sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | 2ª temporada de ‘O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ entrega um quinto capítulo CHOCANTE e avassalador

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No quinto episódio da 2ª temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, o público se vê diante de um vórtice de tragédias e de importantes acontecimentos que antecipam, inclusive, os acontecimentos da trilogia original. E, contando com um comprometimento ainda maior do que já estávamos vendo nos capítulos anteriores, é notável como o atual ciclo posa com muito mais confiança que o anterior – e essa recente iteração ganha uma camada interessante de puro frenesi narrativo e de um desenvolvimento muito bem-vindo de personagens que, agora, começam a mostrar suas verdadeiras intenções através de reviravoltas instigantes.

Aqui, somos levados de volta a Khazad-dûm, onde o desespero dos Anões cresce pelo empecilho considerável que enfrentam com a falta da luz do sol. Para aqueles que não se recordam, a Montanha onde vivem sofreu com uma espécie de terremoto – em virtude do iminente despertar de Balrog e da subsequente queda de Khazad-dûm – e, por essa razão, impediu que os raios solares adentrassem o reino, ocasionando a morte de plantações e uma quase escuridão completa. Porém, o Rei Durin III (Peter Mullan), munido com um dos Anéis de Poder dado aos Anões, ajuda seus súditos a encontrar os lugares corretos para escavarem e trazer a luz de volta a seu lar; mas a que custo?



Como vemos ao longo do episódio, o Príncipe Durin IV (Owain Arthur) agora lida com mais um obstáculo, pouco depois de finalmente ter feito as pazes com o pai. Ele percebe que o julgamento e a percepção do Rei estão sendo afetados pelo objeto que porta às mãos – que, como bem sabemos, teve grande influência de Sauron (Charlie Vickers), agora adotando o alter-ego de Annatar para manipular o ferreiro Celebrimbor (Charles Edwards). Durin IV não apenas é arrastado para um redemoinho de ambição desmedida, mas dá os primeiros sinais de uma submissão inconsciente ao Anel em si, como na cena em que tem certeza de que a joia foi roubada quando, na verdade, estava bem à sua frente. E isso não é tudo: potencializado com uma poderosa confiança e um desejo ególatra de restaurar a ordem em seu reino, ele retira medidas de proteção para com seus habitantes e para com a estrutura da montanha, explorando veios de ouro de difícil acesso e abrindo mais espaço para a insurgência de uma demoníaca força.

É notável como o capítulo em questão, assinado pelas hábeis mãos de Nicholas Adams, é envolto por completo em um ponto fixo: a tragédia. Cada subtrama, por mais esparsa que soe, une-se à outra em invejável simbiose. Se de um lado Durin é afetado pelo poder imbuído ao Anel que porta, de outro, Celebrimbor percebe, através de Annatar, que as coisas não saíram como o planejado por uma razão bastante específica. Afinal os Anéis dados aos Elfos foram forjados sob conhecimento mútuo do artesão e do Rei, Gil-galad (Ben Walker) – motivo pelo qual não tiveram impacto negativo em seus usuários; já os dados aos Anões foram feitos sob segredo e, considerando os atributos lendários do mithril, essa artimanha teria consequências.

Em um terceiro âmbito, Celebrimbor afirma que a forja de Anéis para os homens é algo que não deve acontecer, por serem muito mais suscetíveis à corrupção do que os Elfos e os Anões. Porém, após entender o que aconteceu, ele é influenciado por Annatar a “consertar os erros cometidos” e dar origem a mais nove Anéis – e é aí que entramos no barril de pólvora em que Númenor se transformou. O golpe orquestrado por Pharazôn (Trystan Gravelle) agora representa um perigo real ao reino humano na Terra-média, principalmente com a investida das forças de Adar (Sam Hazeldine); como se não bastasse, inúmeros seguidores de Pharazôn ficam embebedados com o poder, como Kemen (Leon Wadham), cuja tarefa é destituir os últimos Fiéis à outrora Rainha regente Míriel (Cynthia Addai-Robinson).

O que Pharazôn não pôde prever, entretanto, era que tanto Míriel quanto Elendil (Lloyd Owen) ainda teriam um apoio considerável da Marinha de Númenor e de vários habitantes – o que culmina em uma reviravolta de proporções inenarráveis e a perda inesperada de um dos personagens, calcando um sentimento de traição e de torpor que premedita uma guerra civil interna e os deixa mais vulneráveis a ataques externos. E, nesse quesito, devemos mencionar o trabalho fabuloso das diretoras Louise Hooper e Sanaa Hamri, cuja organicidade é o que permite esse enlace entre três núcleos de extrema importância para a 2ª temporada.

O capítulo mais recente de Os Anéis de Poder, “Halls of Stone”, já pode ser considerado o melhor do ciclo até agora – seja pelo comprometimento com o qual é arquitetado, seja pelas inúmeras referências à mitologia de J.R.R. Tolkien e da saga original que promove (por mais que elas não sejam imprescindíveis para o entendimento do enredo). Em suma, o episódio é tudo aquilo que precisávamos para ter garantia de que as semanas seguintes serão pautadas no mais puro caos e no futuro já conhecido da Terra-média.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Aqui, somos levados de volta a Khazad-dûm, onde o desespero dos Anões cresce pelo empecilho considerável que enfrentam com a falta da luz do sol. Para aqueles que não se recordam, a Montanha onde vivem sofreu com uma espécie de terremoto – em virtude do iminente despertar de Balrog e da subsequente queda de Khazad-dûm – e, por essa razão, impediu que os raios solares adentrassem o reino, ocasionando a morte de plantações e uma quase escuridão completa. Porém, o Rei Durin III (Peter Mullan), munido com um dos Anéis de Poder dado aos Anões, ajuda seus súditos a encontrar os lugares corretos para escavarem e trazer a luz de volta a seu lar; mas a que custo?

Como vemos ao longo do episódio, o Príncipe Durin IV (Owain Arthur) agora lida com mais um obstáculo, pouco depois de finalmente ter feito as pazes com o pai. Ele percebe que o julgamento e a percepção do Rei estão sendo afetados pelo objeto que porta às mãos – que, como bem sabemos, teve grande influência de Sauron (Charlie Vickers), agora adotando o alter-ego de Annatar para manipular o ferreiro Celebrimbor (Charles Edwards). Durin IV não apenas é arrastado para um redemoinho de ambição desmedida, mas dá os primeiros sinais de uma submissão inconsciente ao Anel em si, como na cena em que tem certeza de que a joia foi roubada quando, na verdade, estava bem à sua frente. E isso não é tudo: potencializado com uma poderosa confiança e um desejo ególatra de restaurar a ordem em seu reino, ele retira medidas de proteção para com seus habitantes e para com a estrutura da montanha, explorando veios de ouro de difícil acesso e abrindo mais espaço para a insurgência de uma demoníaca força.

É notável como o capítulo em questão, assinado pelas hábeis mãos de Nicholas Adams, é envolto por completo em um ponto fixo: a tragédia. Cada subtrama, por mais esparsa que soe, une-se à outra em invejável simbiose. Se de um lado Durin é afetado pelo poder imbuído ao Anel que porta, de outro, Celebrimbor percebe, através de Annatar, que as coisas não saíram como o planejado por uma razão bastante específica. Afinal os Anéis dados aos Elfos foram forjados sob conhecimento mútuo do artesão e do Rei, Gil-galad (Ben Walker) – motivo pelo qual não tiveram impacto negativo em seus usuários; já os dados aos Anões foram feitos sob segredo e, considerando os atributos lendários do mithril, essa artimanha teria consequências.

Em um terceiro âmbito, Celebrimbor afirma que a forja de Anéis para os homens é algo que não deve acontecer, por serem muito mais suscetíveis à corrupção do que os Elfos e os Anões. Porém, após entender o que aconteceu, ele é influenciado por Annatar a “consertar os erros cometidos” e dar origem a mais nove Anéis – e é aí que entramos no barril de pólvora em que Númenor se transformou. O golpe orquestrado por Pharazôn (Trystan Gravelle) agora representa um perigo real ao reino humano na Terra-média, principalmente com a investida das forças de Adar (Sam Hazeldine); como se não bastasse, inúmeros seguidores de Pharazôn ficam embebedados com o poder, como Kemen (Leon Wadham), cuja tarefa é destituir os últimos Fiéis à outrora Rainha regente Míriel (Cynthia Addai-Robinson).

O que Pharazôn não pôde prever, entretanto, era que tanto Míriel quanto Elendil (Lloyd Owen) ainda teriam um apoio considerável da Marinha de Númenor e de vários habitantes – o que culmina em uma reviravolta de proporções inenarráveis e a perda inesperada de um dos personagens, calcando um sentimento de traição e de torpor que premedita uma guerra civil interna e os deixa mais vulneráveis a ataques externos. E, nesse quesito, devemos mencionar o trabalho fabuloso das diretoras Louise Hooper e Sanaa Hamri, cuja organicidade é o que permite esse enlace entre três núcleos de extrema importância para a 2ª temporada.

O capítulo mais recente de Os Anéis de Poder, “Halls of Stone”, já pode ser considerado o melhor do ciclo até agora – seja pelo comprometimento com o qual é arquitetado, seja pelas inúmeras referências à mitologia de J.R.R. Tolkien e da saga original que promove (por mais que elas não sejam imprescindíveis para o entendimento do enredo). Em suma, o episódio é tudo aquilo que precisávamos para ter garantia de que as semanas seguintes serão pautadas no mais puro caos e no futuro já conhecido da Terra-média.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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