Crítica | ‘Ainda não é Amanhã’ – Recorte profundo e delicado de uma jovem surpreendida por uma gravidez indesejada [Festival do Rio 2024]

A ida até a instabilidade das incertezas que chega num novo mundo de possibilidades. Trazendo um recorte profundo de uma jovem estudante de direito que é surpreendida por uma gravidez indesejada, Ainda não é Amanhã passa suas reflexões através das rupturas dos sonhos e o atropelo das interpretações da moral. Escrito e dirigido por Milena Times, o projeto tem como um dos acertos um ótimo desenvolvimento do roteiro que impulsiona uma narrativa que vai direto ao ponto levando o público para inúmeras reflexões sem esquecer de apresentar por completo a desconstrução de sua protagonista.

Na trama, conhecemos Jana (Mayara Santos), uma esforçada jovem que é orgulho de sua avó e da mãe – com quem mora num conjunto habitacional da periferia de Recife – sendo uma das primeiras da família a conseguir ir pra faculdade. Mas a alegria de um presente cheio de sonhos se transforma em desespero quando descobre estar grávida do namorado. Pensando em encontrar alguma solução, em meio as incertezas de ter ou não a criança, a protagonista precisará enfrentar alguns dilemas com respostas que levará por toda a vida.

Cena do filme, 'Ainda nâo é Amanhã', de Milena Times
Cena do filme, ‘Ainda nâo é Amanhã’, de Milena Times

Da simplicidade e bons diálogos até as fortes camadas que nos levam até importantes reflexões sobre um dos temas mais polêmicos da sociedade. Contornando a circunstância intimista, com um forte conflito imposto por um dilema, a narrativa navega pelas dores e incertezas, como se abrisse um leque de possibilidades a partir das dúvidas sobre uma gravidez. Totalmente pelos olhos de sua protagonista – muito bem interpretada por Mayara Santos – enxergamos toda a dor e sofrimento de uma situação que pode muito bem ser o reflexo de muitas outras do lado de cá da tela.

Cena do filme, 'Ainda nâo é Amanhã', de Milena Times
Cena do filme, ‘Ainda nâo é Amanhã’, de Milena Times

Ganhador de um prêmio no Festival do Rio 2024 (Melhor Atriz, na Mostra Novos Rumos), o filme levanta o foco para a maternidade como escolha, um caminho que traça um paralelo na pergunta: Como encarar essa situação? Não é uma abordagem inovadora, vai de encontro ao centro do conflito – no caso, o aborto – deixando também fortalecido os contextos, com a cidade em movimento ao redor da rotina, e as questões do desenvolvimento urbano através de críticas sociais.

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