segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | ADAM SANDLER 100% FRESH: Comediante volta às raízes e recupera o fôlego em hilário stand-up da Netflix

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Desajeitado e fora dos padrões e estereótipos de beleza, Adam Sandler foi aquele rapaz desengonçado de fala mansa com inusitados e hilários sketches no programa Saturday Night Live. Escola para comediantes desde 1975, o programa foi também sua vitrine, estampando quadros divertidos, sempre marcados por canções originais extasiantes. Conquistando as audiências com suas peculiaridades, ele se despediu de uma era e marchou em direção a uma carreira que viria a ser repleta de comédias deliciosas, permeadas também por péssimas e sucessivas desastrosas escolhas. Responsável pelo melhor e pior do gênero, Sandler agora dá um passado adiante, só que voltando para trás. Tão antagônico como se poderia imaginar, ele resgata o início de sua trajetória no Comic Strip e volta à boa forma do stand-up que lhe transformou no ícone dos anos 90/2000. ADAM SANDLER 100% FRESH é revigorante como o próprio nome diz e mata as saudades do talento que – até então – se perdera em filmes pavorosos como Cada Um Tem a Gêmea Que Merece (2011) e Esse é o Meu Garoto (2012).



Aos 51 anos, Sandler pegou a mesma rota que Jerry Seinfeld e Judd Apatow, sob o mesmo amparo da Netflix. Revistando sua carreira a partir do ponto de partida, ele reconstrói sua jornada esquecida e/ou desconhecida pelos millennials em um especial de pouco mais de 1h30 de duração, trazendo o frescor de um humor simples, mas cativante. Como fazia no início dos anos 90 no SNL – em que suas canções descompassadas carregavam o humor em quadros dos mais diversos -, ele mostra seu talento musical um tanto desengonçado em músicas aleatórias, com histórias do cotidiano com abruptos fins. É peculiar, é avesso, é justamente o Adam Sandler que amamos.

Em palcos simples que brincam com intensos jogos de luz que se projetam como partes de sua performance, ele é a estrela que não precisa de muito para brilhar. Pateta como sempre foi, ele conta piadas à la mode, usando suas populares artimanhas dos tempos de menino, só que dessa vez na casa dos 50. E como um garoto que parece não ter envelhecido, ele brevemente consegue apagar da nossa memória alguns dos seus piores filmes, que insistem em nos assombrar nos canais de TV a cabo em incessantes reprises. Fazendo do seu amor pela sua família a matriz de suas piadas, ele resgata sua essência da comédia em quase um screwball, onde situações inusitadas se transformam em gargalhadas naturais, daquelas que todo e qualquer comediante sonha em extrair. Não buscando ser o artista que faz jogos mentais com sacadas inteligentes, ele reforça que não precisa desse humor, também nos provando que é a na simplicidade que algumas das melhores risadas residem.

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Com uma montagem precisa que une todas as suas apresentações ao longo de sua turnê, ADAM SANDLER 100% FRESH tem essa estética diferente, quebrando o molde dos shows de stand-up, que trazem uma única performance. Mostrando arenas e teatros abarrotados de fãs sedentas por piadas, o evento é uma sucessão de cortes, que mantém a linearidade do espetáculo, mostrando-o em suas versões apresentadas em cidades distintas. O mesmo show, sempre com uma atmosfera diferente, ele também é um belo programão de domingo, sábado, segunda, terça…para todos os dias em que uma boa piada pode ser o toque doce em dias amargos, insossos ou neutros. E como parte de sua parceria milionária firmada com a Netflix, o especial também se consolida como sua segunda melhor produção pelo streaming, ficando apenas atrás do maduro e aclamado Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe (2017).

Com delicadeza (embora haja mais piadas com genitália do que eu, você e todo mundo poderiam esperar), originalidade e leveza, ADAM SANDLER 100% FRESH é saudoso em diversos níveis, surpreende os fãs com uma homenagem que apenas os amantes do humor raiz entenderão e entrega não apenas uma cativante atuação, como também o próprio coração de Sandler. Feito com gosto, vontade e afinco à arte que lhe proporcionou ser o tal Adam Sandler, o especial da Netflix é a lembrança de que aquele garoto que tanto nos cativou em filmes como Billy Madison: Um Herdeiro Bobalhão (1995) e Afinado no Amor (1998) ainda existe. Graças a Deus!

 

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Desajeitado e fora dos padrões e estereótipos de beleza, Adam Sandler foi aquele rapaz desengonçado de fala mansa com inusitados e hilários sketches no programa Saturday Night Live. Escola para comediantes desde 1975, o programa foi também sua vitrine, estampando quadros divertidos, sempre marcados por canções originais extasiantes. Conquistando as audiências com suas peculiaridades, ele se despediu de uma era e marchou em direção a uma carreira que viria a ser repleta de comédias deliciosas, permeadas também por péssimas e sucessivas desastrosas escolhas. Responsável pelo melhor e pior do gênero, Sandler agora dá um passado adiante, só que voltando para trás. Tão antagônico como se poderia imaginar, ele resgata o início de sua trajetória no Comic Strip e volta à boa forma do stand-up que lhe transformou no ícone dos anos 90/2000. ADAM SANDLER 100% FRESH é revigorante como o próprio nome diz e mata as saudades do talento que – até então – se perdera em filmes pavorosos como Cada Um Tem a Gêmea Que Merece (2011) e Esse é o Meu Garoto (2012).

Aos 51 anos, Sandler pegou a mesma rota que Jerry Seinfeld e Judd Apatow, sob o mesmo amparo da Netflix. Revistando sua carreira a partir do ponto de partida, ele reconstrói sua jornada esquecida e/ou desconhecida pelos millennials em um especial de pouco mais de 1h30 de duração, trazendo o frescor de um humor simples, mas cativante. Como fazia no início dos anos 90 no SNL – em que suas canções descompassadas carregavam o humor em quadros dos mais diversos -, ele mostra seu talento musical um tanto desengonçado em músicas aleatórias, com histórias do cotidiano com abruptos fins. É peculiar, é avesso, é justamente o Adam Sandler que amamos.

Em palcos simples que brincam com intensos jogos de luz que se projetam como partes de sua performance, ele é a estrela que não precisa de muito para brilhar. Pateta como sempre foi, ele conta piadas à la mode, usando suas populares artimanhas dos tempos de menino, só que dessa vez na casa dos 50. E como um garoto que parece não ter envelhecido, ele brevemente consegue apagar da nossa memória alguns dos seus piores filmes, que insistem em nos assombrar nos canais de TV a cabo em incessantes reprises. Fazendo do seu amor pela sua família a matriz de suas piadas, ele resgata sua essência da comédia em quase um screwball, onde situações inusitadas se transformam em gargalhadas naturais, daquelas que todo e qualquer comediante sonha em extrair. Não buscando ser o artista que faz jogos mentais com sacadas inteligentes, ele reforça que não precisa desse humor, também nos provando que é a na simplicidade que algumas das melhores risadas residem.

Com uma montagem precisa que une todas as suas apresentações ao longo de sua turnê, ADAM SANDLER 100% FRESH tem essa estética diferente, quebrando o molde dos shows de stand-up, que trazem uma única performance. Mostrando arenas e teatros abarrotados de fãs sedentas por piadas, o evento é uma sucessão de cortes, que mantém a linearidade do espetáculo, mostrando-o em suas versões apresentadas em cidades distintas. O mesmo show, sempre com uma atmosfera diferente, ele também é um belo programão de domingo, sábado, segunda, terça…para todos os dias em que uma boa piada pode ser o toque doce em dias amargos, insossos ou neutros. E como parte de sua parceria milionária firmada com a Netflix, o especial também se consolida como sua segunda melhor produção pelo streaming, ficando apenas atrás do maduro e aclamado Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe (2017).

Com delicadeza (embora haja mais piadas com genitália do que eu, você e todo mundo poderiam esperar), originalidade e leveza, ADAM SANDLER 100% FRESH é saudoso em diversos níveis, surpreende os fãs com uma homenagem que apenas os amantes do humor raiz entenderão e entrega não apenas uma cativante atuação, como também o próprio coração de Sandler. Feito com gosto, vontade e afinco à arte que lhe proporcionou ser o tal Adam Sandler, o especial da Netflix é a lembrança de que aquele garoto que tanto nos cativou em filmes como Billy Madison: Um Herdeiro Bobalhão (1995) e Afinado no Amor (1998) ainda existe. Graças a Deus!

 

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