sexta-feira, outubro 4, 2024

Crítica | A Forja – O Poder da Transformação: Filme Cristão Retrata Mudança de Vida Através da Palavra de Cristo

O Brasil é um dos países que mais possui pessoas que se identificam com a religião cristã e com o catolicismo. São mais de quinhentos anos desde a primeira chegada dessa religião nesse território, e a fé se mantém firme desde então. E mais recentemente as histórias e exemplos oriundas dessa religião tem ganhado espaço na dramaturgia, seja na televisão aberta (com novelas inspiradas em passagens da Bíblia), seja nos cinemas, com histórias e personalidades da Bíblia ou de pessoas que tiveram suas vidas transformadas a partir do contato com a palavra de Deus. Parte desse segundo segmento, estreou na semana passada, no circuito nacional, o longa ‘A Forja’, filme cristão estadunidense que poderia tranquilamente ser um filme brasileiro.

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Isaiah (Aspen Kennedy) é um jovem maior de idade que não estuda nem trabalha, e passa o dia todo jogando videogame ou jogando basquete. Sua mãe, Clara (Karen Abercrombie), preocupadíssima com a falta de responsabilidades do filho, lhe dá um ultimato: ele tem um mês para encontrar um emprego e começar a pagar um aluguel em casa, afinal, ela não vai ficar se matando de trabalhar para sustentar um garoto folgado. A contragosto, Isaiah vai para rua procurar um emprego e acaba esbarrando na loja de produtos de ginástica Moore Fitness, cujo dono, Joshua Moore (Cameron Arnett), decide dar uma oportunidade para esse jovem arredio. Mas, o que era para ser apenas um emprego para pagar as contas acaba transformando a vida do jovem Joshua para sempre.

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O argumento de ‘A Forja’ é simplesmente brilhante, e isso é mérito dos inteligentes roteiristas Alex Kendrick e Stephen Kendrick. O longa simplesmente pega todos os elementos comuns a todas as sociedades do mundo, e com os quais o espectador comum rapidamente se identifica: a história de um jovem homem preto abandonado pelo pai e criado por uma mãe solo, que não quer responsabilidades com a vida e cuja mãe – batalhadora, e que obviamente é cabeleireira – faz das tripas coração para sustentar sua vida; amigos suspeitos que tentam desvirtuar o protagonista, um homem bondoso que decide dar uma chance à ovelha desgarrada; um jovem que milagrosamente ouve o chamado de Deus e da noite para o dia justifica todos os méritos de sua vida a Ele; uma história de superação com base no esforço coletivo, que é motivado pela fé em Cristo; um exemplo de transformação a partir do perdão e da reviravolta de uma vida desocupada para um exemplo a ser seguido graças à disciplina da fé.

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Com todos esses elementos tão comuns e tão clichês, não é difícil tocar o coração do seu público-alvo, que justamente quer e espera ver esses exemplos. Nesse sentido, realmente não importa a origem do filme, pois a história se encaixa na vida de qualquer pessoa – principalmente quando o filme é amplamente divulgado e ganha cópias dubladas, o que permite que o longa seja um programa inspirador em família.

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Para além de todos esses lugares-comuns, o grande lance do filme é a tal ‘A Forja’ – local de encontro de um grupo de homens que forjam uns aos outros na palavra de Jesus. Se tirarmos o elemento cristão dessa equação, fica muito claro que, na real, o que todo mundo precisa é de um grupo de apoio, uma “forja” onde possa se refugiar, onde possa pedir ajuda e possa receber suporte de todo tipo, pois todos ali estão na mesma sincronia. E a história da humanidade é toda forjada por clubinhos desse tipo, principalmente frequentado por homens, então, para além da ficção e da fé, fica a dica de o espectador procurar seus grupos de apoio, seja ele dentro ou fora da igreja.

Não deixe de assistir:

Inteligentemente construído, ‘A Forja’ é um filme inspirador que faz uso dos clichês mais clichês para tocar o espectador. Com elenco carismático, merece mesmo todo o sucesso que vem conquistando.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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