sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | 2ª temporada de ‘O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ chega ao fim de maneira bastante satisfatória e instigante

YouTube video

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ provou, com sua segunda temporada, que nunca é tarde para aprender com os erros. Ainda que o ciclo de estreia tenha apresentado uma sólida narrativa e tenha honrado os escritos de J.R.R. Tolkien de maneira a apresentar um novo lado de seu icônico universo, foi notável que a quantidade considerável de narrativas posou como um grande obstáculo para o desenvolvimento dos personagens. Com a chegada da nova leva de episódios, percebemos que as mentes criativas por trás da atração estavam comprometidas a aparar as pontas soltas e a conquistar os espectadores mais céticos – e, de fato, foi isso o que aconteceu.

Com o passar das semanas, percebemos que cada um dos elementos é construído com esmero e minúcia. Em virtude disso, a semana passada sagrou-se como a melhor do segundo ciclo, apostando fichas em um épico fantasioso que não deixou a desejar em nada quando em comparação aos clímaces da trilogia cinematográfica e até mesmo em relação a diversas outras incursões do gênero. Não é surpresa que, para o season finale, as expectativas de todos estivessem nas alturas. E, com a chegada do capítulo de encerramento, intitulado “Shadow and Flame”, percebemos que, no final das contas, essa espera valeu a pena.



Mesmo não conseguindo permanecer no ápice da iteração anterior, a atmosfera de desespero beligerante continua forte o bastante para nos conduzir em meio a constantes reviravoltas e a enlaces que nos preparam para um futuro recheado de artimanhas e da guerra entre o bem e o mal. Não é surpresa, pois, que o enredo permaneça atrelado a Eregion e ao embate entre Adar (Sam Hazeldine) e seus asseclas, e os Elfos. Porém, as coisas tomam uma proporção ainda mais trágica quando Sauron (Charlie Vickers), após revelar quem realmente é, mostra seu verdadeiro poder ao subjugar Celembrimbor (Charles Edwards) e obrigá-lo a contar onde estão os Anéis de Poder – que, como bem sabemos, foram levados para longe de Eregion através de Galadriel (Morfydd Clark). As sequências envolvendo ambos os personagens, inclusive, são algumas das melhores da série até hoje e arrancam atuações impressionantes de Vickers e Edwards, impedindo-nos de desviar a atenção das telinhas.

Em outro espectro, somos levados de volta a Khazad-dûm, onde o rei permanece cego pelo poder que o Anel lhe causa, premeditando a queda do reino dos Anões e um embate interno e externo que aumenta a dramaticidade por trás do escopo fabulesco. E é aí que o príncipe Durin (Owain Arthur) percebe como as coisas irão se desenrolar: por causa de uma ambição desmedida e perigosa, seu pai despertou a descomunal força do Balrog, uma entidade demoníaca que estava adormecida na montanha e que, agora, foi despertada com uma fúria vibrante – prestando homenagens diretas a ‘A Sociedade do Anel’.

No decorrer do capítulo, há alguns deslizes que precisam ser mencionados, como diálogos que não parecem tão potentes proferidos quanto no papel. Porém, quando voltamos nossa atenção para o escopo geral, a combinação entre performances irretocáveis e comprometidas com o ponto em que cada personagem se encontra, e uma delicada arquitetura artística e técnica. As coreografias compostas pela diretora Charlotte Brändström, que já se provou peça importante para a série inúmeras vezes, são de tirar o fôlego, trazendo referências de construções de clipes musicais – apoiando-se nas investidas de sua colega, Sanaa Hamri – para fornecer movimento, fluidez e ritmo a uma conclusão muito satisfatória.

Tudo se concretiza com os momentos finais da iteração, em que o aguardado embate entre Sauron e Galadriel, de que tivemos apenas um gostinho no ciclo predecessor, toma os palcos da série. É claro que, num âmbito mais crítico, os diálogos poderiam ter sido mais bem escritos, considerando que certas falas beiram as cansativas fórmulas dos clichês; todavia, a química inegável entre Vickers e Clark consegue ofuscar os deslizes, ainda mais quando levamos em conta a bagagem que carregam e a forma como as personalidades imponentes desses personagens são pinceladas com vulnerabilidades instigantes. Assim, percebemos que as críticas negativas feitas em um passado não muito distante caem por terra quando tudo não passava de um preparo considerável para esse exato momento.

O oitavo e último capítulo da 2ª temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ é o que esperávamos de uma série que vem melhorando semana após semana, percebendo os obstáculos que enfrentou e garantindo que estejamos diante de algo que tem muito a contar – e de maneira apaixonadamente envolvente e enredada.

YouTube video

YouTube video

Mais notícias...

Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | 2ª temporada de ‘O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ chega ao fim de maneira bastante satisfatória e instigante

YouTube video

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ provou, com sua segunda temporada, que nunca é tarde para aprender com os erros. Ainda que o ciclo de estreia tenha apresentado uma sólida narrativa e tenha honrado os escritos de J.R.R. Tolkien de maneira a apresentar um novo lado de seu icônico universo, foi notável que a quantidade considerável de narrativas posou como um grande obstáculo para o desenvolvimento dos personagens. Com a chegada da nova leva de episódios, percebemos que as mentes criativas por trás da atração estavam comprometidas a aparar as pontas soltas e a conquistar os espectadores mais céticos – e, de fato, foi isso o que aconteceu.

Com o passar das semanas, percebemos que cada um dos elementos é construído com esmero e minúcia. Em virtude disso, a semana passada sagrou-se como a melhor do segundo ciclo, apostando fichas em um épico fantasioso que não deixou a desejar em nada quando em comparação aos clímaces da trilogia cinematográfica e até mesmo em relação a diversas outras incursões do gênero. Não é surpresa que, para o season finale, as expectativas de todos estivessem nas alturas. E, com a chegada do capítulo de encerramento, intitulado “Shadow and Flame”, percebemos que, no final das contas, essa espera valeu a pena.

Mesmo não conseguindo permanecer no ápice da iteração anterior, a atmosfera de desespero beligerante continua forte o bastante para nos conduzir em meio a constantes reviravoltas e a enlaces que nos preparam para um futuro recheado de artimanhas e da guerra entre o bem e o mal. Não é surpresa, pois, que o enredo permaneça atrelado a Eregion e ao embate entre Adar (Sam Hazeldine) e seus asseclas, e os Elfos. Porém, as coisas tomam uma proporção ainda mais trágica quando Sauron (Charlie Vickers), após revelar quem realmente é, mostra seu verdadeiro poder ao subjugar Celembrimbor (Charles Edwards) e obrigá-lo a contar onde estão os Anéis de Poder – que, como bem sabemos, foram levados para longe de Eregion através de Galadriel (Morfydd Clark). As sequências envolvendo ambos os personagens, inclusive, são algumas das melhores da série até hoje e arrancam atuações impressionantes de Vickers e Edwards, impedindo-nos de desviar a atenção das telinhas.

Em outro espectro, somos levados de volta a Khazad-dûm, onde o rei permanece cego pelo poder que o Anel lhe causa, premeditando a queda do reino dos Anões e um embate interno e externo que aumenta a dramaticidade por trás do escopo fabulesco. E é aí que o príncipe Durin (Owain Arthur) percebe como as coisas irão se desenrolar: por causa de uma ambição desmedida e perigosa, seu pai despertou a descomunal força do Balrog, uma entidade demoníaca que estava adormecida na montanha e que, agora, foi despertada com uma fúria vibrante – prestando homenagens diretas a ‘A Sociedade do Anel’.

No decorrer do capítulo, há alguns deslizes que precisam ser mencionados, como diálogos que não parecem tão potentes proferidos quanto no papel. Porém, quando voltamos nossa atenção para o escopo geral, a combinação entre performances irretocáveis e comprometidas com o ponto em que cada personagem se encontra, e uma delicada arquitetura artística e técnica. As coreografias compostas pela diretora Charlotte Brändström, que já se provou peça importante para a série inúmeras vezes, são de tirar o fôlego, trazendo referências de construções de clipes musicais – apoiando-se nas investidas de sua colega, Sanaa Hamri – para fornecer movimento, fluidez e ritmo a uma conclusão muito satisfatória.

Tudo se concretiza com os momentos finais da iteração, em que o aguardado embate entre Sauron e Galadriel, de que tivemos apenas um gostinho no ciclo predecessor, toma os palcos da série. É claro que, num âmbito mais crítico, os diálogos poderiam ter sido mais bem escritos, considerando que certas falas beiram as cansativas fórmulas dos clichês; todavia, a química inegável entre Vickers e Clark consegue ofuscar os deslizes, ainda mais quando levamos em conta a bagagem que carregam e a forma como as personalidades imponentes desses personagens são pinceladas com vulnerabilidades instigantes. Assim, percebemos que as críticas negativas feitas em um passado não muito distante caem por terra quando tudo não passava de um preparo considerável para esse exato momento.

O oitavo e último capítulo da 2ª temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ é o que esperávamos de uma série que vem melhorando semana após semana, percebendo os obstáculos que enfrentou e garantindo que estejamos diante de algo que tem muito a contar – e de maneira apaixonadamente envolvente e enredada.

YouTube video

YouTube video
Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS