domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Espera (L’attesa)

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Como lidar com a dor e as com as consequências oriundas da mesma? Falando sobre a perda em uma escala intensa e com direito a um ritual de passagem do luto instaurado, o longa-metragem italiano L’attesa é filme denso que requer a atenção e paciência do espectador. Há um sofrimento evidente nos silenciosos primeiros minutos de projeção, além de uma metáfora quase que indecifrável em muitas das sequências desta obra. Um tom fúnebre percorre todos os 95 minutos de projeção que fica mais compreensível e deixa a perplexidade tomar conta dos sentimentos pelas atitudes inconsequentes de uma das protagonistas, interpretada pela estonteante atriz francesa Juliette Binoche.

Na trama, acompanhamos a chegada da jovem e bela Jeanne (Lou de Laâge, a nova musa do cinema francês) a um casarão no interior da região de Sicilia. Chegando lá, a francesa se depara com uma reunião de luto e fica angustiada para encontrar com Anna (Juliette Binoche), dona da casa e mãe de seu namorado Giuseppe. Assim, percebemos que Jeanne saiu da França e chegou na Itália para encontrar seu namorado. No aguardo da chegada de Giuseppe, as duas mulheres, de duas gerações completamente diferentes, vão criando um pequeno laço maternal até as descobertas de alguns segredos que vamos sabendo aos poucos.



A abertura do filme, em forma de raio-x de bagagens de aeroporto já traça o primeiro paralelo com a trama em si. Somos convidados pelo diretor de primeira viagem em longas-metragens, o italiano Piero Messina, a uma viagem rumo ao universo enigmático das emoções e como as reações que tomamos, ou que não conseguimos tomar, nesses momentos acarretam uma infinidade de consequência para as pessoas ao redor. Falar que Juliette Binoche é uma excelente atriz é redundante mas nesse filme ela praticamente louva o público com uma Masterclass de atuação. Impecável. Perdida na própria solidão, sua personagem Anna é o espelho da amargura como se não tivesse mais forças para acreditar em dias melhores. Tudo muda com a chegada de Jeanne que revitaliza nela a presença do filho distante que tanto ama. Por meio de uma mentira escancarada, somos testemunhas, se projeta rumo ao desabrochar de seu estado de luto sem pensar em consequências pelos seus atos.

Na outra ponta do Iceberg, Jeanne. Durante os dias de estadias na casa de Anna, percebemos um amadurecimento da jovem, seus olhos azuis não querendo enxergar o que seria evidente para muitos projeta um ar de ingenuidade e ao mesmo tempo de querer embarcar em um espírito de liberdade. Mesclando uma sensualidade delicada e momentos de intensa reflexão, Lou de Laâge é a companheira de cena perfeita para a professora Binoche.

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L’attesa estreou na Itália dia 17 de setembro do ano passado, após desfilar sua forte trama por vários festivais importantes mundo a fora. Na Brasil, já foi comprado por uma distribuidora e em breve deve estar brindando os cinéfilos nas grandes telas das melhores salas do Brasil. Belo filme, não percam.

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Como lidar com a dor e as com as consequências oriundas da mesma? Falando sobre a perda em uma escala intensa e com direito a um ritual de passagem do luto instaurado, o longa-metragem italiano L’attesa é filme denso que requer a atenção e paciência do espectador. Há um sofrimento evidente nos silenciosos primeiros minutos de projeção, além de uma metáfora quase que indecifrável em muitas das sequências desta obra. Um tom fúnebre percorre todos os 95 minutos de projeção que fica mais compreensível e deixa a perplexidade tomar conta dos sentimentos pelas atitudes inconsequentes de uma das protagonistas, interpretada pela estonteante atriz francesa Juliette Binoche.

Na trama, acompanhamos a chegada da jovem e bela Jeanne (Lou de Laâge, a nova musa do cinema francês) a um casarão no interior da região de Sicilia. Chegando lá, a francesa se depara com uma reunião de luto e fica angustiada para encontrar com Anna (Juliette Binoche), dona da casa e mãe de seu namorado Giuseppe. Assim, percebemos que Jeanne saiu da França e chegou na Itália para encontrar seu namorado. No aguardo da chegada de Giuseppe, as duas mulheres, de duas gerações completamente diferentes, vão criando um pequeno laço maternal até as descobertas de alguns segredos que vamos sabendo aos poucos.

A abertura do filme, em forma de raio-x de bagagens de aeroporto já traça o primeiro paralelo com a trama em si. Somos convidados pelo diretor de primeira viagem em longas-metragens, o italiano Piero Messina, a uma viagem rumo ao universo enigmático das emoções e como as reações que tomamos, ou que não conseguimos tomar, nesses momentos acarretam uma infinidade de consequência para as pessoas ao redor. Falar que Juliette Binoche é uma excelente atriz é redundante mas nesse filme ela praticamente louva o público com uma Masterclass de atuação. Impecável. Perdida na própria solidão, sua personagem Anna é o espelho da amargura como se não tivesse mais forças para acreditar em dias melhores. Tudo muda com a chegada de Jeanne que revitaliza nela a presença do filho distante que tanto ama. Por meio de uma mentira escancarada, somos testemunhas, se projeta rumo ao desabrochar de seu estado de luto sem pensar em consequências pelos seus atos.

Na outra ponta do Iceberg, Jeanne. Durante os dias de estadias na casa de Anna, percebemos um amadurecimento da jovem, seus olhos azuis não querendo enxergar o que seria evidente para muitos projeta um ar de ingenuidade e ao mesmo tempo de querer embarcar em um espírito de liberdade. Mesclando uma sensualidade delicada e momentos de intensa reflexão, Lou de Laâge é a companheira de cena perfeita para a professora Binoche.

L’attesa estreou na Itália dia 17 de setembro do ano passado, após desfilar sua forte trama por vários festivais importantes mundo a fora. Na Brasil, já foi comprado por uma distribuidora e em breve deve estar brindando os cinéfilos nas grandes telas das melhores salas do Brasil. Belo filme, não percam.

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