quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | A Teia – Russel Crowe e Karen Gillian em Suspense Cheio de Reviravoltas

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Dentro de um gênero cinematográfico há diversos desdobramentos que segmento o tipo de abordagem de uma narrativa dentro de uma linha específica. Por exemplo, dentro do gênero do suspense, há ramificações como o suspense policial, o suspense psicológico, por exemplo. Mas o cerne desse gênero é criar uma história que o espectador ou leitor fique constantemente se perguntando sobre as motivações dos personagens, o que de fato aconteceu e o porquê – algo que se aproxima mais do suspense clássico, tão brilhantemente trabalhado por autores como Agatha Christie. Mais próximo dessa linha mais clássica, estreia a partir de hoje nos cinemas brasileiros o longa ‘A Teia.



Roy Freeman (Russel Crowe, o eterno ‘Gladiador’) é um ex-policial investigativo aposentado, pois começou a ter problemas de memória e fora diagnosticado com Alzheimer. Ele participa de um tratamento experimental que insere eletrodos na cabeça para tentar recuperar memórias, e sua terapeuta recomenda atividades que estimulem o raciocínio. É quando Roy é chamado a visitar um detento no corredor da morte, que lhe pede que reveja seu caso, pois fora condenado injustamente. Incrédulo, Roy acha que é só conversa, mas, ao mexer um pouco nos arquivos do caso, começa a perceber algumas incongruências sobre a morte do professor universitário Dr. Joseph Wieder (Marton Csokas, de ‘O Protetor’ e ‘Triplo X’), envolvendo sua orientanda Laura Baines (Karen Gillian), por isso ele pedirá a ajuda de seu antigo parceiro, Jimmy (Tommy Flanagan), certo de que algo não está bem nessa história.

Com quase duas horas de duração, ‘A Teia’ tem um mote similar com ‘Assassino Sem Rastro’ (2022), estrelado por Liam Neeson, que também aborda a história de um policial com princípios de Alzheimer. A diferença aqui é que o roteiro de Adam Cooper, Bill Collage e E. O. Chirovici tece um enredo que vai sendo montado estilo quebra-cabeças – o que faz muito sentido para a proposta de um protagonista sem memória. Soma-se a isso a sequência de plot twists que fazem frequentemente a história dar reviravoltas que mantém a atenção do espectador o tempo todo, pois qualquer detalhe perdido faz a diferença.

Em sua primeira direção de longa-metragem, o roteirista Adam Cooper (que escreveu os roteiros d’ ‘A Série Divergente: Convergente’, ‘Carga Explosiva: O Legado’ e ‘Assassin’s Creed’) não consegue extrair o melhor desse elenco estelar que conseguiu reunir em seu projeto. Russel Crowe aparece contido em suas emoções, não tanto por conta das condições de seu personagem, mas, parece, por falta de orientação para que houvesse mais entrega ao protagonista. O mesmo acontece com Karen Gillian, tão engessada como se ainda não conseguisse ter se despedido de Nebula, dos ‘Guardiões da Galáxia’.

A Teia’ é um filme de suspense tradicional, com uma boa história que prende a atenção, só que com um elenco de peso que foi mal aproveitado. Ainda assim, é um bom programa para exercitar o pensamento analítico para quem curte tramas de juntar as partes para montar o quebra-cabeças. Recheado de plot twists, ‘A Teia’ é um suspense e mistério com uma história intrincada que surpreende e entretém.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Dentro de um gênero cinematográfico há diversos desdobramentos que segmento o tipo de abordagem de uma narrativa dentro de uma linha específica. Por exemplo, dentro do gênero do suspense, há ramificações como o suspense policial, o suspense psicológico, por exemplo. Mas o cerne desse gênero é criar uma história que o espectador ou leitor fique constantemente se perguntando sobre as motivações dos personagens, o que de fato aconteceu e o porquê – algo que se aproxima mais do suspense clássico, tão brilhantemente trabalhado por autores como Agatha Christie. Mais próximo dessa linha mais clássica, estreia a partir de hoje nos cinemas brasileiros o longa ‘A Teia.

Roy Freeman (Russel Crowe, o eterno ‘Gladiador’) é um ex-policial investigativo aposentado, pois começou a ter problemas de memória e fora diagnosticado com Alzheimer. Ele participa de um tratamento experimental que insere eletrodos na cabeça para tentar recuperar memórias, e sua terapeuta recomenda atividades que estimulem o raciocínio. É quando Roy é chamado a visitar um detento no corredor da morte, que lhe pede que reveja seu caso, pois fora condenado injustamente. Incrédulo, Roy acha que é só conversa, mas, ao mexer um pouco nos arquivos do caso, começa a perceber algumas incongruências sobre a morte do professor universitário Dr. Joseph Wieder (Marton Csokas, de ‘O Protetor’ e ‘Triplo X’), envolvendo sua orientanda Laura Baines (Karen Gillian), por isso ele pedirá a ajuda de seu antigo parceiro, Jimmy (Tommy Flanagan), certo de que algo não está bem nessa história.

Com quase duas horas de duração, ‘A Teia’ tem um mote similar com ‘Assassino Sem Rastro’ (2022), estrelado por Liam Neeson, que também aborda a história de um policial com princípios de Alzheimer. A diferença aqui é que o roteiro de Adam Cooper, Bill Collage e E. O. Chirovici tece um enredo que vai sendo montado estilo quebra-cabeças – o que faz muito sentido para a proposta de um protagonista sem memória. Soma-se a isso a sequência de plot twists que fazem frequentemente a história dar reviravoltas que mantém a atenção do espectador o tempo todo, pois qualquer detalhe perdido faz a diferença.

Em sua primeira direção de longa-metragem, o roteirista Adam Cooper (que escreveu os roteiros d’ ‘A Série Divergente: Convergente’, ‘Carga Explosiva: O Legado’ e ‘Assassin’s Creed’) não consegue extrair o melhor desse elenco estelar que conseguiu reunir em seu projeto. Russel Crowe aparece contido em suas emoções, não tanto por conta das condições de seu personagem, mas, parece, por falta de orientação para que houvesse mais entrega ao protagonista. O mesmo acontece com Karen Gillian, tão engessada como se ainda não conseguisse ter se despedido de Nebula, dos ‘Guardiões da Galáxia’.

A Teia’ é um filme de suspense tradicional, com uma boa história que prende a atenção, só que com um elenco de peso que foi mal aproveitado. Ainda assim, é um bom programa para exercitar o pensamento analítico para quem curte tramas de juntar as partes para montar o quebra-cabeças. Recheado de plot twists, ‘A Teia’ é um suspense e mistério com uma história intrincada que surpreende e entretém.

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