quarta-feira , 26 fevereiro , 2025

Crítica | A Odisseia dos Tontos – Ricardo Darín é o destaque em boa comédia dramática argentina


Poucos países fazem comédias dramáticas como a Argentina. E muitas delas, ou pelo menos as melhores, são protagonizadas por Ricardo Darín. Há uma certa melancolia no cinema do país hermano que funciona muito bem, conseguindo emocionar e divertir ao mesmo tempo. Foi assim em obras magistrais como O Filho da Noiva e Clube da Lua, e agora acontece o mesmo com A Odisseia dos Tontos.

A trama gira em torno de uma pequena cidade no interior da Argentina. Quase falida, a cidade decide apostar num novo negócio, capitaneado Fermín (Darín), um ex-jogador de futebol que é ídolo local. Acontece que a aposta financeira acontece ao mesmo tempo em que uma crise no mercado coloca o país em uma recessão, com uma grande desvalorização do peso. Mesmo com a população da cidade entendendo que foi algo maior, Fermín se culpa por colocar todos naquela situação. Ao mesmo tempo, ele descobre que teve muita gente ganhando dinheiro com a crise. É aí que a população local, formada por um grupo de “tontos”, decide se unir para retomar o que lhes cabia de direito.



La odisea de los giles 2

Dirigido por Sebastián Borensztein (Um Conto Chinês), o filme tem momentos bem tocantes, mostrando bem o drama dos personagens e o impacto da crise no país, mas também diverte ao abraçar a loucura de seguir uma história de vingança/golpe. Em uma narrativa relativamente simples, o cineasta possui o mérito de comandar uma série de personagens humildes e atrapalhados, mas muito humanos. Tal humanidade gera uma aproximação fundamental por parte do público. 

Ainda que não levante bandeiras, salvo uma piada anarquista aqui e acolá, A Odisseia dos Tontos também funciona como uma espécie de válvula de escape em que o oprimido se revolta contra o opressor, em que o cidadão comum, sempre prejudicado, encontra seu momento do “não mais”.


Além de Ricardo Darín, o elenco conta com as ótimas presenças de Luis Brandoni, Chino Darín (filho do protagonista), Rita Cortese e Daniel Aráoz. Temos ainda Andrés Parra como uma espécie de antagonista, numa atuação que talvez seja a menos interessante do longa, caindo quase sempre no estereótipo do vilão exagerado.

La odisea de los giles 5

Representante da Argentina na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Internacional em 2020, La Odisea de los Giles (no original) é mais uma obra recente a centrar sua atenção em “heróis perdedores”. De certa forma, conversa muito com o público latino-americano, incluindo o brasileiro. É uma produção que diverte e emociona. E isso já é o bastante para torná-la algo especial.

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Filme visto durante a cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


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Crítica | A Odisseia dos Tontos – Ricardo Darín é o destaque em boa comédia dramática argentina

Poucos países fazem comédias dramáticas como a Argentina. E muitas delas, ou pelo menos as melhores, são protagonizadas por Ricardo Darín. Há uma certa melancolia no cinema do país hermano que funciona muito bem, conseguindo emocionar e divertir ao mesmo tempo. Foi assim em obras magistrais como O Filho da Noiva e Clube da Lua, e agora acontece o mesmo com A Odisseia dos Tontos.

A trama gira em torno de uma pequena cidade no interior da Argentina. Quase falida, a cidade decide apostar num novo negócio, capitaneado Fermín (Darín), um ex-jogador de futebol que é ídolo local. Acontece que a aposta financeira acontece ao mesmo tempo em que uma crise no mercado coloca o país em uma recessão, com uma grande desvalorização do peso. Mesmo com a população da cidade entendendo que foi algo maior, Fermín se culpa por colocar todos naquela situação. Ao mesmo tempo, ele descobre que teve muita gente ganhando dinheiro com a crise. É aí que a população local, formada por um grupo de “tontos”, decide se unir para retomar o que lhes cabia de direito.

La odisea de los giles 2

Dirigido por Sebastián Borensztein (Um Conto Chinês), o filme tem momentos bem tocantes, mostrando bem o drama dos personagens e o impacto da crise no país, mas também diverte ao abraçar a loucura de seguir uma história de vingança/golpe. Em uma narrativa relativamente simples, o cineasta possui o mérito de comandar uma série de personagens humildes e atrapalhados, mas muito humanos. Tal humanidade gera uma aproximação fundamental por parte do público. 

Ainda que não levante bandeiras, salvo uma piada anarquista aqui e acolá, A Odisseia dos Tontos também funciona como uma espécie de válvula de escape em que o oprimido se revolta contra o opressor, em que o cidadão comum, sempre prejudicado, encontra seu momento do “não mais”.

Além de Ricardo Darín, o elenco conta com as ótimas presenças de Luis Brandoni, Chino Darín (filho do protagonista), Rita Cortese e Daniel Aráoz. Temos ainda Andrés Parra como uma espécie de antagonista, numa atuação que talvez seja a menos interessante do longa, caindo quase sempre no estereótipo do vilão exagerado.

La odisea de los giles 5

Representante da Argentina na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Internacional em 2020, La Odisea de los Giles (no original) é mais uma obra recente a centrar sua atenção em “heróis perdedores”. De certa forma, conversa muito com o público latino-americano, incluindo o brasileiro. É uma produção que diverte e emociona. E isso já é o bastante para torná-la algo especial.

Filme visto durante a cobertura da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

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