sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | Ajustando um Amor – Comédia romântica inteligente surpreende pela profundidade de seus personagens

As mil e uma tentativas de um amor. A roteirista Noga Pnueli encontra boas soluções para falar sobre a imperfeição do amor aos olhos de uma romântica sonhadora sob a ação de um loop temporal, com direito a respingos no autoconhecimento, no longa-metragem disponível na Prime VideoAjustando um Amor. Com direção de Alex Lehmann, do elogiado Blue Jay, vamos acompanhando longos diálogos na linha do déjà vu que tinham tudo para se tornar maçantes mas uma fuga dos medos e inseguranças de uma vida com conflitos não resolvidos acaba sendo algo que complementa e faz gerar reflexões existenciais. Um trabalho corajoso e muito interessante que deve fisgar os olhares mais atentos.

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Na trama, conhecemos Sheila (Kaley Cuoco), uma jovem que durante uma noite onde conhece o introspectivo Gary (Pete Davidson) em um bar acaba descobrindo uma máquina de viajar no tempo 24 horas atrás, escondida nos fundos de uma manicure. Assim, sua rotina vira uma obsessão em transformar seu alvo amoroso na pessoa perfeita aos seus olhos. Algo que ela logo percebe ser uma missão bem difícil. Andando na linha do ‘O Amanhã nunca mais’ essa viajante do tempo, sentimental, era descobrir muito sobre si mesma. Gary é apenas um fantoche dentro da história, esse personagem não é bem um contraponto mas sim um complemento.



O projeto parece redundante em alguns momentos, nessa projeção de várias noites numa só jornada. Mas aí algumas questões aparecem para refletirmos. Os conflitos diferentes mas com a mesma pessoa nos fazem entender melhor a falante protagonista e sua esquisita distância quando aparecem dilemas. Há também uma óbvia confusão com a própria identidade em relação ao real sentido da sua vida. Estaria ela em um purgatório para lá de esquisito da qual tem a chave mas não consegue se libertar?

As deixas para a conclusão são inúmeras, o que de fato torna o filme mais interessante. A narrativa quase sempre embarca em uma melancolia ligada ao desencanto. Há muitas chances de fazer o ‘hoje’ de Sheila dar certo mas na sua própria visão pessimista arruinou todas as vezes. Parece que estamos folheando textos de Schopenhauer, onde os paradoxos dominam como o clássico ‘viver é sofrer’.

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Na trama, conhecemos Sheila (Kaley Cuoco), uma jovem que durante uma noite onde conhece o introspectivo Gary (Pete Davidson) em um bar acaba descobrindo uma máquina de viajar no tempo 24 horas atrás, escondida nos fundos de uma manicure. Assim, sua rotina vira uma obsessão em transformar seu alvo amoroso na pessoa perfeita aos seus olhos. Algo que ela logo percebe ser uma missão bem difícil. Andando na linha do ‘O Amanhã nunca mais’ essa viajante do tempo, sentimental, era descobrir muito sobre si mesma. Gary é apenas um fantoche dentro da história, esse personagem não é bem um contraponto mas sim um complemento.

O projeto parece redundante em alguns momentos, nessa projeção de várias noites numa só jornada. Mas aí algumas questões aparecem para refletirmos. Os conflitos diferentes mas com a mesma pessoa nos fazem entender melhor a falante protagonista e sua esquisita distância quando aparecem dilemas. Há também uma óbvia confusão com a própria identidade em relação ao real sentido da sua vida. Estaria ela em um purgatório para lá de esquisito da qual tem a chave mas não consegue se libertar?

As deixas para a conclusão são inúmeras, o que de fato torna o filme mais interessante. A narrativa quase sempre embarca em uma melancolia ligada ao desencanto. Há muitas chances de fazer o ‘hoje’ de Sheila dar certo mas na sua própria visão pessimista arruinou todas as vezes. Parece que estamos folheando textos de Schopenhauer, onde os paradoxos dominam como o clássico ‘viver é sofrer’.

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