sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | A Maldição de Cinderela – O HORROR Toma Conta em Sangrenta Adaptação de Clássico Infantil

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Há estudos que podem comprovar que isto que o senso comum considera como clássicos das histórias infantis (muitos dos quais são chamados de contos de fadas) eram, originalmente, histórias de terror, cujo um dos objetivos era justamente imprimir certo pavor em quem a ouvia, de modo a se comportar de certa forma, e, consequentemente, entender a mensagem e não aceitar alimentos de estranhos, não confiar em quem se faz de bonzinho ou de doente, etc.

Essa era a tal moral da história. De uns tempos para cá os realizadores no mundo todo têm imprimido esse olhar para as histórias infantis de antigamente e produzindo filmes de terror como ‘A Maldição de Cinderela’, que chega a partir de hoje nos cinemas brasileiros.



A Maldição de Cinderela

Ela (Kelly Rian Sanson) trabalha sem parar na casa de sua madrasta (Danielle Scott), onde é maltratada por esta e pelas filhas desta (Lauren Budd e Natasha Tosini). Sua vida é miserável e infeliz, mas ela encontra certo conforto na companhia de Anja (Helen Fullerton) e Moritz (Frederick Dallaway), mas, quando algo terrível ocorre com ambos, Ela – também chamada de Cinderela – perde toda a sua pouca estabilidade. Mas então o príncipe Levim (Sam Barrett) vai à casa da família em busca de uma pretendida para ser sua futura esposa e, ao ver Cinderela, finge estar interessado na moça, quando, na verdade, só quer se divertir com ela. Iludida com tudo e sem mais nada que lhe fosse caro, Cinderela acaba cedendo às ofertas de uma Fada Madrinha (Chrissie Wunna) que lhe oferece a possibilidade de realizar três desejos, dentre os quais uma sonhada vingança… e Cinderela não pensa duas vezes e aceita.

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Com apenas uma hora e vinte de duração, ‘A Maldição de Cinderela’ tem uma estrutura narrativa curiosa e bastante interessante. O filme já começa começando, com uma sequência inteira pressionando o pedal do terror, fazendo o sangue escorrer com cabeças cortadas. Então, após poucos minutos, a história começa a ser apresentada, e aí o tom narrativo entra quase num marasmo, com o drama de Cinderela sendo apresentado. Mas, sem percebermos, o roteiro de Harry Boxley e Charles Perrault começa a inserir elementos e cenas de violência bem intensas, gráficas até, com olhos esbugalhados em close, causando certo desconforto no espectador. Por fim, a diretora Louisa Warren pressiona o arco final ainda mais no acelerador da violência e escalona as ações para puro suco de horror explícito. Nesse sentido, da mesma forma que poderá agradar aos fãs do gênero, provavelmente deixará desconfortável a galera que até curte terror, mas tem estômago sensível.

Até por conta de um certo baixo orçamento (apesar das carruagens e cavalos em cena), a produção britânica surpreende por conseguir alcançar qualidade naquilo que se propunha fazer. Com um elenco esforçado (do qual se destaca a madrasta Danielle Scott) e direito até a efeito especial, ‘A Maldição de Cinderela’ surpreende pela intensidade do horror e do trash em uma história que a memória coletiva tem muito forte como uma fantasiosa e animada história de amor. Bom, ‘A Maldição de Cinderela’ chega aos cinemas trazendo uma perspectiva vingativa da mocinha do sapatinho de cristal.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Essa era a tal moral da história. De uns tempos para cá os realizadores no mundo todo têm imprimido esse olhar para as histórias infantis de antigamente e produzindo filmes de terror como ‘A Maldição de Cinderela’, que chega a partir de hoje nos cinemas brasileiros.

A Maldição de Cinderela

Ela (Kelly Rian Sanson) trabalha sem parar na casa de sua madrasta (Danielle Scott), onde é maltratada por esta e pelas filhas desta (Lauren Budd e Natasha Tosini). Sua vida é miserável e infeliz, mas ela encontra certo conforto na companhia de Anja (Helen Fullerton) e Moritz (Frederick Dallaway), mas, quando algo terrível ocorre com ambos, Ela – também chamada de Cinderela – perde toda a sua pouca estabilidade. Mas então o príncipe Levim (Sam Barrett) vai à casa da família em busca de uma pretendida para ser sua futura esposa e, ao ver Cinderela, finge estar interessado na moça, quando, na verdade, só quer se divertir com ela. Iludida com tudo e sem mais nada que lhe fosse caro, Cinderela acaba cedendo às ofertas de uma Fada Madrinha (Chrissie Wunna) que lhe oferece a possibilidade de realizar três desejos, dentre os quais uma sonhada vingança… e Cinderela não pensa duas vezes e aceita.

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Com apenas uma hora e vinte de duração, ‘A Maldição de Cinderela’ tem uma estrutura narrativa curiosa e bastante interessante. O filme já começa começando, com uma sequência inteira pressionando o pedal do terror, fazendo o sangue escorrer com cabeças cortadas. Então, após poucos minutos, a história começa a ser apresentada, e aí o tom narrativo entra quase num marasmo, com o drama de Cinderela sendo apresentado. Mas, sem percebermos, o roteiro de Harry Boxley e Charles Perrault começa a inserir elementos e cenas de violência bem intensas, gráficas até, com olhos esbugalhados em close, causando certo desconforto no espectador. Por fim, a diretora Louisa Warren pressiona o arco final ainda mais no acelerador da violência e escalona as ações para puro suco de horror explícito. Nesse sentido, da mesma forma que poderá agradar aos fãs do gênero, provavelmente deixará desconfortável a galera que até curte terror, mas tem estômago sensível.

Até por conta de um certo baixo orçamento (apesar das carruagens e cavalos em cena), a produção britânica surpreende por conseguir alcançar qualidade naquilo que se propunha fazer. Com um elenco esforçado (do qual se destaca a madrasta Danielle Scott) e direito até a efeito especial, ‘A Maldição de Cinderela’ surpreende pela intensidade do horror e do trash em uma história que a memória coletiva tem muito forte como uma fantasiosa e animada história de amor. Bom, ‘A Maldição de Cinderela’ chega aos cinemas trazendo uma perspectiva vingativa da mocinha do sapatinho de cristal.

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