domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | All My Puny Sorrows: Alison Pill emociona em belíssimo drama sobre depressão e perdas familiares

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Ligadas pelo sangue, mas com vidas distintas que as levaram para caminhos tão díspares, Elf e Yoli são duas irmãs em contextos conflitantes. Enquanto a primeira é uma brilhante e bem-sucedida pianista – que vive em meio ao luxo e à riqueza, a segunda é uma mãe divorciada, sem dinheiro e com dois filhos adolescentes que estão crescendo rápido demais. O que as une e simultaneamente as separa é justamente um quadro de depressão clínica que faz de Elf o contraste que tanto vemos no mundo real: Uma pessoa que teoricamente tem tudo, menos o desejo de continuar vivendo. E a partir disso, All My Puny Sorrows se desabrocha diante da audiência, como um relato delicado e sensível sobre um dos maiores males da sociedade contemporânea.



Adaptação do livro homônimo da canadense Miriam Toews, o drama de Michael McGowan se destaca principalmente pela riquíssima e dolorosa performance de Alison Pill, que vive Yoli, a irmã mais velha que luta para impedir que Elf (Sarah Gadon) tire a própria vida. Ao longo desta jornada, acompanhamos suas memórias simbólicas e reflexivas ao lado da irmã mais nova – instantes que são sempre marcados por silêncios inquietantes e ponderações sobre o significado da vida. Em meio a esses espasmos do passado, Pill é também a expressão de uma mulher cansada e desesperada para salvar sua irmã de si mesma, ainda que suas tentativas aparentam ser constantemente frustradas.

Aqui, a atriz de Vice e American Horror Story brilha em sua poderosa atuação, exalando a exaustão de uma mulher cuja família é assombrada por um assustador histórico de depressão. E com uma atmosfera completamente existencial, o drama canadense nos absorve para a fatigante tristeza dos seus personagens, e mesmo sem nos entregar perspectivas mais animadoras, ainda consegue ser capaz de despertar em nós um anseio otimista, justamente pela delicada sensibilidade de Pill em dar voz a dor e aos sentimentos de tantas pessoas que cruzaram com esta doença em suas famílias. Delicado e um tanto sombrio, All My Puny Sorrows busca ser realista – ainda que sua história seja um tanto fatalista – ao tratar sobre a dificuldade de seguir em frente, à medida em que trabalha a saúde mental e emocional como temas centrais.

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Cheio de gatilhos, talvez o filme não seja pra todos, justamente por essa profunda e dolorosa carga realista. Mas é também um convite reflexivo sobre cuidado, prevenção e até mesmo cura. McGowan explora com sutileza como a depressão é de fato uma doença grave que merece ser observada de perto e tratada de forma digna e correta, ainda que peque pela lentidão de sua narrativa, que torna parte da jornada um pouco cansativa. Mas mesmo assim bem poético, All My Puny Sorrows traz uma direção intimista, que abusa com razão da poderosa caracterização de Pill, que se despe diante da audiência de forma emocionante e de quebra ajuda a carregar o filme nos momentos em que nem mesmo o vazio existencial de Elf consegue nos preencher a ponto de nos manter concentrados em sua solitária trajetória.

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Ligadas pelo sangue, mas com vidas distintas que as levaram para caminhos tão díspares, Elf e Yoli são duas irmãs em contextos conflitantes. Enquanto a primeira é uma brilhante e bem-sucedida pianista – que vive em meio ao luxo e à riqueza, a segunda é uma mãe divorciada, sem dinheiro e com dois filhos adolescentes que estão crescendo rápido demais. O que as une e simultaneamente as separa é justamente um quadro de depressão clínica que faz de Elf o contraste que tanto vemos no mundo real: Uma pessoa que teoricamente tem tudo, menos o desejo de continuar vivendo. E a partir disso, All My Puny Sorrows se desabrocha diante da audiência, como um relato delicado e sensível sobre um dos maiores males da sociedade contemporânea.

Adaptação do livro homônimo da canadense Miriam Toews, o drama de Michael McGowan se destaca principalmente pela riquíssima e dolorosa performance de Alison Pill, que vive Yoli, a irmã mais velha que luta para impedir que Elf (Sarah Gadon) tire a própria vida. Ao longo desta jornada, acompanhamos suas memórias simbólicas e reflexivas ao lado da irmã mais nova – instantes que são sempre marcados por silêncios inquietantes e ponderações sobre o significado da vida. Em meio a esses espasmos do passado, Pill é também a expressão de uma mulher cansada e desesperada para salvar sua irmã de si mesma, ainda que suas tentativas aparentam ser constantemente frustradas.

Aqui, a atriz de Vice e American Horror Story brilha em sua poderosa atuação, exalando a exaustão de uma mulher cuja família é assombrada por um assustador histórico de depressão. E com uma atmosfera completamente existencial, o drama canadense nos absorve para a fatigante tristeza dos seus personagens, e mesmo sem nos entregar perspectivas mais animadoras, ainda consegue ser capaz de despertar em nós um anseio otimista, justamente pela delicada sensibilidade de Pill em dar voz a dor e aos sentimentos de tantas pessoas que cruzaram com esta doença em suas famílias. Delicado e um tanto sombrio, All My Puny Sorrows busca ser realista – ainda que sua história seja um tanto fatalista – ao tratar sobre a dificuldade de seguir em frente, à medida em que trabalha a saúde mental e emocional como temas centrais.

Cheio de gatilhos, talvez o filme não seja pra todos, justamente por essa profunda e dolorosa carga realista. Mas é também um convite reflexivo sobre cuidado, prevenção e até mesmo cura. McGowan explora com sutileza como a depressão é de fato uma doença grave que merece ser observada de perto e tratada de forma digna e correta, ainda que peque pela lentidão de sua narrativa, que torna parte da jornada um pouco cansativa. Mas mesmo assim bem poético, All My Puny Sorrows traz uma direção intimista, que abusa com razão da poderosa caracterização de Pill, que se despe diante da audiência de forma emocionante e de quebra ajuda a carregar o filme nos momentos em que nem mesmo o vazio existencial de Elf consegue nos preencher a ponto de nos manter concentrados em sua solitária trajetória.

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