sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | A Menina e o Leão – Improvável Amizade bem Sessão da Tarde

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Uma menina e um leão. Uma amizade improvável, mas aconteceu e agora chega aos cinemas num filminho bem Sessão da Tarde para agradar o almoço de domingo da família.

Mia Owen (Daniah De Villiers) é uma pré-adolescente bem chatinha que acabou de se mudar com a família para uma savana no interior da África do Sul. Ela sente falta de seus amigos e de sua vida em Londres, logo, odeia todo aquele calor, mato e bicharada da África. O que é um problema, uma vez que sua família se mudou para lá justamente para gerenciar uma fazenda de animais, com foco na criação de leões para revenda a circos e zoológicos.



Porém, existe uma lenda de um povo africano que, na noite de Natal, recebe a visita de um filhote de leão branco – uma espécie raríssima – que traz a harmonia ao mundo. Segundo a lenda, quando um filhote de leão branco surgisse novamente, ele deveria ser conduzido de volta à tribo de Shangaan (sul de Moçambique).

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Não preciso dizer que justamente um filhote de leão branco nasce na fazenda da família Owen, né?

Aos poucos Mia vai baixando a guarda e se deixando conquistar pelo bichinho fofíneo. Entretanto, com o passar do tempo, obviamente o animalzíneo cresce, e, com isso, surgem os perigos. E aí vem o probleminha de verossimilhança do roteiro de William Davies: qual é a dificuldade dos pais em conseguirem controlar uma filha adolescente e fazê-la entender que um filhote de leão NÃO É um bichinho de estimação e que ela NÃO PODE brincar naturalmente com um bicho carnívoro que é maior do que ela? É um pouco irritante ver como Mia consegue dobrar os pais todas as vezes, alegando que ela consegue controlar o animal, que o filhote – Charlie – é diferente, que nada vai acontecer, etc. Mas é uma história real, né, então, temos que acreditar que a menina realmente tinha razão. Mas atenção, crianças! Apesar da fofurice do Charlie, um leão, mesmo filhote, NÃO É um pet, logo, caso vejam um leão, saiam correndo.

Daniah De Villiers entrega uma boa personagem em transformação, e sua caracterização convence sobre o passar do tempo – a gente realmente fica achando que dois anos se passaram na história, e que ela agora já tem uns quatorze anos. O elenco ainda conta com Langley Kirkwood (John, o pai sem pulso nenhum), a bela Mélanie Laurent (a mãe que não sabe de nada) e Ryan Mac Lennan (o irmão problemático), entre outros, que ajudam a compor a trama, mas não se destacam.

A parceria França-África do Sul, sob a direção carinhosa de de Gilles de Maistre, consegue trazer um filme de encher os olhos com paisagens belíssimas e desconhecidas pelo público brasileiro, mas que, nem por isso, deixa de mostrar a realidade por trás dos safáris turísticos. O que aponta que dá sim para fazer um filme bacana, para crianças, e tocando em assuntos profundos, que fomentam o questionamento. Um programão para o Dia das Mães!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Porém, existe uma lenda de um povo africano que, na noite de Natal, recebe a visita de um filhote de leão branco – uma espécie raríssima – que traz a harmonia ao mundo. Segundo a lenda, quando um filhote de leão branco surgisse novamente, ele deveria ser conduzido de volta à tribo de Shangaan (sul de Moçambique).

Não preciso dizer que justamente um filhote de leão branco nasce na fazenda da família Owen, né?

Aos poucos Mia vai baixando a guarda e se deixando conquistar pelo bichinho fofíneo. Entretanto, com o passar do tempo, obviamente o animalzíneo cresce, e, com isso, surgem os perigos. E aí vem o probleminha de verossimilhança do roteiro de William Davies: qual é a dificuldade dos pais em conseguirem controlar uma filha adolescente e fazê-la entender que um filhote de leão NÃO É um bichinho de estimação e que ela NÃO PODE brincar naturalmente com um bicho carnívoro que é maior do que ela? É um pouco irritante ver como Mia consegue dobrar os pais todas as vezes, alegando que ela consegue controlar o animal, que o filhote – Charlie – é diferente, que nada vai acontecer, etc. Mas é uma história real, né, então, temos que acreditar que a menina realmente tinha razão. Mas atenção, crianças! Apesar da fofurice do Charlie, um leão, mesmo filhote, NÃO É um pet, logo, caso vejam um leão, saiam correndo.

Daniah De Villiers entrega uma boa personagem em transformação, e sua caracterização convence sobre o passar do tempo – a gente realmente fica achando que dois anos se passaram na história, e que ela agora já tem uns quatorze anos. O elenco ainda conta com Langley Kirkwood (John, o pai sem pulso nenhum), a bela Mélanie Laurent (a mãe que não sabe de nada) e Ryan Mac Lennan (o irmão problemático), entre outros, que ajudam a compor a trama, mas não se destacam.

A parceria França-África do Sul, sob a direção carinhosa de de Gilles de Maistre, consegue trazer um filme de encher os olhos com paisagens belíssimas e desconhecidas pelo público brasileiro, mas que, nem por isso, deixa de mostrar a realidade por trás dos safáris turísticos. O que aponta que dá sim para fazer um filme bacana, para crianças, e tocando em assuntos profundos, que fomentam o questionamento. Um programão para o Dia das Mães!

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