enfoque as centelhas de paixão e de amor entre Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Colin Bridgerton (Luke Newton). E, nesse primeiro compilado de episódios, que estreou hoje, 16 de maio, na Netflix, somos convidados a revisitar o delicioso mundo arquitetado por Chris Van Dusen e Jess Brownell em uma narrativa que, mesmo não tendo a mesma acidez das incursões predecessoras, mantém o sólido nível estético e artístico que nos foi apresentado nos outros anos.

É notável como a série de época, baseada na saga de romances assinada por Julia Quinn, causou um fervor enorme ao chegar à plataforma de streaming em 2020, angariando uma legião de fãs com o passar do tempo e consagrando-se como um dos títulos originais mais adorados do serviço. Agora, percebe-se que o time de diretores e de roteiristas nutre de maior estabilidade e liberdade para expandir esse divertido e instigante cosmos da high society ao oferecer camas de maior profundidade a cada um dos personagens à medida que explora as engrenagens da realeza e da entrada da nobreza no cenário matrimonial. E, mantendo-se fiel à identidade exuberante das iterações que já vieram, os novos capítulos são deliciosos – apesar de tropeçarem em eventualidades.



Como bem nos recordamos, o final da segunda temporada veio acompanhado de diversos acontecimentos bastante chocantes, incluindo a descoberta de Eloise (Claudia Jessie) da verdadeira identidade de Lady Whistledown (Penelope), causando um atrito irreversível em uma suposta amizade duradoura e cujas repercussões são um dos temas centrais; a ruína imediata da família Featherington, que antecipa seu “glorioso” retorno à sociedade, a tempo da nova temporada das debutantes; e uma mudança drástica no arco de Colin, que volta a Londres após passar meses no exterior procurando a própria identidade e regressando à casa em uma independência charmosa e que chama a atenção das jovens moças que desesperadamente buscam por um pretendente.

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Em outro espectro, temos a contínua publicação dos folhetins de Whistledown, que se dirigem a membros específicos da sociedade londrina – incluindo Colin, Penelope (em uma espécie de autocrítica comiserativa que é muito interessante de ver) e, é claro, a Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) e sua constante busca por um novo diamante da temporada (que não está rendendo muitos frutos). E, como poderíamos imaginar, uma das filhas de Lady Bridgerton (Ruth Gemmell), Francesca (Hannah Dodd), pronta para fazer sua estreia em meio ao circuito aristocrático, chama a atenção da monarca e reitera o status da família através de olhares ressentidos de rivais e invejosos.

Não há muito o que dizer em relação à preocupação imagética da produção: assim como as iterações anteriores, a terceira temporada é marcada por uma fotografia e uma direção de arte que se afasta das costumeiras obras de época da Londres regencial, optando por cores claras e vibrantes em oposição aos convencionalismos de tons escuros e claustrofóbicos; ora, até mesmo as cenas noturnas são pautadas em uma arquitetura fabulesca que ajuda a premeditar os laços a serem formados por Colin e Penelope em um clássico arco friends-to-lovers que será explorado ao longo do ciclo – e que arrancam de ambos os atores uma química invejável e aplaudível. Como se não bastasse, os figurinos certeiros oferecem uma leveza interessante aos personagens e ajudam a refletir as mudanças de personalidade, indicando um merecido coming-of-age dos protagonistas a fim de esquadrinhar suas múltiplas camadas e retirá-los de um provável e formulaico maniqueísmo.

Newton e Coughlan são os pontos altos da temporada e, além de brilharem um ao lado do outro ao explodirem em uma química invejável e envolvente, trilham caminhos específicos que auxiliam no ritmo dos capítulos. Desde a temporada de estreia, Penelope chamou a atenção do público com sua construção adorável e instigante; agora, estamos diante de uma mulher que lida com as exigências sociais que lhe são feitas e que continuam a assombrá-la – e que tenta lutar contra o status quo da maneira que consegue, ao menos para ter o ínfimo gosto da liberdade enquanto se rende aos caprichos da mãe, Portia (Polly Walker), e do derradeiro prospecto que se abate sobre o legado dos Featherington. Colin, por sua vez, renegado a segundo plano, emerge em um galanteador que, mesmo sob uma nova roupagem, mantém-se fiel a seus princípios e deseja encontrar o amor.

Bridgerton retorna com os quatro primeiros episódios de seu novo ciclo da melhor maneira possível e, apesar dos constantes erros técnicos que insistem em manchar as telinhas, não podemos desviar a atenção dos aspectos positivos – que são eternizados pelo comprometimento de um elenco de peso e de personagens que aprendemos a amar (e que, aqui, são carregados com uma determinação inebriante e um senso de pertencimento e autonomia que nos encanta desde os momentos iniciais).

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Dois anos depois de uma ótima segunda temporada, Bridgerton finalmente retornou com a primeira parte de um aguardado terceiro ciclo – que, dessa vez, tem como principal enfoque as centelhas de paixão e de amor entre Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Colin Bridgerton (Luke Newton). E, nesse primeiro compilado de episódios, que estreou hoje, 16 de maio, na Netflix, somos convidados a revisitar o delicioso mundo arquitetado por Chris Van Dusen e Jess Brownell em uma narrativa que, mesmo não tendo a mesma acidez das incursões predecessoras, mantém o sólido nível estético e artístico que nos foi apresentado nos outros anos.

É notável como a série de época, baseada na saga de romances assinada por Julia Quinn, causou um fervor enorme ao chegar à plataforma de streaming em 2020, angariando uma legião de fãs com o passar do tempo e consagrando-se como um dos títulos originais mais adorados do serviço. Agora, percebe-se que o time de diretores e de roteiristas nutre de maior estabilidade e liberdade para expandir esse divertido e instigante cosmos da high society ao oferecer camas de maior profundidade a cada um dos personagens à medida que explora as engrenagens da realeza e da entrada da nobreza no cenário matrimonial. E, mantendo-se fiel à identidade exuberante das iterações que já vieram, os novos capítulos são deliciosos – apesar de tropeçarem em eventualidades.

Como bem nos recordamos, o final da segunda temporada veio acompanhado de diversos acontecimentos bastante chocantes, incluindo a descoberta de Eloise (Claudia Jessie) da verdadeira identidade de Lady Whistledown (Penelope), causando um atrito irreversível em uma suposta amizade duradoura e cujas repercussões são um dos temas centrais; a ruína imediata da família Featherington, que antecipa seu “glorioso” retorno à sociedade, a tempo da nova temporada das debutantes; e uma mudança drástica no arco de Colin, que volta a Londres após passar meses no exterior procurando a própria identidade e regressando à casa em uma independência charmosa e que chama a atenção das jovens moças que desesperadamente buscam por um pretendente.

Em outro espectro, temos a contínua publicação dos folhetins de Whistledown, que se dirigem a membros específicos da sociedade londrina – incluindo Colin, Penelope (em uma espécie de autocrítica comiserativa que é muito interessante de ver) e, é claro, a Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) e sua constante busca por um novo diamante da temporada (que não está rendendo muitos frutos). E, como poderíamos imaginar, uma das filhas de Lady Bridgerton (Ruth Gemmell), Francesca (Hannah Dodd), pronta para fazer sua estreia em meio ao circuito aristocrático, chama a atenção da monarca e reitera o status da família através de olhares ressentidos de rivais e invejosos.

Não há muito o que dizer em relação à preocupação imagética da produção: assim como as iterações anteriores, a terceira temporada é marcada por uma fotografia e uma direção de arte que se afasta das costumeiras obras de época da Londres regencial, optando por cores claras e vibrantes em oposição aos convencionalismos de tons escuros e claustrofóbicos; ora, até mesmo as cenas noturnas são pautadas em uma arquitetura fabulesca que ajuda a premeditar os laços a serem formados por Colin e Penelope em um clássico arco friends-to-lovers que será explorado ao longo do ciclo – e que arrancam de ambos os atores uma química invejável e aplaudível. Como se não bastasse, os figurinos certeiros oferecem uma leveza interessante aos personagens e ajudam a refletir as mudanças de personalidade, indicando um merecido coming-of-age dos protagonistas a fim de esquadrinhar suas múltiplas camadas e retirá-los de um provável e formulaico maniqueísmo.

Newton e Coughlan são os pontos altos da temporada e, além de brilharem um ao lado do outro ao explodirem em uma química invejável e envolvente, trilham caminhos específicos que auxiliam no ritmo dos capítulos. Desde a temporada de estreia, Penelope chamou a atenção do público com sua construção adorável e instigante; agora, estamos diante de uma mulher que lida com as exigências sociais que lhe são feitas e que continuam a assombrá-la – e que tenta lutar contra o status quo da maneira que consegue, ao menos para ter o ínfimo gosto da liberdade enquanto se rende aos caprichos da mãe, Portia (Polly Walker), e do derradeiro prospecto que se abate sobre o legado dos Featherington. Colin, por sua vez, renegado a segundo plano, emerge em um galanteador que, mesmo sob uma nova roupagem, mantém-se fiel a seus princípios e deseja encontrar o amor.

Bridgerton retorna com os quatro primeiros episódios de seu novo ciclo da melhor maneira possível e, apesar dos constantes erros técnicos que insistem em manchar as telinhas, não podemos desviar a atenção dos aspectos positivos – que são eternizados pelo comprometimento de um elenco de peso e de personagens que aprendemos a amar (e que, aqui, são carregados com uma determinação inebriante e um senso de pertencimento e autonomia que nos encanta desde os momentos iniciais).

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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