terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica 3 | Adão Negro – Filme da DC com The Rock é a mistura PERFEITA de aventura e pura diversão

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Poucas pessoas em Hollywood precisaram brigar tanto por um filme do que The Rock e seu xodó, Adão Negro. Ele foi anunciado para o papel do vilão/ anti-herói lá em 2007, há nada menos que 15 anos, e desde então conviveu com uma série de adiamentos e ameaças de cancelamento. Mas ele não se deu por vencido e seguiu atrás de seu sonho de levar seu personagem favorito para as telonas. O projeto foi anunciado há tanto tempo que, na época em que foi escalado para viver Teth-Adam, o ator ainda tinha cabelo. Pois bem, após tantos perrengues, o arquirrival do Shazam! enfim chega aos cinemas nesta quinta-feira (20) em uma aventura à moda antiga que promete mudar os rumos do Universo DC.

A história gira em torno de Teth-Adam (The Rock) um escravo de Khandaq, a primeira nação governada por homens na Terra, que sofre uma ameaça de morte do líder, mas acaba sendo escolhido o primeiro campeão do Mago Shazam (Djimon Hounsou). Assim, ele herda seus poderes dos deuses egípcios. O vigor de Shu; o voo superveloz de Hórus; a força de Amon; a sabedoria de Zehuti; o poder de Aton e a coragem de Mehen. Então, quando ele grita “Shazam!”, se torna um deus praticamente invencível. Tomado pela magia, ele busca vingança contra quem o escravizou, mas acaba sendo trancado em uma tumba por mais de cinco mil anos.

No presente, enquanto buscava uma coroa forjada por demônios no passado, a revolucionária Adrianna (Sarah Shahi) se vê em uma situação de risco e acaba invocando o Adão Negro como tentativa de se salvar. O campeão de Khandaq desperta, o que liga um alerta para que Amanda Waller (Viola Davis) aja rápido ao tentar evitar que essa ameaça em potencial destrua o mundo. Sem vilões para chamar seu Esquadrão Suicida e sem verba da Warner para convocar a Liga da Justiça, ela apela para a Sociedade da Justiça, que é formada pelo Senhor Destino (Pierce Brosnan), Gavião Negro (Aldis Hodge), Ciclone (Quintessa Swindell) e o Esmaga-Átomo (Noah Centineo), para trazer o Adão Negro como prisioneiro.

Os destaques desse elenco de coadjuvantes é a dupla Senhor Destino e Gavião Negro. Apesar do roteiro ser bem simplão, mais focado em criar momentos de ação do que desenvolver personagens, os atores que dão vida a esses dois personagens roubam a cena. A outra metade do grupo está no filme mais para marcar presença e ficar flertando. Eles também deveriam trazer um diferencial no visual, já que a Ciclone cria ciclones coloridos e o Esmaga-Átomo cresce até uns seis metros de altura. Infelizmente, o uso de seus poderes acaba ficando estranho em tela por conta da computação gráfica e do uso “pragmático” dessas habilidades. Em certos momentos, as cenas da dupla parecem ter saído de um videogame. Não que comprometa a história, mas fica um pouco frustrante dado o potencial desses dois.

Por outro lado, o uso dos poderes do mago Senhor Destino é absurdo. Os roteiristas e o diretor exploraram suas habilidades das formas mais criativas possíveis, fazendo valer cada segundo do personagem em tela. É tão bom que deixa um gostinho de “quero mais”. E a atuação de Pierce Brosnan por baixo do capacete místico é tão competente, que ele consegue transmitir uma segurança quase irritante de um herói que é capaz de prever o futuro e mascara seus medos e incertezas com a serenidade de um ancião que sabe tudo o que está fazendo.

Ele convence demais como o personagem e poderia facilmente segurar um filme ou uma série solo, ao melhor estilo Pacificador, no HBO Max.

O roteiro, como disse anteriormente, é bem simples e raso. Ele sabe que está construindo um blockbuster, um famoso FILMÃO PIPOCA, e foca em criar momentos de diversão e ação mirabolantes. Para situar o Adão Negro no presente, ele adota uma estratégia bem similar a de Shazam! (2019). Na ocasião, Billy Batson (Asher Angel) aprende a ser um herói com os conselhos e testes de seu irmão adotivo, o nerdão Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer). Em Adão Negro, Thet-Adam recebe dicas do aspirante à revolucionário, Amon (Bohdi Sabongui), cujo sobrenome não é revelado, mas sabe-se que é filho da Adrianna.

Apesar de não dizer o sobrenome do menino, a relação sensacional que ele desenvolve com o Adão Negro, funcionando quase como um guia para os heróis DC dos dias atuais, dá a entender que ele futuramente possa ser revelado como Amon Tomaz, o Osiris. Nos quadrinhos, ele é um jovem que faz parte da Família Marvel Negra e ganha parte dos poderes do Adão Negro, virando também um super, assim como o protagonista do longa de 2019 fez com seus irmãos adotivos.

A interação entre esses dois é bastante divertida e traz um caminhão de referências e easter eggs do Universo DC, sendo os principais relacionados ao Superman, personagem que The Rock já disse amar e estar doidinho para enfrentar no futuro. Com esse desejo público há algum tempo, o filme brinca bastante com isso e coloca o famoso ‘S’ no caminho do protagonista algumas vezes.

Mas o grande destaque do longa é mesmo seu protagonista. The Rock sobra em cena e carrega o filme nas costas. O ator é mestre em fazer filmes nos quais seu protagonismo parece ser maior do que a própria história, e aqui não é diferente. Ele corresponde exatamente àquilo que se espera do The Rock vivendo uma criatura superpoderosa.

Ele é poderoso, implacável e assombrado por fantasmas do passado que o perseguem há cinco mil anos. E ao mesmo tempo em que ele se recusa a ser um herói, ele também não se encaixa como vilão. É apenas uma pessoa falha, como qualquer outra, que ganhou habilidades que permitiram a ele se vingar de todos que ameacem a soberania de Khandaq. É um guerreiro do povo que fará de tudo e matará todos aqueles que ameaçarem a liberdade de seu povo, impedindo que mais gente passe pelos horrores da escravidão, aos quais ele foi submetido em sua vida sem poderes.

Essas questões de soberania e o conceito do heroísmo chegam a ser levantadas no longa, mas nunca desenvolvidas. Nesse ponto, o roteiro poderia ter trabalhado um pouquinho mais. Afinal, é uma temática muito forte e promissora, ainda mais com o viés revolucionário dos coadjuvantes.

Além do roteiro fraquinho, que segue a estrutura de Shazam!, mas com menos alma, a direção de Jaume Collet-Serra, que em vários momentos tenta replicar a estética dos filmes do Zack Snyder, também é pouco inspirada e “fora do tempo”. A impressão que dá é que certas cenas foram gravadas seguindo um estilo bem parecido com os longas de 2008. É como se Adão Negro fosse um filme de 2008 (ano que deveria ter sido originalmente lançado) estreando em 2022. E o CGI de alguns momentos realmente não ajuda. O vilão também é bastante apático, mas cumpre seu papel de mostrar que o protagonista é um anti-herói, não apenas um malfeitor.

Sobre a introdução do Adão Negro no DCU, o próprio filme já dá indícios dos rumos que a DC seguirá daqui para frente. E com a participação de The Rock nos bastidores, com ele ganhando bastante influência por trás das câmeras, um monte de novos heróis e vilões clássicos devem ganhar uma chance nas telonas, além de resgatar personagens que muitos davam como acabados nos cinemas. É muito interessante o que futuro parece guardar para essa nova Era DC.

Com um protagonista ridiculamente carismático, muita pancadaria e piadas que acertam em cheio o público de filmes com super-heróis, Adão Negro é a mistura perfeita de aventura e pura diversão. Um filmão pipoca que não tem vergonha ser assim, e que passará nas sessões vespertinas em alguns anos, arrancando risadas e alguns suspiros a cada exibição.

Ah sim, o filme tem apenas uma cena pós-créditos. E acreditem: vale muito a pena esperar por ela.

Adão Negro estreia exclusivamente nos cinemas amanhã, dia 20 de outubro de 2022.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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A história gira em torno de Teth-Adam (The Rock) um escravo de Khandaq, a primeira nação governada por homens na Terra, que sofre uma ameaça de morte do líder, mas acaba sendo escolhido o primeiro campeão do Mago Shazam (Djimon Hounsou). Assim, ele herda seus poderes dos deuses egípcios. O vigor de Shu; o voo superveloz de Hórus; a força de Amon; a sabedoria de Zehuti; o poder de Aton e a coragem de Mehen. Então, quando ele grita “Shazam!”, se torna um deus praticamente invencível. Tomado pela magia, ele busca vingança contra quem o escravizou, mas acaba sendo trancado em uma tumba por mais de cinco mil anos.

No presente, enquanto buscava uma coroa forjada por demônios no passado, a revolucionária Adrianna (Sarah Shahi) se vê em uma situação de risco e acaba invocando o Adão Negro como tentativa de se salvar. O campeão de Khandaq desperta, o que liga um alerta para que Amanda Waller (Viola Davis) aja rápido ao tentar evitar que essa ameaça em potencial destrua o mundo. Sem vilões para chamar seu Esquadrão Suicida e sem verba da Warner para convocar a Liga da Justiça, ela apela para a Sociedade da Justiça, que é formada pelo Senhor Destino (Pierce Brosnan), Gavião Negro (Aldis Hodge), Ciclone (Quintessa Swindell) e o Esmaga-Átomo (Noah Centineo), para trazer o Adão Negro como prisioneiro.

Os destaques desse elenco de coadjuvantes é a dupla Senhor Destino e Gavião Negro. Apesar do roteiro ser bem simplão, mais focado em criar momentos de ação do que desenvolver personagens, os atores que dão vida a esses dois personagens roubam a cena. A outra metade do grupo está no filme mais para marcar presença e ficar flertando. Eles também deveriam trazer um diferencial no visual, já que a Ciclone cria ciclones coloridos e o Esmaga-Átomo cresce até uns seis metros de altura. Infelizmente, o uso de seus poderes acaba ficando estranho em tela por conta da computação gráfica e do uso “pragmático” dessas habilidades. Em certos momentos, as cenas da dupla parecem ter saído de um videogame. Não que comprometa a história, mas fica um pouco frustrante dado o potencial desses dois.

Por outro lado, o uso dos poderes do mago Senhor Destino é absurdo. Os roteiristas e o diretor exploraram suas habilidades das formas mais criativas possíveis, fazendo valer cada segundo do personagem em tela. É tão bom que deixa um gostinho de “quero mais”. E a atuação de Pierce Brosnan por baixo do capacete místico é tão competente, que ele consegue transmitir uma segurança quase irritante de um herói que é capaz de prever o futuro e mascara seus medos e incertezas com a serenidade de um ancião que sabe tudo o que está fazendo.

Ele convence demais como o personagem e poderia facilmente segurar um filme ou uma série solo, ao melhor estilo Pacificador, no HBO Max.

O roteiro, como disse anteriormente, é bem simples e raso. Ele sabe que está construindo um blockbuster, um famoso FILMÃO PIPOCA, e foca em criar momentos de diversão e ação mirabolantes. Para situar o Adão Negro no presente, ele adota uma estratégia bem similar a de Shazam! (2019). Na ocasião, Billy Batson (Asher Angel) aprende a ser um herói com os conselhos e testes de seu irmão adotivo, o nerdão Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer). Em Adão Negro, Thet-Adam recebe dicas do aspirante à revolucionário, Amon (Bohdi Sabongui), cujo sobrenome não é revelado, mas sabe-se que é filho da Adrianna.

Apesar de não dizer o sobrenome do menino, a relação sensacional que ele desenvolve com o Adão Negro, funcionando quase como um guia para os heróis DC dos dias atuais, dá a entender que ele futuramente possa ser revelado como Amon Tomaz, o Osiris. Nos quadrinhos, ele é um jovem que faz parte da Família Marvel Negra e ganha parte dos poderes do Adão Negro, virando também um super, assim como o protagonista do longa de 2019 fez com seus irmãos adotivos.

A interação entre esses dois é bastante divertida e traz um caminhão de referências e easter eggs do Universo DC, sendo os principais relacionados ao Superman, personagem que The Rock já disse amar e estar doidinho para enfrentar no futuro. Com esse desejo público há algum tempo, o filme brinca bastante com isso e coloca o famoso ‘S’ no caminho do protagonista algumas vezes.

Mas o grande destaque do longa é mesmo seu protagonista. The Rock sobra em cena e carrega o filme nas costas. O ator é mestre em fazer filmes nos quais seu protagonismo parece ser maior do que a própria história, e aqui não é diferente. Ele corresponde exatamente àquilo que se espera do The Rock vivendo uma criatura superpoderosa.

Ele é poderoso, implacável e assombrado por fantasmas do passado que o perseguem há cinco mil anos. E ao mesmo tempo em que ele se recusa a ser um herói, ele também não se encaixa como vilão. É apenas uma pessoa falha, como qualquer outra, que ganhou habilidades que permitiram a ele se vingar de todos que ameacem a soberania de Khandaq. É um guerreiro do povo que fará de tudo e matará todos aqueles que ameaçarem a liberdade de seu povo, impedindo que mais gente passe pelos horrores da escravidão, aos quais ele foi submetido em sua vida sem poderes.

Essas questões de soberania e o conceito do heroísmo chegam a ser levantadas no longa, mas nunca desenvolvidas. Nesse ponto, o roteiro poderia ter trabalhado um pouquinho mais. Afinal, é uma temática muito forte e promissora, ainda mais com o viés revolucionário dos coadjuvantes.

Além do roteiro fraquinho, que segue a estrutura de Shazam!, mas com menos alma, a direção de Jaume Collet-Serra, que em vários momentos tenta replicar a estética dos filmes do Zack Snyder, também é pouco inspirada e “fora do tempo”. A impressão que dá é que certas cenas foram gravadas seguindo um estilo bem parecido com os longas de 2008. É como se Adão Negro fosse um filme de 2008 (ano que deveria ter sido originalmente lançado) estreando em 2022. E o CGI de alguns momentos realmente não ajuda. O vilão também é bastante apático, mas cumpre seu papel de mostrar que o protagonista é um anti-herói, não apenas um malfeitor.

Sobre a introdução do Adão Negro no DCU, o próprio filme já dá indícios dos rumos que a DC seguirá daqui para frente. E com a participação de The Rock nos bastidores, com ele ganhando bastante influência por trás das câmeras, um monte de novos heróis e vilões clássicos devem ganhar uma chance nas telonas, além de resgatar personagens que muitos davam como acabados nos cinemas. É muito interessante o que futuro parece guardar para essa nova Era DC.

Com um protagonista ridiculamente carismático, muita pancadaria e piadas que acertam em cheio o público de filmes com super-heróis, Adão Negro é a mistura perfeita de aventura e pura diversão. Um filmão pipoca que não tem vergonha ser assim, e que passará nas sessões vespertinas em alguns anos, arrancando risadas e alguns suspiros a cada exibição.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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