quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | A guerra chega a Eregion no sólido 6º episódio da 2ª temporada de ‘O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’

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No mais recente episódio de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, a tão esperada guerra finalmente chega à Terra-média e promete mudar tudo o que conhecemos até então – para o bem ou para o mal.

Como bem percebemos no capítulo anterior, as coisas não estão fluindo como deveriam para o lado dos nossos heróis: de um lado, em Númenor, Elendil (Lloyd Owen) enfrenta as consequências em se opor ao governo usurpador de Pharazôn (Trystan Gravelle), sendo acusado de iniciar um motim para manter vivo o legado da deposta Rainha Míriel (Cynthia Addai-Robinson) e se recusar a abandonar as Velhas Tradições – eventualmente, condenado a ser julgado pelo Valar, uma milenar criatura marinha que nada pelos arredores do território humano; de outro, Galadriel (Morfydd Clark) foi capturada por Adar (Sam Hazeldine) e seus asseclas, com a intenção de ser levada para as forças das Trevas e aliar-se ao Uruk contra o levante de Sauron (que sabemos ser Halbrand, interpretado por Charlie Vickers); e, fechando o trio de primeiras incursões, o Estranho (Daniel Weyman) deve fazer uma escolha entre salvar Nori (Markella Kavenagh) e Poppy (Megan Richards), ou controlar seus crescentes poderes ao lado de Tom Bombadil (Rory Kinnear).



Como se não bastasse, a atmosfera em Khazad-dûm também não é a das melhores: o Príncipe Durin (Owain Arthur) vê seu pai (Peter Mullan), governante da terra dos Anões, sucumbir aos poderes condenáveis do Anel de Poder que carrega às mãos, cego por uma ambição que antecipa a queda de sua raça e que ameaça toda a integridade das montanhas em que habitam. Apesar de Halbrand visitá-los como forma de convencê-los a continuar a entrega de mithril para a produção de mais Anéis, a tentativa de retomar o contrato dá errado – mas o Rei acredita que ele voltará com uma oferta melhor e irrecusável, aumentando as preocupações de Durin. Ele, então, une-se à esposa, Disa (Sophia Nomvete), para impedir que aquela loucura continue e que, de alguma maneira, eles possam recobrar a lucidez do monarca.

Por fim, somos levados a Eregion, onde Celebrimbor (Charles Edwards) passa por suas próprias provações: como bem vimos na iteração anterior, o ferreiro se sente culpado por não ter forjado os Anéis para os Anões da maneira correta, rendendo-se a um trabalho copioso e extenuante de arquitetar nove joias para os humanos que redimam os pecados cometidos – porém, sob a supervisão de um Sauron que veste-se como Annatar, o Senhor dos Presentes, iludindo-o com palavras de afeição e mentiras visuais para garantir que tudo está bem. Porém, o que Celebrimbor desconhece é que Adar e seu exército, tendo descoberto o paradeiro de Sauron, invade Eregion a fim de destruí-la e, assim, colocar um fim nas promessas vazias do Lorde das Trevas de uma vez por todas.

Encabeçando o capítulo, temos a talentosa diretora Sanaa Hamri – cuja aplaudível carreira no mundo dos videoclipes musicais vem em boa hora, ainda mais para um capítulo tão importante quanto este. Hamri lida com uma quantidade considerável de arcos para desenvolver sem cair nas problemáticas da temporada anterior. Aliando-se ao trabalho competente de Justin Doble, a cineasta navega pela Terra-média com familiaridade exemplar, sabendo de que maneira destinar cada porção do episódio aos múltiplos personagens que pululam das telinhas – e, de forma chocante, ela consegue dar ritmo ao núcleo Númenoriano (algo que aguardávamos ansiosamente desde o ciclo predecessor). Porém, seu maior sucesso é a composição das sequências de ação, garantindo um paralelo entre uma proposital cinematografia panfletária e a intimidade melodramática dos protagonistas.

O capítulo, intitulado “Where Is He?”, não é livre de falhas – e, no tocante ao roteiro, é onde a maioria dos equívocos se concentra. Doble faz o possível para que as redundâncias não existam, mas, em certos momentos, isso se torna inevitável; porém, enquanto algumas investidas poderiam ter sido “enxugadas”, por assim dizer, Doble acerta em cheio quando se inspira para as reviravoltas e para as artimanhas que nos preparam para essa reta final – terminando o sexto episódio de maneira chocante e beirando uma catarse narrativa.

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder mantém-se numa zona de conforto bem-vinda que, ainda que mantenha a qualidade das semanas anteriores, poderia ser um pouco mais ousada em quesitos óbvios. Todavia, não podemos deixar de comentar a sólida qualidade que permanece nessa segunda temporada e o modo como essa sexta iteração é um ponto-chave para a conclusão de inúmeras tramas e subtramas.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Como bem percebemos no capítulo anterior, as coisas não estão fluindo como deveriam para o lado dos nossos heróis: de um lado, em Númenor, Elendil (Lloyd Owen) enfrenta as consequências em se opor ao governo usurpador de Pharazôn (Trystan Gravelle), sendo acusado de iniciar um motim para manter vivo o legado da deposta Rainha Míriel (Cynthia Addai-Robinson) e se recusar a abandonar as Velhas Tradições – eventualmente, condenado a ser julgado pelo Valar, uma milenar criatura marinha que nada pelos arredores do território humano; de outro, Galadriel (Morfydd Clark) foi capturada por Adar (Sam Hazeldine) e seus asseclas, com a intenção de ser levada para as forças das Trevas e aliar-se ao Uruk contra o levante de Sauron (que sabemos ser Halbrand, interpretado por Charlie Vickers); e, fechando o trio de primeiras incursões, o Estranho (Daniel Weyman) deve fazer uma escolha entre salvar Nori (Markella Kavenagh) e Poppy (Megan Richards), ou controlar seus crescentes poderes ao lado de Tom Bombadil (Rory Kinnear).

Como se não bastasse, a atmosfera em Khazad-dûm também não é a das melhores: o Príncipe Durin (Owain Arthur) vê seu pai (Peter Mullan), governante da terra dos Anões, sucumbir aos poderes condenáveis do Anel de Poder que carrega às mãos, cego por uma ambição que antecipa a queda de sua raça e que ameaça toda a integridade das montanhas em que habitam. Apesar de Halbrand visitá-los como forma de convencê-los a continuar a entrega de mithril para a produção de mais Anéis, a tentativa de retomar o contrato dá errado – mas o Rei acredita que ele voltará com uma oferta melhor e irrecusável, aumentando as preocupações de Durin. Ele, então, une-se à esposa, Disa (Sophia Nomvete), para impedir que aquela loucura continue e que, de alguma maneira, eles possam recobrar a lucidez do monarca.

Por fim, somos levados a Eregion, onde Celebrimbor (Charles Edwards) passa por suas próprias provações: como bem vimos na iteração anterior, o ferreiro se sente culpado por não ter forjado os Anéis para os Anões da maneira correta, rendendo-se a um trabalho copioso e extenuante de arquitetar nove joias para os humanos que redimam os pecados cometidos – porém, sob a supervisão de um Sauron que veste-se como Annatar, o Senhor dos Presentes, iludindo-o com palavras de afeição e mentiras visuais para garantir que tudo está bem. Porém, o que Celebrimbor desconhece é que Adar e seu exército, tendo descoberto o paradeiro de Sauron, invade Eregion a fim de destruí-la e, assim, colocar um fim nas promessas vazias do Lorde das Trevas de uma vez por todas.

Encabeçando o capítulo, temos a talentosa diretora Sanaa Hamri – cuja aplaudível carreira no mundo dos videoclipes musicais vem em boa hora, ainda mais para um capítulo tão importante quanto este. Hamri lida com uma quantidade considerável de arcos para desenvolver sem cair nas problemáticas da temporada anterior. Aliando-se ao trabalho competente de Justin Doble, a cineasta navega pela Terra-média com familiaridade exemplar, sabendo de que maneira destinar cada porção do episódio aos múltiplos personagens que pululam das telinhas – e, de forma chocante, ela consegue dar ritmo ao núcleo Númenoriano (algo que aguardávamos ansiosamente desde o ciclo predecessor). Porém, seu maior sucesso é a composição das sequências de ação, garantindo um paralelo entre uma proposital cinematografia panfletária e a intimidade melodramática dos protagonistas.

O capítulo, intitulado “Where Is He?”, não é livre de falhas – e, no tocante ao roteiro, é onde a maioria dos equívocos se concentra. Doble faz o possível para que as redundâncias não existam, mas, em certos momentos, isso se torna inevitável; porém, enquanto algumas investidas poderiam ter sido “enxugadas”, por assim dizer, Doble acerta em cheio quando se inspira para as reviravoltas e para as artimanhas que nos preparam para essa reta final – terminando o sexto episódio de maneira chocante e beirando uma catarse narrativa.

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder mantém-se numa zona de conforto bem-vinda que, ainda que mantenha a qualidade das semanas anteriores, poderia ser um pouco mais ousada em quesitos óbvios. Todavia, não podemos deixar de comentar a sólida qualidade que permanece nessa segunda temporada e o modo como essa sexta iteração é um ponto-chave para a conclusão de inúmeras tramas e subtramas.

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