quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | 2º episódio da 4ª temporada de ‘Only Murders in the Building’ mantém o ALTÍSSIMO nível da série

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Após um sólido início do que apenas podemos esperar ser a melhor temporada até agora, Only Murders in the Building continua reiterando seu status como uma das melhores séries da atualidade – seja no teor narrativo que se desenrola com sutileza e calma em meio a uma atmosfera instigante, seja na química aplaudível do elenco, seja na estética identitária que brilha nas telinhas e nos envolve desde os primeiros segundos. E, agora, caminhamos para um segundo capítulo recheado de elementos clássicos de histórias detetivescas e que aposta fichas em um sólido humor e uma bem-vinda melancolia que deve se estender até o já aguardado season finale.

Para aqueles que não se recordam, Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) descobrem que Sazz (Jane Lynch) foi assassinada, com seu corpo sendo desovado no incinerador do Arconia – o que os leva a partir imediatamente para a investigação de quem pode tê-la matado. Porém, as coisas não são tão simples quanto parecem: de um lado, Charles se vê em um conflito complicado em que começa a ter visões de Sazz à medida que lida com a perda de uma de suas amigas mais próximas; de outro, Oliver e Mabel tentam fazê-lo entender que, na verdade, Charles era o alvo do atirador e que foi confundido pela incrível habilidade transmorfa de Sazz em se transformar nele (decidindo tomar as rédeas da investigação enquanto o amigo se esconde no apartamento).



É notável como, diferente da estrutura quase completamente despojada das temporadas anteriores, a nova iteração adota um tom mais sombrio e que começa a cultivar um amadurecimento para o enredo e para o que o público pode esperar dos eventos subsequentes. E, aqui, a trama inicial da produção do longa-metragem baseado no podcast do trio protagonista é deixada de lado momentaneamente para que retornemos às raízes da série e ao Arconia – e sejamos apresentados a um lado ainda não visto: o Prédio Oeste, lar de figuras improváveis que parecem ter uma rixa com os moradores do Prédio Leste em uma remodelação cômica de ‘Deus da Carnificina’ em uma inesperada e original incursão.

A partir de então, somos apresentados a mais alguns personagens que, em vez de lotarem as telinhas com arcos fracos ou esquecíveis, nos jogam algumas pistas para que podemos começar a entender quem foi responsável pela morte de Sazz: temos, Richard Kind com seu impecável timing cômico como Vince Fish, Kumail Nanjiani como Rudy Thurber, e Desmin Borges, Daphne Rubin-Veja e Lilian Rebelo como Alfonso, Inez e Ana – cada qual levantando suspeitas de Mabel, Oliver e Charles conforme segredos emergem pouco a pouco e nos levam a caminhos que podem ser duvidosos e dúbios.

Diferente da terceira iteração, em que certas pistas encontradas prezavam pela ocasionalidade do deus ex machina e culminaram em uma conclusão um tanto quanto frustrante, a nova temporada parece ter um apreço muito maior pela nostalgia dos anos 1940 e 1950 das histórias detetivescas, como já mencionado, apostando fichas em um narcótico saudosismo que nos fisga desde os primeiros minutos. Seja na investigação de um apartamento enclausurado sob persianas há muito tempo fechadas, seja nas passagens secretas que se tornaram “personagens” dentro do Arconia, o time criativo sabe como conduzir a narrativa de modo competente; neste episódio, inclusive, devemos dar créditos ao trabalho em conjunto de John Hoffman, que retorna à cadeira de direção, e a Kristin Newman, que fica responsável pelo roteiro.

Comentar sobre as performances do elenco parece redundante a esse ponto, mas é sempre válido dar os devidos créditos à escolha certeira da direção de casting ao escalar Gomez, Martin e Short como os protagonistas – e como o minucioso cuidado com seus arcos permite que elementos inéditos despontem em vários momentos, promovendo tanto um resgate à dinâmica de que desfrutavam no começo da série quanto uma evolução na camaradagem e no amor que sentem um pelo outro. Como se não bastasse, o restante do elenco tem seu momento de brilhar – e não podemos deixar de nos sentirmos realizados com uma presença mais significativa de Lynch e do retorno de Amy Ryan como Jan Bellows, ex-namorada de Charles que estava na prisão e que estava se envolvendo com Sazz.

O mais recente episódio Only Murders in the Building mantém o altíssimo nível de uma 4ª temporada que veio com tudo e que continua a angariar fãs ao redor do planeta, principalmente por apresentar uma mudança atmosférica necessária e um comprometimento invejável e honroso de cada um dos membros envolvidos na produção.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Para aqueles que não se recordam, Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) descobrem que Sazz (Jane Lynch) foi assassinada, com seu corpo sendo desovado no incinerador do Arconia – o que os leva a partir imediatamente para a investigação de quem pode tê-la matado. Porém, as coisas não são tão simples quanto parecem: de um lado, Charles se vê em um conflito complicado em que começa a ter visões de Sazz à medida que lida com a perda de uma de suas amigas mais próximas; de outro, Oliver e Mabel tentam fazê-lo entender que, na verdade, Charles era o alvo do atirador e que foi confundido pela incrível habilidade transmorfa de Sazz em se transformar nele (decidindo tomar as rédeas da investigação enquanto o amigo se esconde no apartamento).

É notável como, diferente da estrutura quase completamente despojada das temporadas anteriores, a nova iteração adota um tom mais sombrio e que começa a cultivar um amadurecimento para o enredo e para o que o público pode esperar dos eventos subsequentes. E, aqui, a trama inicial da produção do longa-metragem baseado no podcast do trio protagonista é deixada de lado momentaneamente para que retornemos às raízes da série e ao Arconia – e sejamos apresentados a um lado ainda não visto: o Prédio Oeste, lar de figuras improváveis que parecem ter uma rixa com os moradores do Prédio Leste em uma remodelação cômica de ‘Deus da Carnificina’ em uma inesperada e original incursão.

A partir de então, somos apresentados a mais alguns personagens que, em vez de lotarem as telinhas com arcos fracos ou esquecíveis, nos jogam algumas pistas para que podemos começar a entender quem foi responsável pela morte de Sazz: temos, Richard Kind com seu impecável timing cômico como Vince Fish, Kumail Nanjiani como Rudy Thurber, e Desmin Borges, Daphne Rubin-Veja e Lilian Rebelo como Alfonso, Inez e Ana – cada qual levantando suspeitas de Mabel, Oliver e Charles conforme segredos emergem pouco a pouco e nos levam a caminhos que podem ser duvidosos e dúbios.

Diferente da terceira iteração, em que certas pistas encontradas prezavam pela ocasionalidade do deus ex machina e culminaram em uma conclusão um tanto quanto frustrante, a nova temporada parece ter um apreço muito maior pela nostalgia dos anos 1940 e 1950 das histórias detetivescas, como já mencionado, apostando fichas em um narcótico saudosismo que nos fisga desde os primeiros minutos. Seja na investigação de um apartamento enclausurado sob persianas há muito tempo fechadas, seja nas passagens secretas que se tornaram “personagens” dentro do Arconia, o time criativo sabe como conduzir a narrativa de modo competente; neste episódio, inclusive, devemos dar créditos ao trabalho em conjunto de John Hoffman, que retorna à cadeira de direção, e a Kristin Newman, que fica responsável pelo roteiro.

Comentar sobre as performances do elenco parece redundante a esse ponto, mas é sempre válido dar os devidos créditos à escolha certeira da direção de casting ao escalar Gomez, Martin e Short como os protagonistas – e como o minucioso cuidado com seus arcos permite que elementos inéditos despontem em vários momentos, promovendo tanto um resgate à dinâmica de que desfrutavam no começo da série quanto uma evolução na camaradagem e no amor que sentem um pelo outro. Como se não bastasse, o restante do elenco tem seu momento de brilhar – e não podemos deixar de nos sentirmos realizados com uma presença mais significativa de Lynch e do retorno de Amy Ryan como Jan Bellows, ex-namorada de Charles que estava na prisão e que estava se envolvendo com Sazz.

O mais recente episódio Only Murders in the Building mantém o altíssimo nível de uma 4ª temporada que veio com tudo e que continua a angariar fãs ao redor do planeta, principalmente por apresentar uma mudança atmosférica necessária e um comprometimento invejável e honroso de cada um dos membros envolvidos na produção.

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