sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | A História da Minha Mulher – Sedutor Suspense Francês com Louis Garrel e Léa Seydoux

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O cinema francês tem características bem peculiares, que o tornam bem fácil identificar, ao público espectador, de que se trata de uma história daquele país. Há qualquer coisa na assinatura dessas produções que conseguem não só atrair o público de lá, como também agradam aos brasileiros, bastante interessados sobre o que vem do país de Alexandre Dumas. E o mais novo título que chega da França estreia esta semana nas salas de cinema nacionais: o suspense dramático ‘A História da Minha Mulher’.



Jakob Störr (Gijs Naber) é capitão dos mares e está bem contente com sua vida em alto mar. Sem família e sem ter para quem voltar, sua rotina é desbravar os oceanos; porém, por uma questão de saúde, em conversa com o cozinheiro de seu navio Jakob toma a decisão de que chegou a hora de casar-se. Ao comentar isso com um colega em um restaurante, Jakob lança o desafio de se casar com a primeira mulher que passasse pelas portas do estabelecimento. Mal sabia ele que momentos depois por aquela porta entraria uma bela e misteriosa mulher (Léa Seydoux) que, surpreendentemente, aceita o inesperado pedido de casamento. A partir daí a vida de Jakob irá mudar completamente, pois experimentará novos sentimentos e descobrirá que sua esposa tem muito mais segredos e mistérios do que ele imaginara.

Com cerca de duas horas e quarenta de duração, a extensão de ‘A História da Minha Mulher’ é possivelmente um fator que pesa contra ele, afinal, os espectadores andam impaciente com filmes muito longos. Entretanto, a produção do realizador Ildikó Enyedi, que também assina o roteiro, é tão envolvente e sedutora, que a gente se sente impelido a ir descobrindo as camadas e camadas desta personagem enigmática, e tudo através dos olhos do protagonista. Mérito da excelente Léa Seydoux, que consegue manter impassividade em sua expressão facial, a todo momento nos deixando em dúvida se ela está sendo honesta ou não.

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Esse é o grande lance do roteiro: prender o espectador na dúvida sobre a veracidade dos fatos – uma técnica bastante utilizada em romances de suspense, nos quais os personagens têm motivos suficientes para terem realizado o crime, mas seus álibis ganham a empatia do leitor espectador.

Tudo isso se passando em cenários ótimas tomadas abertas na Holanda e na Alemanha da virada de século XIX, com uma caracterização de figurino, fotografia e produção de set que ajudam a reforçar o jogo de sombras e luz pelos quais os personagens vão passando. O jogo do roteiro se torna especialmente interessante com a entrada do personagem de Louis Garrel, – um dos atores mais queridos de sua geração naquele país – que, mesmo numa participação especial, mostra toda sua expertise cinematográfica.

A História da Minha Mulher’ é um filme envolvente e sedutor tal qual a personagem central da sua história. Lembra os bons romances escritos do século XIX, desses que a gente não consegue deixar de lado antes de saber o fim da história.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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O cinema francês tem características bem peculiares, que o tornam bem fácil identificar, ao público espectador, de que se trata de uma história daquele país. Há qualquer coisa na assinatura dessas produções que conseguem não só atrair o público de lá, como também agradam aos brasileiros, bastante interessados sobre o que vem do país de Alexandre Dumas. E o mais novo título que chega da França estreia esta semana nas salas de cinema nacionais: o suspense dramático ‘A História da Minha Mulher’.

Jakob Störr (Gijs Naber) é capitão dos mares e está bem contente com sua vida em alto mar. Sem família e sem ter para quem voltar, sua rotina é desbravar os oceanos; porém, por uma questão de saúde, em conversa com o cozinheiro de seu navio Jakob toma a decisão de que chegou a hora de casar-se. Ao comentar isso com um colega em um restaurante, Jakob lança o desafio de se casar com a primeira mulher que passasse pelas portas do estabelecimento. Mal sabia ele que momentos depois por aquela porta entraria uma bela e misteriosa mulher (Léa Seydoux) que, surpreendentemente, aceita o inesperado pedido de casamento. A partir daí a vida de Jakob irá mudar completamente, pois experimentará novos sentimentos e descobrirá que sua esposa tem muito mais segredos e mistérios do que ele imaginara.

Com cerca de duas horas e quarenta de duração, a extensão de ‘A História da Minha Mulher’ é possivelmente um fator que pesa contra ele, afinal, os espectadores andam impaciente com filmes muito longos. Entretanto, a produção do realizador Ildikó Enyedi, que também assina o roteiro, é tão envolvente e sedutora, que a gente se sente impelido a ir descobrindo as camadas e camadas desta personagem enigmática, e tudo através dos olhos do protagonista. Mérito da excelente Léa Seydoux, que consegue manter impassividade em sua expressão facial, a todo momento nos deixando em dúvida se ela está sendo honesta ou não.

Esse é o grande lance do roteiro: prender o espectador na dúvida sobre a veracidade dos fatos – uma técnica bastante utilizada em romances de suspense, nos quais os personagens têm motivos suficientes para terem realizado o crime, mas seus álibis ganham a empatia do leitor espectador.

Tudo isso se passando em cenários ótimas tomadas abertas na Holanda e na Alemanha da virada de século XIX, com uma caracterização de figurino, fotografia e produção de set que ajudam a reforçar o jogo de sombras e luz pelos quais os personagens vão passando. O jogo do roteiro se torna especialmente interessante com a entrada do personagem de Louis Garrel, – um dos atores mais queridos de sua geração naquele país – que, mesmo numa participação especial, mostra toda sua expertise cinematográfica.

A História da Minha Mulher’ é um filme envolvente e sedutor tal qual a personagem central da sua história. Lembra os bons romances escritos do século XIX, desses que a gente não consegue deixar de lado antes de saber o fim da história.

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