terça-feira , 24 dezembro , 2024

Crítica 2 | Interestelar

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A nova obra-prima (ou quase) de Christopher Nolan

Você gosta de ficção científica? Se interessa por ciência, exploração do universo, desbravamentos interplanetários, “buracos de minhoca”, realidades paralelas, contatos alienígenas, o futuro da humanidade e paradoxos temporais? Se sua resposta para os itens acima for não, porém, tiver gosto por uma ótima obra cinematográfica, Interestelar ainda assim pode ser recomendado para você. Trata-se do novo filme de grande hype do superprestigiado Christopher Nolan, diretor surgido na década passada que com oito filmes no currículo (agora nove) escalou para se tornar um dos maiores nomes da indústria.

Nolan é daquele tipo de cineasta que consegue transitar nos dois mundos. É um diretor autoral, assinando quase todos os roteiros de seus filmes (ao lado do irmão Jonathan, como é o caso aqui), que cria obras ao seu modo mesmo trabalhando dentro de um grande estúdio. A razão para os executivos deixarem Nolan correr tão solto, já que seus orçamentos costumam não ficar abaixo dos maiores blockbusters produzidos na atualidade, é que o diretor garante seu retorno, sendo extremamente lucrativo. Seus filmes conseguem ser inteligentes o suficiente para despertar elogios inflados dos críticos, ao mesmo tempo alcançado o topo das bilheterias de cada ano respectivo.



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Nolan é popular e elitista. Quantos cineastas podem dizer isso em sua história? Somente os grandes. E Nolan sem dúvidas atingiu este patamar. Interestelar, no entanto, não estava nos planos originais do diretor. Nasceu como uma ideia da mente de outro grande, Steven Spielberg, vinculado ao projeto desde 2006. Na época, Spielberg contratou Jonathan Nolan para desenvolver sua ideia sobre exploração espacial, grande paixão do pai de E.T. – O Extraterrestre. Em 2012, Spielberg optou por deixar o projeto. Foi quando Jonathan o apresentou para o irmão, Christopher, que decidiu acrescentar traços de um roteiro próprio. Dessa mescla nasceu Interestelar, que grande parte do mundo poderá conferir a partir deste fim de semana.

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Na trama passada no futuro, a Terra encontra-se sem recursos naturais, como alimentos e água. Alguns fazendeiros ainda resistem, tentando prover suas famílias. Contra eles, grandes tempestades de areia surgem de tempos em tempos tornando a vida no planeta cada vez mais difícil. O ressurgido Matthew McConaughey vive Cooper, viúvo, morador de uma cidadezinha do interior americano, e responsável por uma fazenda. Seu principal objetivo na vida é cuidar do casal de filhos pequenos, Tom e Murph, além do sogro (papel do veterano John Lightgow).

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Com o passado de exímio piloto, trecho mostrado apenas através de um pesadelo no início, Cooper desperta o interesse dos cientistas restantes da NASA, a fim de encontrar um novo local que servirá de moradia para a raça humana após a Terra se tornar completamente inabitável – o que ocorrerá em pouco tempo. Além das vertentes de drama familiar e extrema ficção científica espacial, Interestelar é também uma obra ecológica e um alerta. Assim, o protagonista se encontra num dos maiores dilemas dramáticos de todos os tempos: abre mão da família (em especial os filhos) para garantir-lhes, ou ao menos tentar, um futuro a salvo, ou permanece ao seu lado e deixa a humanidade se extinguir.

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Sua decisão o assombrará por toda a vida, e além de trazer grande reflexão existencialista sobre como nossas ligações afetivas possuem um significado muito maior do que apenas o pessoal, a jornada do herói ganha novos contornos na criação do roteiro dos irmãos gênios. O elenco grandioso é um chamariz à parte, e todos são postos à prova pelos Nolan, seja na exigência da direção ou na entrega de bons diálogos, ora científicos, em outros dramáticos. Além de mais uma performance assombrosa no repertório do protagonista McConaughey, Interestelar conta com atuações eficientes de gente como Michael Caine, John Lightgow, Ellen Burstyn, Casey Affleck e a pequena Mackenzie Foy.

Duas outras participações ganham enorme destaque no filme (além de uma especial não creditada de certo astro). Anne Hathaway (31 anos, duas indicações e uma vitória no Oscar) e Jessica Chastain (37 anos, duas indicações no Oscar) sãos duas das maiores estrelas da atualidade em Hollywood, e talentos de enorme prestígio. Hathaway vive Amelia Brand, uma das cientistas que partem na exploração espacial ao lado do protagonista, e Chastain interpreta Murph, numa de suas três variações ao longo do tempo.

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Interestelar é uma obra talvez muito à frente, que ganhará maior importância com o passar do tempo – assim como as demais obras-primas do gênero. Filmes dos quais o diretor afirma ter pego referências, vide Alien, O Oitavo Passageiro (1979), Blade Runner: O Caçador de Androide (1982), Guerra nas Estrelas (1977), Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) e, obviamente, a obra quintessencial do gênero, 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968). O próprio Nolan afirma nunca ter feito nada parecido com seu novo filme, de certa forma isso é verdade. Interestelar é sua produção mais cientificamente complexa, a mais séria e a de maior dramaticidade.

Uma discussão sobre o filme poderia durar ao menos três dias, para que todos os tópicos (que incluem criação de cenários, mundos, efeitos, design de produção, funcionalidade de naves, equipamentos e robôs, e todos os trechos que constituem a obra em seus 169 minutos de exibição) fossem propriamente endereçados. Uma coisa é certa, no entanto, é impossível para qualquer ser humano (o que inclui críticos de cinema) sair da exibição com 100% de entendimento sobre tudo o que foi apresentado. E talvez minha nota não seja mais alta justamente por isso. Interestelar é uma obra para ser revisitada e esmiuçada.

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Nolan é daquele tipo de cineasta que consegue transitar nos dois mundos. É um diretor autoral, assinando quase todos os roteiros de seus filmes (ao lado do irmão Jonathan, como é o caso aqui), que cria obras ao seu modo mesmo trabalhando dentro de um grande estúdio. A razão para os executivos deixarem Nolan correr tão solto, já que seus orçamentos costumam não ficar abaixo dos maiores blockbusters produzidos na atualidade, é que o diretor garante seu retorno, sendo extremamente lucrativo. Seus filmes conseguem ser inteligentes o suficiente para despertar elogios inflados dos críticos, ao mesmo tempo alcançado o topo das bilheterias de cada ano respectivo.

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Nolan é popular e elitista. Quantos cineastas podem dizer isso em sua história? Somente os grandes. E Nolan sem dúvidas atingiu este patamar. Interestelar, no entanto, não estava nos planos originais do diretor. Nasceu como uma ideia da mente de outro grande, Steven Spielberg, vinculado ao projeto desde 2006. Na época, Spielberg contratou Jonathan Nolan para desenvolver sua ideia sobre exploração espacial, grande paixão do pai de E.T. – O Extraterrestre. Em 2012, Spielberg optou por deixar o projeto. Foi quando Jonathan o apresentou para o irmão, Christopher, que decidiu acrescentar traços de um roteiro próprio. Dessa mescla nasceu Interestelar, que grande parte do mundo poderá conferir a partir deste fim de semana.

Na trama passada no futuro, a Terra encontra-se sem recursos naturais, como alimentos e água. Alguns fazendeiros ainda resistem, tentando prover suas famílias. Contra eles, grandes tempestades de areia surgem de tempos em tempos tornando a vida no planeta cada vez mais difícil. O ressurgido Matthew McConaughey vive Cooper, viúvo, morador de uma cidadezinha do interior americano, e responsável por uma fazenda. Seu principal objetivo na vida é cuidar do casal de filhos pequenos, Tom e Murph, além do sogro (papel do veterano John Lightgow).

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Com o passado de exímio piloto, trecho mostrado apenas através de um pesadelo no início, Cooper desperta o interesse dos cientistas restantes da NASA, a fim de encontrar um novo local que servirá de moradia para a raça humana após a Terra se tornar completamente inabitável – o que ocorrerá em pouco tempo. Além das vertentes de drama familiar e extrema ficção científica espacial, Interestelar é também uma obra ecológica e um alerta. Assim, o protagonista se encontra num dos maiores dilemas dramáticos de todos os tempos: abre mão da família (em especial os filhos) para garantir-lhes, ou ao menos tentar, um futuro a salvo, ou permanece ao seu lado e deixa a humanidade se extinguir.

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Sua decisão o assombrará por toda a vida, e além de trazer grande reflexão existencialista sobre como nossas ligações afetivas possuem um significado muito maior do que apenas o pessoal, a jornada do herói ganha novos contornos na criação do roteiro dos irmãos gênios. O elenco grandioso é um chamariz à parte, e todos são postos à prova pelos Nolan, seja na exigência da direção ou na entrega de bons diálogos, ora científicos, em outros dramáticos. Além de mais uma performance assombrosa no repertório do protagonista McConaughey, Interestelar conta com atuações eficientes de gente como Michael Caine, John Lightgow, Ellen Burstyn, Casey Affleck e a pequena Mackenzie Foy.

Duas outras participações ganham enorme destaque no filme (além de uma especial não creditada de certo astro). Anne Hathaway (31 anos, duas indicações e uma vitória no Oscar) e Jessica Chastain (37 anos, duas indicações no Oscar) sãos duas das maiores estrelas da atualidade em Hollywood, e talentos de enorme prestígio. Hathaway vive Amelia Brand, uma das cientistas que partem na exploração espacial ao lado do protagonista, e Chastain interpreta Murph, numa de suas três variações ao longo do tempo.

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Interestelar é uma obra talvez muito à frente, que ganhará maior importância com o passar do tempo – assim como as demais obras-primas do gênero. Filmes dos quais o diretor afirma ter pego referências, vide Alien, O Oitavo Passageiro (1979), Blade Runner: O Caçador de Androide (1982), Guerra nas Estrelas (1977), Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) e, obviamente, a obra quintessencial do gênero, 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968). O próprio Nolan afirma nunca ter feito nada parecido com seu novo filme, de certa forma isso é verdade. Interestelar é sua produção mais cientificamente complexa, a mais séria e a de maior dramaticidade.

Uma discussão sobre o filme poderia durar ao menos três dias, para que todos os tópicos (que incluem criação de cenários, mundos, efeitos, design de produção, funcionalidade de naves, equipamentos e robôs, e todos os trechos que constituem a obra em seus 169 minutos de exibição) fossem propriamente endereçados. Uma coisa é certa, no entanto, é impossível para qualquer ser humano (o que inclui críticos de cinema) sair da exibição com 100% de entendimento sobre tudo o que foi apresentado. E talvez minha nota não seja mais alta justamente por isso. Interestelar é uma obra para ser revisitada e esmiuçada.

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