domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Divisão – A série Tropa de Elite que a Globo nunca fez!

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O streaming Globoplay dá uma abertura para os roteiristas e produtores colocaram o dedo na ferida e terem a oportunidade de contar uma história bem mais realista e violenta do que poderiam, se a série fosse transmitida na TV aberta. O brasileiro gosta desse tipo de produção, visto o sucesso de Tropa de Elite fez na época que foi lançado nos cinemas, e A Divisão acaba por ser isso, um produto para esse público, criado para o serviço de streaming da Rede Globo, o Globoplay, que deve abocanhar o espectador fã, que ganha o seriado baseado no filme que nunca viu a luz do dia naquela época.

Com direção geral de Vicente Amorim e direção de Rodrigo Monte, a trama de A Divisão se passa nos anos 90, numa época que principalmente o Rio de Janeiro era dominado por sequestros relâmpagos, onde a população vivia em total alerta, e onde ainda, em 2019, continua, por diversos outros motivos. A Divisão acerta em criar uma certeira ambientação de época, de um Rio de Janeiro marcado por uma extrema violência, pela malandragem, e onde a lei do mais esperto reina.



O streaming enviou os primeiros episódios para o CinePOP assistir, e podemos afirmar que o espectador pode esperar uma produção intensa, visceral e que não deixa a desejar em nada nas produções americanas de seriados policiais. A Divisão vem com uma sensação de desconforto super incomoda para contar uma história pesada – com 5 episódios, e já renovada para uma segunda temporada – baseada em figuras, acontecimentos e ações que realmente aconteceram. Diferente de outras produções que criam personagens fictícios para contar sua história, aqui na série nacional, grande parte dos protagonistas foram pessoas que realmente viveram as situações apresentadas pela série, na própria pele, sejam elas policiais, sequestradores, ou ainda, os próprios sequestrados.

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Com promessa de virar filme nos próximos anos, e com um documentário à caminho, no Multishow, para contar os bastidores da série, A Divisão acerta em mostrar personagens complexos, com diferentes ideologias, e índoles, que vão trabalhar juntos numa recém criada divisão de anti-sequestro. Assim, o seriado mostra como eles criam alianças, às vezes inesperadas, para resolver os casos de sequestros em aberto.

No bate-papo com os atores em São Paulo, ficou claro a intenção dos produtores em criar uma produção sem estereótipos, bem além de ser apenas uma série onde vemos uma galera trocando tiros no morro, e ser propagandista de um polícia totalmente vilanesca ou totalmente boazinha. Claro, a produção que até toca nesses fatores, mas A Divisão se preocupa mais em levantar outras perguntas, sobre questões ainda maiores e mais complexas.

O seriado indaga, em diversos momentos, a questão de que será que vale a pena passar por cima das regras para resolver os problemas? No final, os fins justificam os meios? E muito do trabalho que a série levanta, se dá nas construções dos personagens, que o roteiro de A Divisão parece acertar em mostrar logo de cara para os espectadores que aqui não temos mocinhos e vilões clássicos, onde todos os personagens parecem que fazem o que fazem em prol daquilo que eles mesmos acreditam. Assim, o seriado irá mostrar como eles vão interagir entre si para resolver os casos, como vão lidar uns aos outros, e até que ponto eles vão influenciar o lado oposto ao longo da temporada. A Divisão faz um Esquadrão Suicida brasileiro, sem super-heróis e fantasias, onde temos a união de um grupo completamente diferente e polarizado entre si e que precisa se virar para resolver casos de sequestro, onde a trama se desenvolve após a filha de um deputado, interpretado pelo ator Dalton Vigh, desaparecer.

Assim, vemos o policial Mendonça (Silvio Guindane, ótimo), que representa o primeiro atira e depois faz perguntas, liderar uma força-tarefa numa divisão acostumada a resolver as coisas de outra forma. Junto à ele, temos um trio de detetives, liderados por Santiago (Erom Cordeiro) que atuavam nos morros cariocas de outra forma, onde o grupo criava laços com a comunidade de um jeito menos ortodoxo, em que sequestravam os traficantes por fora e cobravam resgate eles mesmos para complementar a renda. O que mais surpreende em A Divisão são as figuras conhecidas de novelas em papéis um pouco mais diferentes do que estamos acostumados, onde aqui, o destaque fica para Guindane que parece se entregar completamente e realmente dá o tom para A Divisão ter uma jeitão bem mais intenso do que parece ser, e claro, para Natália Lage, que rouba as cenas como uma detetive que parece não levar desaforo para casa. O grupo estratégico político, representado pelas figuras dos personagens de Marcos Palmeira e Rafaela Mandelli, parece também que irá movimentar a trama dos bastidores, por baixo dos panos, e com bastante politicagem envolvida, como quase tudo no Brasil, não é mesmo?

No final, A Divisão parece mostrar um grupo de personagens na busca por uma certa redenção, que querem resolver as situações de qualquer forma para salvar vidas, mas por vias tortas e com planos dos mais mirabolantes possíveis que deixariam Frank Underwood de House of Cards de cabelo em pé. Claro que ao longo dos episódios vemos que muitos deles tem uma agenda própria, mas talvez seja aí que fique o maior acerto da produção, conseguir trabalhar com sutileza essas pequenas nuanças entre os personagens e a trama, coisa que o formato de seriado ajuda ao conseguir se aprofundar e desenvolver certas questões. Uma série para se ficar de olho.

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Com direção geral de Vicente Amorim e direção de Rodrigo Monte, a trama de A Divisão se passa nos anos 90, numa época que principalmente o Rio de Janeiro era dominado por sequestros relâmpagos, onde a população vivia em total alerta, e onde ainda, em 2019, continua, por diversos outros motivos. A Divisão acerta em criar uma certeira ambientação de época, de um Rio de Janeiro marcado por uma extrema violência, pela malandragem, e onde a lei do mais esperto reina.

O streaming enviou os primeiros episódios para o CinePOP assistir, e podemos afirmar que o espectador pode esperar uma produção intensa, visceral e que não deixa a desejar em nada nas produções americanas de seriados policiais. A Divisão vem com uma sensação de desconforto super incomoda para contar uma história pesada – com 5 episódios, e já renovada para uma segunda temporada – baseada em figuras, acontecimentos e ações que realmente aconteceram. Diferente de outras produções que criam personagens fictícios para contar sua história, aqui na série nacional, grande parte dos protagonistas foram pessoas que realmente viveram as situações apresentadas pela série, na própria pele, sejam elas policiais, sequestradores, ou ainda, os próprios sequestrados.

Com promessa de virar filme nos próximos anos, e com um documentário à caminho, no Multishow, para contar os bastidores da série, A Divisão acerta em mostrar personagens complexos, com diferentes ideologias, e índoles, que vão trabalhar juntos numa recém criada divisão de anti-sequestro. Assim, o seriado mostra como eles criam alianças, às vezes inesperadas, para resolver os casos de sequestros em aberto.

No bate-papo com os atores em São Paulo, ficou claro a intenção dos produtores em criar uma produção sem estereótipos, bem além de ser apenas uma série onde vemos uma galera trocando tiros no morro, e ser propagandista de um polícia totalmente vilanesca ou totalmente boazinha. Claro, a produção que até toca nesses fatores, mas A Divisão se preocupa mais em levantar outras perguntas, sobre questões ainda maiores e mais complexas.

O seriado indaga, em diversos momentos, a questão de que será que vale a pena passar por cima das regras para resolver os problemas? No final, os fins justificam os meios? E muito do trabalho que a série levanta, se dá nas construções dos personagens, que o roteiro de A Divisão parece acertar em mostrar logo de cara para os espectadores que aqui não temos mocinhos e vilões clássicos, onde todos os personagens parecem que fazem o que fazem em prol daquilo que eles mesmos acreditam. Assim, o seriado irá mostrar como eles vão interagir entre si para resolver os casos, como vão lidar uns aos outros, e até que ponto eles vão influenciar o lado oposto ao longo da temporada. A Divisão faz um Esquadrão Suicida brasileiro, sem super-heróis e fantasias, onde temos a união de um grupo completamente diferente e polarizado entre si e que precisa se virar para resolver casos de sequestro, onde a trama se desenvolve após a filha de um deputado, interpretado pelo ator Dalton Vigh, desaparecer.

Assim, vemos o policial Mendonça (Silvio Guindane, ótimo), que representa o primeiro atira e depois faz perguntas, liderar uma força-tarefa numa divisão acostumada a resolver as coisas de outra forma. Junto à ele, temos um trio de detetives, liderados por Santiago (Erom Cordeiro) que atuavam nos morros cariocas de outra forma, onde o grupo criava laços com a comunidade de um jeito menos ortodoxo, em que sequestravam os traficantes por fora e cobravam resgate eles mesmos para complementar a renda. O que mais surpreende em A Divisão são as figuras conhecidas de novelas em papéis um pouco mais diferentes do que estamos acostumados, onde aqui, o destaque fica para Guindane que parece se entregar completamente e realmente dá o tom para A Divisão ter uma jeitão bem mais intenso do que parece ser, e claro, para Natália Lage, que rouba as cenas como uma detetive que parece não levar desaforo para casa. O grupo estratégico político, representado pelas figuras dos personagens de Marcos Palmeira e Rafaela Mandelli, parece também que irá movimentar a trama dos bastidores, por baixo dos panos, e com bastante politicagem envolvida, como quase tudo no Brasil, não é mesmo?

No final, A Divisão parece mostrar um grupo de personagens na busca por uma certa redenção, que querem resolver as situações de qualquer forma para salvar vidas, mas por vias tortas e com planos dos mais mirabolantes possíveis que deixariam Frank Underwood de House of Cards de cabelo em pé. Claro que ao longo dos episódios vemos que muitos deles tem uma agenda própria, mas talvez seja aí que fique o maior acerto da produção, conseguir trabalhar com sutileza essas pequenas nuanças entre os personagens e a trama, coisa que o formato de seriado ajuda ao conseguir se aprofundar e desenvolver certas questões. Uma série para se ficar de olho.

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