Em 2009, um filme de terror com thriller fez muito sucesso entre os fãs do gênero. Falamos de ‘A Órfã’, que, como diz o título, contava a história de uma menina sem pais que tinha tendências assassinas e executava uma matança geral. O filme trazia, ainda, Vera Farmiga no elenco, o que ajudou a elevar o hype da produção uma vez que Vera é a estrela da franquia ‘Invocação do Mal’. Treze anos depois, a inesperada – porém bem-vinda – continuação do filme chega aos cinemas brasileiros a partir dessa semana, sob o título ‘A Órfã 2: A Origem’.
Leena (Isabelle Fuhrman) é uma jovem paciente de um hospital psiquiátrico no interior de Amsterdam, no início dos anos 2000. Ela é esperta, manipuladora e maliciosa. Quando uma nova médica (Gwendolyn Collins) começa a trabalhar na instituição, Leena vê ali sua oportunidade de escapar do lugar. Uma vez do lado de fora, Leena decide se apropriar da identidade de Esther, uma jovem que está há anos desaparecida. É assim que acaba indo morar com seus novos pais, Tricia Albright (Julia Stiles, de ‘10 Coisas Que Eu Odeio Em Você‘) e Allen (Rossif Sutherland), e seu irmão mais velho, Gunnar (Matthew Finlan), nos Estados Unidos. Porém, as tendências assassinas da jovem falarão mais alto, e, aos poucos, Esther começará a demonstrar sua verdadeira face, o que levantará a suspeita do detetive Donnan (Hiro Kanagawa) e da psicóloga Dra. Segar (Samantha Walkes).
Embora se trate de uma continuação da franquia, ‘A Órfã 2: A Origem’ é, na verdade, uma pré-sequência, ou seja, um filme que conta a origem da história. Tendo isso em mente, é bem interessante a jogada que o roteiro de David Coggeshall para os personagens criados por Alex Mace na história elaborada por este e David Leslie Johnson-McGoldrick faz para trazer ao espectador o início do mal nesta enigmática personagem. O roteiro encontra soluções bem interessantes para problemas práticos da produção, sendo o principal deles a idade real da atriz que dá vida à jovem protagonista; para tal, o roteiro se explica através de uma doença rara, porém real, em que adultos formados se parecem com crianças, tanto física quanto psicologicamente, e esta seria uma das razões de Esther estar trancada em uma instituição psiquiátrica. Bela jogada!
Apesar do início empolgante, rapidamente o filme de William Brent Bell recai na mesmice, e vai se desacelerando com menos cenas de terror/matança e, quando as tem, não são evidentes, focando a câmera no rosto ou nas costas da protagonista – ou seja, o espectador vê as feições da personagem e o sangue voando, mas não vê a matança em si. Então, quando a gente já está quase desistindo do filme, achando que ele não trará nada do que esperávamos, o roteiro apresenta uma reviravolta bem, bem interessante, que faz valer não só a ida ao cinema, mas também introduz um elemento bem legal para a franquia.
Com menos terror e mais suspense, ‘A Órfã 2: A Origem’ surpreende por mostrar uma solução original e inesperada para esta personagem sombria. Para quem curte filmes do gênero, é uma boa pedida para se sentir psicologicamente desafiado pela produção.