sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | ‘A Filha do Pescador’ – Um profundo desenrolar de conflitos familiares tendo o mar como testemunha [BONITO CINESUR 2024]

O desenrolar de conflitos familiares tendo o mar como testemunha. Escrito e dirigido pelo cineasta colombiano Edgar De Luque Jácome, em seu primeiro trabalho como diretor de longas-metragens, A Filha do Pescador de forma bem objetiva, contorna a aceitação e o perdão dentro de um contexto familiar, numa relação conturbada entre pai e filha tendo uma paisagem deslumbrante como testemunha. O preconceito, o assédio, o machismo também são elementos que estão inseridos nas linhas do competente roteiro.

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Na trama, conhecemos Samuel (Roamir Pineda) um experiente pescador que mora em uma ilha e vive seus dias dedicado 100% ao seu trabalho. Amargurado com o passar do tempo, sem se livrar das desilusões, aprendeu a viver com a solidão. Certo dia, seu filho que não via faz mais de uma década, volta pra casa, agora como uma mulher trans chamada Priscila (Nathalia Rincón), que fugiu da cidade onde morava por conta de uma situação. Quando Samuel se machuca após uma ida ao mar e precisa de alguém para cuidá-lo, esse pode ser o momento que precisam para se entenderem.



Há um paralelo importante do choque familiar com o mar e a força da natureza. Ambientado num lugar isolado mas com suas belezas, percebemos as dores de um passado já distante que ganham novos sentidos com um reencontro, mesmo que em meio a tempestades que logo podem virar dias bonitos. Mas até quando o perdão pode superar as inconsequências? A desconstrução de Samuel é a base para uma narrativa que ruma para a aceitação ao mesmo tempo que encontra a amargura envolvida por uma solidão. O vai e vem do mar e o olhar para a natureza são como uma mensagem indireta, uma parábola, para os desequilíbrios das relações.

Nessa co-produção Brasil, República Dominicana, Colômbia e Porto Rico, em menos de 80 minutos de projeção, com o passar dos conflitos que se seguem vamos vendo uma tentativa de reconexão surgindo, mais uma chance numa relação que insistiu em se perder com o tempo. O preconceito enraizado num machismo interminável nos leva até a dor de uma personagem sofrida, frequentemente assediada, que busca um oásis pro seu sofrimento exatamente num lugar onde as pedras chegam na frente de qualquer conforto.

A Filha do Pescador dispara suas considerações a partir da melancolia de personagens no sentido de um sentimento que não se desprende da perda. A construção narrativa eficiente e com respiros para entendermos os conflitos dos protagonistas fortalecem o discurso, dentro de um contexto de aflições nos levando até um mar de reflexões.

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Na trama, conhecemos Samuel (Roamir Pineda) um experiente pescador que mora em uma ilha e vive seus dias dedicado 100% ao seu trabalho. Amargurado com o passar do tempo, sem se livrar das desilusões, aprendeu a viver com a solidão. Certo dia, seu filho que não via faz mais de uma década, volta pra casa, agora como uma mulher trans chamada Priscila (Nathalia Rincón), que fugiu da cidade onde morava por conta de uma situação. Quando Samuel se machuca após uma ida ao mar e precisa de alguém para cuidá-lo, esse pode ser o momento que precisam para se entenderem.

Há um paralelo importante do choque familiar com o mar e a força da natureza. Ambientado num lugar isolado mas com suas belezas, percebemos as dores de um passado já distante que ganham novos sentidos com um reencontro, mesmo que em meio a tempestades que logo podem virar dias bonitos. Mas até quando o perdão pode superar as inconsequências? A desconstrução de Samuel é a base para uma narrativa que ruma para a aceitação ao mesmo tempo que encontra a amargura envolvida por uma solidão. O vai e vem do mar e o olhar para a natureza são como uma mensagem indireta, uma parábola, para os desequilíbrios das relações.

Nessa co-produção Brasil, República Dominicana, Colômbia e Porto Rico, em menos de 80 minutos de projeção, com o passar dos conflitos que se seguem vamos vendo uma tentativa de reconexão surgindo, mais uma chance numa relação que insistiu em se perder com o tempo. O preconceito enraizado num machismo interminável nos leva até a dor de uma personagem sofrida, frequentemente assediada, que busca um oásis pro seu sofrimento exatamente num lugar onde as pedras chegam na frente de qualquer conforto.

A Filha do Pescador dispara suas considerações a partir da melancolia de personagens no sentido de um sentimento que não se desprende da perda. A construção narrativa eficiente e com respiros para entendermos os conflitos dos protagonistas fortalecem o discurso, dentro de um contexto de aflições nos levando até um mar de reflexões.

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