sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | A Primeira Comunhão – TERROR Espanhol Tem Boa Premissa, Mas Perde Seu Foco…

Não é de hoje que o universo da religião católica tem originado filmes do gênero do terror. Quase sempre situado em produções de exorcismo e possessão demoníaca, vez ou outra um estúdio busca dar uma variada e utilizar outros elementos dessa religião – o que, claro, pode acabar chateando os mais devotos. Para quem anda buscando alguma novidade neste universo temático, o filme ‘A Primeira Comunhão’, cujo título se auto explica, chega a partir desta semana nas salas de exibição brasileiras.

No ano de 1987 a família de Sara (Carla Campra) se mudou para o interior da Espanha, em uma cidade pequena onde todo mundo sabe e se mete na vida uns dos outros. Quando Sara e sua família estão acompanhando a primeira comunhão da caçula, Judit (Olimpia Roch), uma mulher desesperada procurando por uma criança de nome Marisol (Sara Roch) aparece, causando um climão. Nessa mesma noite Sara vai para a balada com sua amiga Rebe (Aina Quiñones), que, além de traficar drogas escondida, também é a única na cidade com intenção de sair dali. Numa tentativa de esquecer toda essa pressão de cidade pequena Sara vai nessa festa com o intuito de espairecer sua preocupação, porém, no caminho de volta, quando pegam carona com Pedro (Marc Soler) e Chivo (Carlos Oviedo) Sara acaba vendo um vulto atravessar na frente do carro, mas, ao chegar no local, apenas encontra uma boneca. Decidida a retornar a boneca à sua verdadeira dona, Sara começa investigar na cidade, sem saber que a boneca, em si, trazia uma grande maldição…

A Primeira Comunhão’ é um filme de uma hora e quarenta minutos de duração. Tendo isso em mente, é um pouco frustrante perceber que as primeiras quase meia hora de filme não fazem o enredo avançar muito na direção do terror: tirando a primeira cena, que ocorre de maneira apresentativa mas sem se aprofundar, o que acontece a seguir no roteiro de Guillem Clua, Alberto Marini e Victor Garcia é que a gente fica acompanhando o drama juvenil e os percalços da vida no interior, sem que isso necessariamente seja fundamental para a evolução da trama. Alguns elementos acabam entrando na história para ganhar muito destaque, mas no final das contas se tornam completamente irrelevantes, como a insistência do roteiro em dar foco no pai de Rebe, um alcoólatra abusivo, cuja característica não agrega em nada nem no terror nem na construção dessa personagem secundária.

Victor Garcia tem seu mérito por fazer o uso do sacramento da comunhão como mote para construção de seu filme de terror – o que, num universo de temáticas repetitivas, ganha uma estrelinha a mais. A questão é que ele pouco desenvolve com sua câmera, valendo-se dos jump scares, que nem sempre funcionam, mas nos quais o diretor confia bastante de que a posição de sua câmera irá favorecer o susto no espectador. No final das contas o filme foca no terror mas se desenvolve muito no melodrama, o que pode não agradar a todo mundo.

A Primeira Comunhão’ tem um monstrengo bem maquiado, interessante até. Um filme de terror cuja ideia original era promissora, mas cujo desenvolvimento focou no drama juvenil. Mas, pode acabar ganhando continuação…

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