Crítica | A Caverna Azul – Melodrama Turco na Prime Video Tem Reviravolta Surpreendente

Que os filmes e novelas turcas estão tomando conta da América Latina, todo bom observador já percebeu isso. Há anos países como o Peru e o Chile já consomem o audiovisual produzido naquele país, mas foi só recentemente que o mercado brasileiro se abriu para os filmes, séries e novelas da região do leste europeu. O motivo? Talvez seja a semelhança fisionômica com os brasileiros, talvez seja o elenco sempre muito elegante e bonito, ou talvez seja simplesmente aquele ar de novela dos anos 90, com muito clichê e estereótipo que tanto fez sucesso no passado, mas que hoje já não é mais produzido com tanta frequência no Brasil. Daí podemos entender o sucesso imediato de ‘A Caverna Azul’ (Mavi Magara, no original), mais novo romance dramático turco que chegou esse final de semana na Prime Video e já emplacou o terceiro lugar do Top 10 da plataforma.

A Caverna Azul

Cem (Kerem Bürsin, de ‘Cidade Proibida’) é um soldado da marinha que se aventura em missões perigosas, mas, no fundo, é um romântico em busca de um lar para seu coração. Certa noite, ao sair para se divertir com amigos, vê Alara (Devrim Özkan, de ‘O Jogo da Vida’) e se apaixona imediatamente por ela, mas a jovem mulher não lhe dá muita bola. Com seu charme e persistência galante, Cem consegue o telefone de Alara, e assim, pouco a pouco, os dois vão se envolvendo amorosamente. Porém, eventualidades do destino fará com que a vida a dois do casal seja curta, e Cem passa a ter um único objetivo: ir até ‘A Caverna Azul’, o local favorito de Alara, para, lá, entender melhor sua esposa e se sentir próximo a ela.

Escrito pelo próprio protagonista Kerem Bürsin, com colaboração de Osman Kaya, o roteiro é, como esperado, recheadíssimo de clichês. Em poucos minutos já dá para adivinhar quase tudo o que acontece no filme, e quando, e na verdade o roteiro não está nem um pouco preocupado com isso; ao contrário, ele antecipa os fatos para o espectador desde o início, com uma narrativa não linear que vai e vem no tempo, de modo que um fator crucial para a evolução dos episódios no enredo é apresentado ao espectador ainda no primeiro ato, estragando toda a surpresa para a gente.

Mulher de camisa branca ao lado de uma fogueira.

Mas o filme de Kerem Bürsin (que além de roteirizar e estrelar, também dirige a produção) esconde uma grande reviravolta já no finzinho do terceiro ato, e ele vem de maneira tão inesperada que, pela surpresa, faz a gente ter que tirar o chapéu e aplaudir a jogada sorrateira do roteiro. Por essa reviravolta, tudo que ‘A Caverna Azul’ vai entregando de maneira tão gratuita em suas uma hora e trinta de duração, ao final de contar era tudo estratégia para enganar a gente. Ponto pra produção.

A Caverna Azul’ é um filme de romance dramático bem meloso, com um elenco lindo, locações paradisíacas e uma história de sofrência que pode arrancar lágrimas de alguns. Uma alternativa turca das saudosas histórias de Nicholas Sparks.

Homem sentado, apoiado em árvore perto do mar.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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