sexta-feira, março 29, 2024

Crítica | A Bela e a Fera

Fantasia, magia, diversão… Muitos de nós devemos à Walt Disney grande parte das alegrias da nossa infância. O estúdio foi responsável por filmes que nos marcaram e nos fizeram chorar e sorrir com princesas guerreiras e animais encantadores.

Após décadas realizando as animações de maiores bilheterias da história, a Disney viu uma nova oportunidade no mercado: criar remakes live-action de suas maiores produções, nos brindando com ‘Malévola‘, ‘Cinderela‘ e ‘Mogli – O Menino Lobo‘.

Após quatro anos em produção, o estúdio finalmente lança seu projeto mais ambicioso até a data: a reimaginação live-action de ‘A Bela e a Fera‘. O filme original foi lançado em 1991 e se tornou a primeira animação a concorrer ao Oscar de Melhor Filme, arrecadando US$ 425 milhões mundialmente e se tornando um clássico instantâneo.

O novo filme traz quarenta minutos de cenas inéditas, unindo as tramas da animação com o musical da Broadway, o que rende novos números musicais e a adição de novas subtramas.

A Bela e a Fera‘ é um deleite visual orgástico, com uma fotografia digna de Oscar e cenas que enchem os olhos e nos encantam. Mas nem tudo são flores. A mensagem que o filme tenta passar pode ser aplicada nele mesmo: “Quem vê cara, não vê coração!“. Por fora belíssimo, por dentro falta sentimento.

Comandado pelo mediano Bill Condon, de ‘A Saga Crepúsculo – Amanhecer‘ e ‘Dreamgirls‘, o filme falha ao nos entregar emoção. Os diversos números musicais parecem ter saído diretamente do palco da Broadway, sendo extremamente teatrais e pouco inspirados. Ao invés de ajudar a trama, a cantoria acaba nos entediando e entregando partes importantes do enredo de uma maneira pouco interessante.

O roteiro escrito por Stephen Chbosky (‘A Série Divergente: Converge’) e Evan Spiliotopoulos (‘O Caçador e a Rainha do Gelo’) oscila entre momentos inspirados e diálogos desnecessários e repletos de clichês, como a necessidade de mostrar que a Bela é uma “mulher à frente de seu tempo” porque todos em sua cidade acham que ela “é estranha“, e que ela deveria se casar com Gaston porque se ficasse solteira seria uma “indigente pedindo dinheiro para os outros na rua“.

Emma Watson entrega uma protagonista insossa e com poucas expressões faciais. Prejudicada pela direção preguiçosa de Condon, a atriz não consegue convencer como Bela. Sentimos, em alguns momentos, que estamos assistindo Hermione em uma nova aventura mágica com uma Fera. Avada Kedavra!

Watson está totalmente travada durante as canções, com expressões corporais mecânicas. Os números musicais que deveriam trazer animação e euforia, deixam os cinéfilos bocejando de tédio. Uma pena, visto que esse era o grande diferencial da animação original.

Dan Stevens surpreende ao entregar uma Fera (sem as presas de baixo) mais humana e aprofundada, o grande acerto dessa produção. O personagem tem novos momentos no filme que mostram sua visão da história e seus sentimentos, incluindo um novo número musical (pouco inspirado, mas revelador).

Não deixe de assistir:

O elenco de apoio é o grande destaque da produção. Josh Gad está hilário como Le Fou, o primeiro personagem gay da Disney (na verdade, o filme tem DOIS!). Ele traz um alívio cômico delicioso para o filme, com cenas divertidíssimas ao lado do Gaston – vivido sensacionalmente por Luke Evans, em uma ótima atuação.

Vale ressaltar também o ótimo trabalho de dublagem de Emma Thompson, Ian McKellen e Gugu Mbatha-Raw.

A Bela e a Fera‘ deve agradar por trazer de volta lembranças da nossa infância, mas mostra que a Disney tinha um grande potencial em mãos e deixou de aproveitá-lo por medo de se arriscar. É um filme visualmente encantador, porém mediano, que falha em nos entregar EMOÇÃO!

Assista nossa crítica:

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