quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | 1ª temporada de ‘Percy Jackson e os Olimpianos’ chega ao fim com um aprazível oitavo episódio

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E chegamos ao fim da primeira temporada de Percy Jackson e os Olimpianos’!

O ciclo de estreia de uma das séries mais aguardadas do Disney+ mostrou-se uma fiel adaptação ao primeiro volume da saga literária de Rick Riordan e, entre altos e baixos, o resultado foi bastante satisfatório – e o episódio de encerramento emergiu como uma sólida resolução que abriu vários ganchos para um futuro próximo. Afinal, o oitavo capítulo já vinha sendo preparado há várias semanas, indicando uma espécie de batalha final que, mesmo não estando dentro do escopo que imaginávamos (com conflitos épicos entre os deuses e os semideuses, ou até mesmo a possibilidade da quase morte de nosso protagonista titular), revelou que há muito a ser explorado nesse vibrante cosmos mitológico.



Tendo início logo depois dos eventos da semana passada, “A Profecia se Cumpre” traz Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri) enfrentando Ares (Adam Copeland), o deus da guerra, em uma breve sequência que termina com a vitória do jovem semideus e o início de uma arqui-inimizade que será explorada nas próximas temporadas. Dessa forma, ele consegue honrar seu trato com Hades (Jay Duplass), governante do submundo, que agora poderá libertar sua mãe da prisão eterna; mas o principal evento que se desenrola a partir daí é a subida de Percy ao Monte Olimpo, localizado no topo do Empire State Building, onde enfrenta a ira de Zeus (interpretado pelo saudoso Lance Reddick em seu último papel no circuito seriado) e é quase morto até ser salvo pelo próprio pai, Poseidon (Toby Stephens).

A ideia do episódio, como é costumeiro de qualquer outra narrativa que trate acerca da jornada do herói, é permitir que o protagonista mergulhe em seu arco de “morte e renascimento” após ter cruzado o limiar entre o mundo que conhecia e o mundo que precisava explorar, enfrentar obstáculos a fim de amadurecer e a entender que as coisas não são tão simples quanto parecem e, por fim, terminar sua missão com êxito e regressar ao lar infundido com marcas que o ajudarão a ter outra perspectiva sobre… Basicamente tudo. E, dentro desse restrito espectro, explorado ad nauseam por diversos títulos literários e audiovisuais (como ‘Harry Potter’ e ‘O Senhor dos Anéis’), o show cumpre com o prometido e se conclui em uma aprazível e esperançosa narrativa.

É notável como, desde o capítulo predecessor, Riordan e o time criativo por trás do live-action consegue se esquivar dos gritantes obstáculos enfrentados pelo enredo, fossem nas conclusões apressadas ou no desperdício de personagens coadjuvantes que mais pareciam tapa-buracos do que significativos para o desenrolar da trama. Aqui, percebemos o trabalho em conjunto feito pelo roteirista Craig Silverstein e pelo diretor Jet Wilkinson, unindo forças para que cada engrenagem seja meticulosamente encaixada nessa estrutura, permitindo que as pontas soltas sejam amarradas – com surpresa por parte daqueles que não leram o livro original, e com satisfação pelos fãs de longa data.

Aqui, torna-se uma tarefa desnecessária e repetitiva comentar sobre o poder performático do elenco, principalmente de Scobell, Jeffries e Simhadri – cujas reverberantes diferenças de atuação são o que fornecem complexidade a criações que poderiam muito bem ceder às obviedades e aos convencionalismos do gênero de aventura e fantasia. Todavia, um membro que não tivera tempo de tela o suficiente era Luke, encarnado por Charlie Bushnell. Aparecendo lá no início da temporada e dando as caras em breves sequências que premeditavam a reviravolta do season finale, o filho de Hermes foi reavido com necessidade ímpar, colocando-o em um jogo de traição e inocência com Percy que merece atenção e que posa como um dos melhores momentos do capítulo.

Partindo de uma análise técnica, não há muito de novo a ser visto: ainda que os esforços em conjunto de Silverstein e Wilkinson cumpram com o desejado e entreguem a conclusão que queríamos, a originalidade não existe, por assim dizer, dando espaço para o cultivo de um território familiar que funciona e que não nos causa qualquer tipo de frustração. Entretanto, talvez como parte identitária da temporada, a iteração segue padrões já vistos e um tanto quanto previsíveis – mesmo que essa constatação não seja algo negativo.

Percy Jackson e os Olimpianos’ chega ao fim de sua temporada de estreia do modo como esperávamos – e fazendo o máximo que pode para não emular os equívocos das entradas anteriores. E, apesar dos tropeços continuarem em uma escala bem menor, é possível varrê-los para debaixo do tapete frente a um comprometimento adorável de atores e atrizes estelares.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Tendo início logo depois dos eventos da semana passada, “A Profecia se Cumpre” traz Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri) enfrentando Ares (Adam Copeland), o deus da guerra, em uma breve sequência que termina com a vitória do jovem semideus e o início de uma arqui-inimizade que será explorada nas próximas temporadas. Dessa forma, ele consegue honrar seu trato com Hades (Jay Duplass), governante do submundo, que agora poderá libertar sua mãe da prisão eterna; mas o principal evento que se desenrola a partir daí é a subida de Percy ao Monte Olimpo, localizado no topo do Empire State Building, onde enfrenta a ira de Zeus (interpretado pelo saudoso Lance Reddick em seu último papel no circuito seriado) e é quase morto até ser salvo pelo próprio pai, Poseidon (Toby Stephens).

A ideia do episódio, como é costumeiro de qualquer outra narrativa que trate acerca da jornada do herói, é permitir que o protagonista mergulhe em seu arco de “morte e renascimento” após ter cruzado o limiar entre o mundo que conhecia e o mundo que precisava explorar, enfrentar obstáculos a fim de amadurecer e a entender que as coisas não são tão simples quanto parecem e, por fim, terminar sua missão com êxito e regressar ao lar infundido com marcas que o ajudarão a ter outra perspectiva sobre… Basicamente tudo. E, dentro desse restrito espectro, explorado ad nauseam por diversos títulos literários e audiovisuais (como ‘Harry Potter’ e ‘O Senhor dos Anéis’), o show cumpre com o prometido e se conclui em uma aprazível e esperançosa narrativa.

É notável como, desde o capítulo predecessor, Riordan e o time criativo por trás do live-action consegue se esquivar dos gritantes obstáculos enfrentados pelo enredo, fossem nas conclusões apressadas ou no desperdício de personagens coadjuvantes que mais pareciam tapa-buracos do que significativos para o desenrolar da trama. Aqui, percebemos o trabalho em conjunto feito pelo roteirista Craig Silverstein e pelo diretor Jet Wilkinson, unindo forças para que cada engrenagem seja meticulosamente encaixada nessa estrutura, permitindo que as pontas soltas sejam amarradas – com surpresa por parte daqueles que não leram o livro original, e com satisfação pelos fãs de longa data.

Aqui, torna-se uma tarefa desnecessária e repetitiva comentar sobre o poder performático do elenco, principalmente de Scobell, Jeffries e Simhadri – cujas reverberantes diferenças de atuação são o que fornecem complexidade a criações que poderiam muito bem ceder às obviedades e aos convencionalismos do gênero de aventura e fantasia. Todavia, um membro que não tivera tempo de tela o suficiente era Luke, encarnado por Charlie Bushnell. Aparecendo lá no início da temporada e dando as caras em breves sequências que premeditavam a reviravolta do season finale, o filho de Hermes foi reavido com necessidade ímpar, colocando-o em um jogo de traição e inocência com Percy que merece atenção e que posa como um dos melhores momentos do capítulo.

Partindo de uma análise técnica, não há muito de novo a ser visto: ainda que os esforços em conjunto de Silverstein e Wilkinson cumpram com o desejado e entreguem a conclusão que queríamos, a originalidade não existe, por assim dizer, dando espaço para o cultivo de um território familiar que funciona e que não nos causa qualquer tipo de frustração. Entretanto, talvez como parte identitária da temporada, a iteração segue padrões já vistos e um tanto quanto previsíveis – mesmo que essa constatação não seja algo negativo.

Percy Jackson e os Olimpianos’ chega ao fim de sua temporada de estreia do modo como esperávamos – e fazendo o máximo que pode para não emular os equívocos das entradas anteriores. E, apesar dos tropeços continuarem em uma escala bem menor, é possível varrê-los para debaixo do tapete frente a um comprometimento adorável de atores e atrizes estelares.

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