quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | À Segunda Vista – Nova comédia da Netflix é surpreendente!

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Quando você pensa que já viu de tudo no cinema, a sétima arte encontra uma forma de surpreender. Felizmente, no caso de ‘À Segunda Vista’ – nova comédia lançada na plataforma da Netflix –, a surpresa é boa, e vale cada minuto das uma hora e trinta e dois de duração.



Andrea (Iliza Shlesinger) mora em Hollywood e é uma comediante ligeiramente bem-sucedida, dessas que o público reconhece na rua. Ela atua em stand-ups ao redor do país, mas, no fundo, seu sonho é estrelar filmes e séries de televisão, para além da comédia, e sobre isso ela desabafa constantemente com sua única e melhor amiga, Margot (Margaret Cho), dona de um bar. Certo dia, voltando para casa de avião, ela conhece um carinha bem-intencionado, Dennis (Ryan Hansen), que lhe faz companhia no voo e trava com ela uma amizade sincera. O tempo vai passando e aos poucos Andrea vai percebendo que aquela amizade que construiu com Dennis é forte demais, talvez até para um algo mais.

Em se tratando de ‘À Segunda Vista’ não dá para falar muita coisa porque uma das coisas mais legais desse filme é ser surpreendido com os plot twists do enredo – e, acredite, são vários. Mais uma razão para esse filme ser uma boa surpresa, afinal, quem espera plot twist em filme de comédia, ainda mais com uma sinopse tão lugar-comum como esta?

Escrito pela própria protagonista, Iliza Shlesinger, o longa é baseado parcialmente em sua própria vida, e meio que dá para adivinhar em que momento entra a ficção no filme. O roteiro começa com a própria Iliza no palco, dando o conceito do longa, e toda a produção vai sendo intercalada por cenas dela no palco narrando parte do que lhe aconteceu, acrescentando seu dom genuinamente cômico. De uma forma destorcida, isso meio que ajuda a dar credibilidade ao espectador, pois inconscientemente somos conduzidos a relacionar personagem e atriz à mesma história, como se estivéssemos imaginando a parte ficcional do que ela está nos contando.

As piadas elaboradas por Iliza entram nos momentos certos da trama, e a atriz as solta de maneira muito natural, como se não estivesse atuando. Os diálogos são rápidos e fluem com naturalidade, conferindo aspecto bastante crível para as situações. A metade do segundo arco até o início do terceiro é completamente hilária, imprevisível, e muito bem conduzida pela dupla Iliza e Margaret Cho. A eficiência da edição dinâmica e do fio ácido condutor da história também deve ser atribuído à diretora Kimmy Gatewood, que conseguiu encontrar o tom certo de mostrar essa história que parte de um enredo um tanto quanto previsível, mas que em ‘À Segunda Vista’ ganha uma roupagem interessante.

À Segunda Vista’ é uma comédia diferente das outras, com um quê feminista que denuncia o quanto a vulnerabilidade amorosa é muito mais mordaz às mulheres, e como elas devem encontrar mecanismos para se auto proteger. Mais que isso, é um filme humano, com o qual muitos de nós pode se identificar, estrelado por uma atriz realmente engraçada e que sabe fazer rir sem ofender ninguém.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Andrea (Iliza Shlesinger) mora em Hollywood e é uma comediante ligeiramente bem-sucedida, dessas que o público reconhece na rua. Ela atua em stand-ups ao redor do país, mas, no fundo, seu sonho é estrelar filmes e séries de televisão, para além da comédia, e sobre isso ela desabafa constantemente com sua única e melhor amiga, Margot (Margaret Cho), dona de um bar. Certo dia, voltando para casa de avião, ela conhece um carinha bem-intencionado, Dennis (Ryan Hansen), que lhe faz companhia no voo e trava com ela uma amizade sincera. O tempo vai passando e aos poucos Andrea vai percebendo que aquela amizade que construiu com Dennis é forte demais, talvez até para um algo mais.

Em se tratando de ‘À Segunda Vista’ não dá para falar muita coisa porque uma das coisas mais legais desse filme é ser surpreendido com os plot twists do enredo – e, acredite, são vários. Mais uma razão para esse filme ser uma boa surpresa, afinal, quem espera plot twist em filme de comédia, ainda mais com uma sinopse tão lugar-comum como esta?

Escrito pela própria protagonista, Iliza Shlesinger, o longa é baseado parcialmente em sua própria vida, e meio que dá para adivinhar em que momento entra a ficção no filme. O roteiro começa com a própria Iliza no palco, dando o conceito do longa, e toda a produção vai sendo intercalada por cenas dela no palco narrando parte do que lhe aconteceu, acrescentando seu dom genuinamente cômico. De uma forma destorcida, isso meio que ajuda a dar credibilidade ao espectador, pois inconscientemente somos conduzidos a relacionar personagem e atriz à mesma história, como se estivéssemos imaginando a parte ficcional do que ela está nos contando.

As piadas elaboradas por Iliza entram nos momentos certos da trama, e a atriz as solta de maneira muito natural, como se não estivesse atuando. Os diálogos são rápidos e fluem com naturalidade, conferindo aspecto bastante crível para as situações. A metade do segundo arco até o início do terceiro é completamente hilária, imprevisível, e muito bem conduzida pela dupla Iliza e Margaret Cho. A eficiência da edição dinâmica e do fio ácido condutor da história também deve ser atribuído à diretora Kimmy Gatewood, que conseguiu encontrar o tom certo de mostrar essa história que parte de um enredo um tanto quanto previsível, mas que em ‘À Segunda Vista’ ganha uma roupagem interessante.

À Segunda Vista’ é uma comédia diferente das outras, com um quê feminista que denuncia o quanto a vulnerabilidade amorosa é muito mais mordaz às mulheres, e como elas devem encontrar mecanismos para se auto proteger. Mais que isso, é um filme humano, com o qual muitos de nós pode se identificar, estrelado por uma atriz realmente engraçada e que sabe fazer rir sem ofender ninguém.

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