quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | A Grande Jogada – Jessica Chastain vive outra grande personagem em sua carreira

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Aaron Sorkin estreia com o pé direito na direção

O ano de 2011 marcou o surgimento de duas das maiores estrelas de Hollywood na atualidade. Enquanto Jennifer Lawrence, aos 27 anos, mesmo com quatro indicações ao Oscar e uma vitória, ainda causa divergência sobre seu status (implicância que diminuiu um pouco após o lançamento do polêmico mãe!), a ruiva Jessica Chastain, aos 40, e duas indicações, leva melhor sorte no gosto dos cinéfilos, indiscutivelmente enaltecida como uma das melhores atrizes de hoje.

Apesar do lugar cativo em nossos corações, a ruiva que surgiu para o mundo há menos de uma década, vem batendo na trave e embora entregue uma performance chamativa atrás da outra, ainda não obteve a aprovação máxima para artistas como ela, o prêmio da Academia do Cinema, vulgo Oscar. São trabalhos sólidos consecutivos, em produções como Dois Lados do Amor, Miss Julie, O Ano Mais Violento e Armas na Mesa, só para citar alguns de seus desempenhos mais elaborados. Agora, a californiana tenta de novo e emplaca mais uma vez um trabalho de destaque.



A Grande Jogada (Molly´s Game), no entanto, não conta apenas com o carro-chefe do carisma de Chastain e apresenta a estreia na direção de um dos mais competentes roteiristas trabalhando na atualidade, Aaron Sorkin. Sua marca registrada são os diálogos rápidos e espertos, recheados de informações significativas disparadas por segundos, como quem pede de pronto o recheio de seu sanduíche da Subway. No cinturão, textos de filmes consagrados como Questão de Honra (1992) , A Rede Social (2010) – que lhe rendeu sua estatueta do Oscar – e O Homem que Mudou o Jogo (2011).

Variavelmente, mudanças de função podem ser desastrosas para certos profissionais de cinema. A transição de Sorkin ocorre de forma mais suave impossível, apesar do mesmo ainda se mostrar insatisfeito. Durante a coletiva de imprensa que participei no Festival de Toronto, o renomado roteirista brincou muito com o fato de que não havia aprendido nada com os diretores de alto calibre com quem trabalhou, vide David Fincher e Danny Boyle (Steve Jobs). É claro que não passa de modéstia, pois a influência de tais cineastas, em especial Fincher, é sentida aqui.

Baseado no livro da própria Molly Bloom, a história adaptada por Sorkin conta as desventuras da protagonista vivida por Chastain, uma ex-esquiadora, filha de um exigente psicólogo (Kevin Costner), que após se acidentar de forma grave praticando o esporte nas olimpíadas de inverno, decide se mudar para Los Angeles e começar uma nova vida. Não demora para Molly se deparar com charmoso e tentador submundo da jogatina, onde o dinheiro aparenta ser fácil se você for dono de muita sagacidade.

Logo, o jogo é de Molly, e a protagonista, que aprende rápido todos os itens que constituem o empreendimento, será conhecida como “A Princesa do Poker”. A máfia e a as autoridades a encontram também, deixando ainda mais delicada a situação da decidida e empoderada personagem.

Chastain desperta empatia por dar forma a mulheres fortes, mostrar e estimular a criação de bons papeis femininos na Hollywood atual. E Molly Bloom definitivamente é mais uma destas personagens que se junta a extensa lista da atriz. Extremamente racional, a protagonista de Chastain traça um plano e parte em busca do objetivo, com a voracidade de um predador que sabe o que quer. Molly usa de todos os artifícios que pode, incluindo a sensualidade extrema, reforçando o ditado “pode olhar, mas não tocar”. Fechando o elenco principal, o talentoso Idris Elba interpreta o advogado cuja missão é livrar a contraventora da prisão.

Novamente, Aaron Sorkin pega um tema de acesso restrito, palatável apenas para os que orbitam em torno de tal universo, vide programação de computadores e escalação de times de baseball – aqui, as engrenagens de um mini cassino – e o transforma num thriller dramático, atraente e dinâmico, que nos deixa envolvidos mesmo sem a maior das intimidades com o núcleo da trama. Porque as histórias de Sorkin são sobre mais, são sobre personagens extremamente humanos, donos de inúmeras falhas e que, mesmo sendo as pessoas mais inteligentes da sala, têm em suas próprias personalidades o maior desafio a ser superado.

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O ano de 2011 marcou o surgimento de duas das maiores estrelas de Hollywood na atualidade. Enquanto Jennifer Lawrence, aos 27 anos, mesmo com quatro indicações ao Oscar e uma vitória, ainda causa divergência sobre seu status (implicância que diminuiu um pouco após o lançamento do polêmico mãe!), a ruiva Jessica Chastain, aos 40, e duas indicações, leva melhor sorte no gosto dos cinéfilos, indiscutivelmente enaltecida como uma das melhores atrizes de hoje.

Apesar do lugar cativo em nossos corações, a ruiva que surgiu para o mundo há menos de uma década, vem batendo na trave e embora entregue uma performance chamativa atrás da outra, ainda não obteve a aprovação máxima para artistas como ela, o prêmio da Academia do Cinema, vulgo Oscar. São trabalhos sólidos consecutivos, em produções como Dois Lados do Amor, Miss Julie, O Ano Mais Violento e Armas na Mesa, só para citar alguns de seus desempenhos mais elaborados. Agora, a californiana tenta de novo e emplaca mais uma vez um trabalho de destaque.

A Grande Jogada (Molly´s Game), no entanto, não conta apenas com o carro-chefe do carisma de Chastain e apresenta a estreia na direção de um dos mais competentes roteiristas trabalhando na atualidade, Aaron Sorkin. Sua marca registrada são os diálogos rápidos e espertos, recheados de informações significativas disparadas por segundos, como quem pede de pronto o recheio de seu sanduíche da Subway. No cinturão, textos de filmes consagrados como Questão de Honra (1992) , A Rede Social (2010) – que lhe rendeu sua estatueta do Oscar – e O Homem que Mudou o Jogo (2011).

Variavelmente, mudanças de função podem ser desastrosas para certos profissionais de cinema. A transição de Sorkin ocorre de forma mais suave impossível, apesar do mesmo ainda se mostrar insatisfeito. Durante a coletiva de imprensa que participei no Festival de Toronto, o renomado roteirista brincou muito com o fato de que não havia aprendido nada com os diretores de alto calibre com quem trabalhou, vide David Fincher e Danny Boyle (Steve Jobs). É claro que não passa de modéstia, pois a influência de tais cineastas, em especial Fincher, é sentida aqui.

Baseado no livro da própria Molly Bloom, a história adaptada por Sorkin conta as desventuras da protagonista vivida por Chastain, uma ex-esquiadora, filha de um exigente psicólogo (Kevin Costner), que após se acidentar de forma grave praticando o esporte nas olimpíadas de inverno, decide se mudar para Los Angeles e começar uma nova vida. Não demora para Molly se deparar com charmoso e tentador submundo da jogatina, onde o dinheiro aparenta ser fácil se você for dono de muita sagacidade.

Logo, o jogo é de Molly, e a protagonista, que aprende rápido todos os itens que constituem o empreendimento, será conhecida como “A Princesa do Poker”. A máfia e a as autoridades a encontram também, deixando ainda mais delicada a situação da decidida e empoderada personagem.

Chastain desperta empatia por dar forma a mulheres fortes, mostrar e estimular a criação de bons papeis femininos na Hollywood atual. E Molly Bloom definitivamente é mais uma destas personagens que se junta a extensa lista da atriz. Extremamente racional, a protagonista de Chastain traça um plano e parte em busca do objetivo, com a voracidade de um predador que sabe o que quer. Molly usa de todos os artifícios que pode, incluindo a sensualidade extrema, reforçando o ditado “pode olhar, mas não tocar”. Fechando o elenco principal, o talentoso Idris Elba interpreta o advogado cuja missão é livrar a contraventora da prisão.

Novamente, Aaron Sorkin pega um tema de acesso restrito, palatável apenas para os que orbitam em torno de tal universo, vide programação de computadores e escalação de times de baseball – aqui, as engrenagens de um mini cassino – e o transforma num thriller dramático, atraente e dinâmico, que nos deixa envolvidos mesmo sem a maior das intimidades com o núcleo da trama. Porque as histórias de Sorkin são sobre mais, são sobre personagens extremamente humanos, donos de inúmeras falhas e que, mesmo sendo as pessoas mais inteligentes da sala, têm em suas próprias personalidades o maior desafio a ser superado.

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