sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | ‘Alien: Romulus’ é um dos MELHORES capítulos da icônica saga sci-fi

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Tem sido uma longa jornada para a franquia Alien.

Tendo início em 1979 com o lendário longa-metragem Alien, o Oitavo Passageiro’, encabeçado por Ridley Scott, o icônico terror de ficção científica transformou-se em uma saga que atravessou décadas e mídias diversas até sagrar-se uma das mais influentes da sétima arte, principalmente dentro do gênero. Entre altos e baixos, é notável como os fãs inveterados continuam apaixonados nessas instigantes narrativas – e, sete anos depois do último capítulo, Alien: Covenant’, somos convidados a retornar a esse cosmos intergaláctico com o ambicioso e antecipado Alien: Romulus’.



A trama se passa entre os eventos do primeiro filme e do segundo, ‘Aliens, o Resgate’, e nos leva a um planeta terraformado que funciona como colônia humana. Lá, os habitantes são obrigados a trabalhar copiosamente para coletar horas o suficiente para sair dessa espécie de prisão sem grades e ir para o merecido “paraíso”, por assim dizer, ainda mais considerando que seu atual lar é desprovido de qualquer contato com a luz do sol. Nesse cenário quase apocalíptico, acompanhamos Rain (Cailee Spaeny), uma jovem órfã que vive com o irmão, um sintético chamado Andy (David Jonsson). Rain tenta a todo custo sair de lá com a única pessoa que restou de sua família, mas se vê num beco sem saída até uma oportunidade imperdível aparecer através de seu amigo, Tyler (Archie Renaux).

alien romulus

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Tyler, acompanhado da irmã, Kay (Isabela Merced), e dos companheiros Bjorn (Spike Fearn) e Navarro (Aileen Wu), pretendem viajar até uma estação espacial desativada, recuperar as câmaras de criogênio que lá estão e, assim, assegurar a viagem de todos até a “terra prometida” – só que o grupo precisa da ajuda de Andy para acessar o centro de controle. Com hesitações, Rain acata o plano de todos e, juntos, eles partem para essa instalação abandonada flutuando ao redor do planeta, sem imaginar que estavam caminhando em direção à morte certeira. Afinal, a estação se tornou um antro de xenomorfos que destruíram qualquer vida em prol de se manterem vivos.

O longa-metragem funciona em um âmbito que beira a perfeição cinematográfica e que, ao mesmo tempo, não deseja dar um passo maior que a perna. Um dos elementos que precisa ser explorado é a sólida direção de Fede Álvarez, que já emprestou suas habilidades para o ótimo suspense ‘O Homem nas Trevas’. Álvarez sabe como conduzir a câmera sem entregar de bandeja as reviravoltas de cada ato, permitindo que as sequências falem por si só e que elas sejam transformadas em pequenas joias artísticas – seja pela instigante fotografia, seja pelas referências que promove aos capítulos anteriores da saga. Há, também, uma predileção consistente às incursões do expressionismo, em que Álvarez une-se ao diretor de fotografia Galo Olivares para um jogo de luz e sombras que antecipa e desencaminha, na mesma medida, a atenção dos espectadores – alimentando a angústia que nos persegue até os créditos de encerramento.

alien romulus revela novo visual do xenomorfo do filme

O cineasta constrói uma épica carta de amor a Scott, a James Cameron e a todos os diretores que já tiveram a honra de participar da franquia Alien, ainda mais quando promove uma expansão mitológica que não premedita conhecimento prévio, podendo ser conferida para os estreantes nesse mundo do terror sci-fi. Na mesma medida, escolhas de enquadramento e de cenário homenageiam cenas memoráveis, sem se render ao puro mimetismo, mas adornadas com uma originalidade que é sempre bem-vinda – e é claro que nada disso seria possível sem o comprometimento aplaudível de um elenco de peso nas telonas.

É claro que todos se entregam de corpo e alma, com distinção clara a Merced e a Jonsson – cujas performances nos tiram o fôlego e nos engolfam nesse claustrofóbico labirinto espacial. Mas é Spaeny quem rouba os holofotes com uma interpretação soberba e fabulosa, reiterando sua incrível versatilidade artística, principalmente depois de ter brilhado em títulos como ‘Priscilla’ e ‘Guerra Civil’. Afastando-se de quaisquer tangências a uma teatralidade exagerada, ela sabe como entregar os diálogos e mostra conhecer Rain a fundo, permitindo que ela nutra de similaridades com Ellen Ripley (Sigourney Weaver), a heroína da quadrilogia clássica. Não é surpresa, pois, que ela domine as telas com uma força descomunal, sem deixar que seus companheiros sejam ofuscados.

imagem 2024 08 14 154841581

O filme pode não ser livre de alguns equívocos, considerando certas barrigas que aparecem na transição do segundo para o terceiro ato e na extensão um tanto quanto demasiada que antecipa o grand finale. Porém, tais deslizes não têm vigor o bastante para apagar essa vibrante space opera que reaviva o gênero em uma epopeica investida técnica e artística – e fica óbvio que as boas intenções e uma cautela minuciosa com cada detalhe do projeto têm chances de encantar mesmo os mais céticos.

Alien: Romulus’ emerge como um dos melhores títulos da saga Alien, sendo arquitetado com uma sagacidade invejável e culminando em um aprazível e satisfatório filme. Posso dizer, inclusive, que o surpreendente resultado é um sopro de ar fresco a uma série que já vinha sofrendo com um desgaste criativo há vários anos.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Tendo início em 1979 com o lendário longa-metragem Alien, o Oitavo Passageiro’, encabeçado por Ridley Scott, o icônico terror de ficção científica transformou-se em uma saga que atravessou décadas e mídias diversas até sagrar-se uma das mais influentes da sétima arte, principalmente dentro do gênero. Entre altos e baixos, é notável como os fãs inveterados continuam apaixonados nessas instigantes narrativas – e, sete anos depois do último capítulo, Alien: Covenant’, somos convidados a retornar a esse cosmos intergaláctico com o ambicioso e antecipado Alien: Romulus’.

A trama se passa entre os eventos do primeiro filme e do segundo, ‘Aliens, o Resgate’, e nos leva a um planeta terraformado que funciona como colônia humana. Lá, os habitantes são obrigados a trabalhar copiosamente para coletar horas o suficiente para sair dessa espécie de prisão sem grades e ir para o merecido “paraíso”, por assim dizer, ainda mais considerando que seu atual lar é desprovido de qualquer contato com a luz do sol. Nesse cenário quase apocalíptico, acompanhamos Rain (Cailee Spaeny), uma jovem órfã que vive com o irmão, um sintético chamado Andy (David Jonsson). Rain tenta a todo custo sair de lá com a única pessoa que restou de sua família, mas se vê num beco sem saída até uma oportunidade imperdível aparecer através de seu amigo, Tyler (Archie Renaux).

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Tyler, acompanhado da irmã, Kay (Isabela Merced), e dos companheiros Bjorn (Spike Fearn) e Navarro (Aileen Wu), pretendem viajar até uma estação espacial desativada, recuperar as câmaras de criogênio que lá estão e, assim, assegurar a viagem de todos até a “terra prometida” – só que o grupo precisa da ajuda de Andy para acessar o centro de controle. Com hesitações, Rain acata o plano de todos e, juntos, eles partem para essa instalação abandonada flutuando ao redor do planeta, sem imaginar que estavam caminhando em direção à morte certeira. Afinal, a estação se tornou um antro de xenomorfos que destruíram qualquer vida em prol de se manterem vivos.

O longa-metragem funciona em um âmbito que beira a perfeição cinematográfica e que, ao mesmo tempo, não deseja dar um passo maior que a perna. Um dos elementos que precisa ser explorado é a sólida direção de Fede Álvarez, que já emprestou suas habilidades para o ótimo suspense ‘O Homem nas Trevas’. Álvarez sabe como conduzir a câmera sem entregar de bandeja as reviravoltas de cada ato, permitindo que as sequências falem por si só e que elas sejam transformadas em pequenas joias artísticas – seja pela instigante fotografia, seja pelas referências que promove aos capítulos anteriores da saga. Há, também, uma predileção consistente às incursões do expressionismo, em que Álvarez une-se ao diretor de fotografia Galo Olivares para um jogo de luz e sombras que antecipa e desencaminha, na mesma medida, a atenção dos espectadores – alimentando a angústia que nos persegue até os créditos de encerramento.

alien romulus revela novo visual do xenomorfo do filme

O cineasta constrói uma épica carta de amor a Scott, a James Cameron e a todos os diretores que já tiveram a honra de participar da franquia Alien, ainda mais quando promove uma expansão mitológica que não premedita conhecimento prévio, podendo ser conferida para os estreantes nesse mundo do terror sci-fi. Na mesma medida, escolhas de enquadramento e de cenário homenageiam cenas memoráveis, sem se render ao puro mimetismo, mas adornadas com uma originalidade que é sempre bem-vinda – e é claro que nada disso seria possível sem o comprometimento aplaudível de um elenco de peso nas telonas.

É claro que todos se entregam de corpo e alma, com distinção clara a Merced e a Jonsson – cujas performances nos tiram o fôlego e nos engolfam nesse claustrofóbico labirinto espacial. Mas é Spaeny quem rouba os holofotes com uma interpretação soberba e fabulosa, reiterando sua incrível versatilidade artística, principalmente depois de ter brilhado em títulos como ‘Priscilla’ e ‘Guerra Civil’. Afastando-se de quaisquer tangências a uma teatralidade exagerada, ela sabe como entregar os diálogos e mostra conhecer Rain a fundo, permitindo que ela nutra de similaridades com Ellen Ripley (Sigourney Weaver), a heroína da quadrilogia clássica. Não é surpresa, pois, que ela domine as telas com uma força descomunal, sem deixar que seus companheiros sejam ofuscados.

imagem 2024 08 14 154841581

O filme pode não ser livre de alguns equívocos, considerando certas barrigas que aparecem na transição do segundo para o terceiro ato e na extensão um tanto quanto demasiada que antecipa o grand finale. Porém, tais deslizes não têm vigor o bastante para apagar essa vibrante space opera que reaviva o gênero em uma epopeica investida técnica e artística – e fica óbvio que as boas intenções e uma cautela minuciosa com cada detalhe do projeto têm chances de encantar mesmo os mais céticos.

Alien: Romulus’ emerge como um dos melhores títulos da saga Alien, sendo arquitetado com uma sagacidade invejável e culminando em um aprazível e satisfatório filme. Posso dizer, inclusive, que o surpreendente resultado é um sopro de ar fresco a uma série que já vinha sofrendo com um desgaste criativo há vários anos.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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