domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Casa – Paranoia e Obsessão no ‘Parasita’ Espanhol da Netflix

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Depois do enorme sucesso de ‘Parasita’ no mundo inteiro, a gente começou a repensar a forma vertical com que as relações trabalhistas são definidas dentro das casas. Também nos chama a atenção a facilidade com que a gente deixa qualquer um entrar em nossas casas. É nessa vibe que chega essa semana ‘A Casa’, novo thriller da Netflix.



Javier Muñóz (Javier Gutierrez) é um sujeito de classe média alta, na faixa dos cinquenta anos, casado com Marga (Ruth Díaz) e com um filho que sofre bullying. Ele está desempregado, não consegue manter o padrão de vida que leva e, nas poucas entrevistas de emprego que faz, sente que o mercado não quer incorporar alguém com a idade dele, tampouco está disposto a pagar um salário compatível. Frustrado em ter que mudar seu estilo de vida, gradativamente Javier começa a ficar obcecado pela sua antiga casa e os novos moradores: Tomás (Mario Casas), Lara (Bruna Cusí) e Mónica, a filha do casal.

Em ‘A Casa’ observamos o quão fino é o limite entre a paranoia e a obsessão por algo. Através de Javier e seu foco em retomar aquilo que, a seu ver, lhe pertence, o roteiro de Alex Pastor e David Pastor faz uma crítica social sobre o materialismo que nos consome e o liberalismo, que nos impulsiona a ter uma imagem sempre melhor do que de fato temos, em eterna autoexigência de manutenção de um perfil socioeconômico insustentável, que nos obriga a consumir mais do que podemos pagar e de nos sentirmos felizes apenas com as realizações materiais.

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A dupla Alex e David Pastor também dirigiu o longa, e nesta função deixaram um pouquinho a desejar na hora de transpor o roteiro em imagens. Embora tenha um argumento muito interessante e relativamente fácil de ser filmado, os diretores não encontraram bem uma forma de dinamizar o ritmo do longa, que, em alguns momentos se arrasta e insere elementos que não levam a lugar algum.

O elenco reduzido entrega boas atuações, embora quase a totalidade das cenas seja centrada no protagonista Javier e em seu antagonista, Tomás. Enquanto produção, o destaque se dá para a escolha da tal casa do filme, que é realmente deslumbrante.

Por todos esses pontos fica complicado tecer maiores comentários sobre ‘A Casa’, pois é um suspense linear, com poucos elementos e quase nenhuma reviravolta, mas que também faz pensar e entretém. Ah, e é mais um filme espanhol da Dona Netflix!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Javier Muñóz (Javier Gutierrez) é um sujeito de classe média alta, na faixa dos cinquenta anos, casado com Marga (Ruth Díaz) e com um filho que sofre bullying. Ele está desempregado, não consegue manter o padrão de vida que leva e, nas poucas entrevistas de emprego que faz, sente que o mercado não quer incorporar alguém com a idade dele, tampouco está disposto a pagar um salário compatível. Frustrado em ter que mudar seu estilo de vida, gradativamente Javier começa a ficar obcecado pela sua antiga casa e os novos moradores: Tomás (Mario Casas), Lara (Bruna Cusí) e Mónica, a filha do casal.

Em ‘A Casa’ observamos o quão fino é o limite entre a paranoia e a obsessão por algo. Através de Javier e seu foco em retomar aquilo que, a seu ver, lhe pertence, o roteiro de Alex Pastor e David Pastor faz uma crítica social sobre o materialismo que nos consome e o liberalismo, que nos impulsiona a ter uma imagem sempre melhor do que de fato temos, em eterna autoexigência de manutenção de um perfil socioeconômico insustentável, que nos obriga a consumir mais do que podemos pagar e de nos sentirmos felizes apenas com as realizações materiais.

A dupla Alex e David Pastor também dirigiu o longa, e nesta função deixaram um pouquinho a desejar na hora de transpor o roteiro em imagens. Embora tenha um argumento muito interessante e relativamente fácil de ser filmado, os diretores não encontraram bem uma forma de dinamizar o ritmo do longa, que, em alguns momentos se arrasta e insere elementos que não levam a lugar algum.

O elenco reduzido entrega boas atuações, embora quase a totalidade das cenas seja centrada no protagonista Javier e em seu antagonista, Tomás. Enquanto produção, o destaque se dá para a escolha da tal casa do filme, que é realmente deslumbrante.

Por todos esses pontos fica complicado tecer maiores comentários sobre ‘A Casa’, pois é um suspense linear, com poucos elementos e quase nenhuma reviravolta, mas que também faz pensar e entretém. Ah, e é mais um filme espanhol da Dona Netflix!

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