Ainda que não tenha gostado muito da proposta do primeiro episódio, reconheci alguns dos seus pontos positivos; sendo os principais deles a escolha de uma abordagem diferente e o retorno do “horror” à série. A Season Premiere apresentou pouco, mas deixou bastante curiosidade. Infelizmente, este segundo episódio não conseguiu manter esse sentimento, entregando uma narrativa preguiçosa, cenas clichês e uma história de fundo que parece ter saído direto da primeira temporada. Há pouco para defender esta semana, mas certamente há muito sobre o que podemos especular – principalmente depois da entrevista do Ryan Murphy para o site EW, onde ele revela que a maior das surpresas ainda está por vir.
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Segundo Murphy, o sexto episódio dessa temporada terá uma enorme reviravolta e “a coisa que você acha que está assistindo não é o que você está assistindo”.
Não é nada específico, mas parece que o sexto episódio será responsável por virar a narrativa que nós estamos acompanhando. Já vi todo tipo de especulação e teorias envolvendo conexões entre as temporadas, mas eu ainda não parei para formular algo complexo. Acredito, no entanto, que nesse período se dará o fim do documentário, com a série seguindo uma perspectiva diferente. Estava difícil acreditar que eles deixariam a Lily Rabe sentadinha sem fazer nada de útil e ainda dar a garantia para os espectadores de que nada aconteceria com os personagens durante todos esses 10 episódios. O fato é que, assistindo esses primeiros episódios, eu sentia que estava faltando alguma coisa, e o próprio Ryan Murphy acabou de confirmar isso.
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O que mais me incomodou neste segundo episódio foi a falta de bom senso dos personagens. Desde a primeira semana estava claro que havia algo muito estranho e mau naquela casa, mesmo se um deles não acreditasse se tratar de algo sobrenatural. Todos eles viram e temeram as inúmeras presenças que os cercaram naqueles momentos de terror, mas ninguém reage de uma forma apropriada à situação. Shelby aparentemente deu de cara com um ritual satânico com a inclusão de um sacrifício, mas na próxima cena isso mal parecia incomodá-la. Ouve um baralho estranho na floresta? Vai correndo para o meio do mato verificar; e ainda se perde do marido para um sustinho falso de reencontro. Parece que eles seguiram fielmente a cartilha dos clichês do gênero. Até as assombrações essa semana foram medíocres e nada originais; se estão sem ideias, tragam a chuva de dentes de volta, porque aquilo sim foi bizarro.
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Além desses momentos, teve um ato sem noção que realmente se destacou neste episódio. Lee trouxe sua filha para a casa maldita sabendo exatamente o perigo que sua filha estaria correndo. Eu até posso compreender que ela não acredita no sobrenatural, mas no mínimo teria um grupo de psicopatas indo longe demais para conseguir a casa. De qualquer forma, não é um lugar que alguém em sã consciência arriscaria levar seus filhos. E mesmo quando a garota começa a conversar com uma amiga imaginária e dizer algumas coisas perturbadoras, Lee ainda se recusa a aceitar que tem algo muito errado acontecendo. Para piorar (!!), ela ainda rapta sua filha das garras do seu pai e a leva diretamente para a toca do inferno DE NOVO, onde a garota inevitavelmente desaparece. Eu havia imaginado que terminaria assim desde o primeiro momento que a garotinha pisou na casa.
O personagem do Denis O’Hare foi introduzido essa semana, e ele foi o responsável por nos contar um pouco mais sobre o passado da casa. Tivemos um par de cenas envolvendo umas enfermeiras psicopatas, e não demorou muito para descobrirmos um pouco mais sobre elas. Foi um momento interessante – de fato o ponto alto do episódio –, mas lembrou muito a primeira temporada. Essas enfermeiras poderiam facilmente ter sido introduzidas na timeline do primeiro ano sem nenhum estranhamento, ainda mais por seguir basicamente as mesmas regras que vimos tanto na primeira quanto na sexta temporada; os fantasmas ficam presos no lugar onde morreram. Não posso deixar de destacar, porém, a cena em que o personagem do Denis O’Hare entra na casa gravando em primeira pessoa, o que, mais uma vez, me fez lembrar do clássico A Bruxa de Blair.
E, por falar no filme A Bruxa de Blair, essa semana o icônico totem de madeira da franquia voltou a aparecer, desta vez ainda maior do que antes. Estou falando daquele altar satânico pegando fogo que o Matt derrubou. Será que todas essas referências são coincidências e/ou homenagens? Uma espécie de promoção ao novo Bluxa de Blair, talvez? Ou teremos ligações mais relevantes assim que a reviravolta tomar o seu lugar na trama? Por enquanto a série tem caminhado lentamente e ainda não apresentou nada que chamasse minha atenção. Temos o plot envolvendo as assombrações, que não têm nada de especial, mas depois da entrevista do Ryan Murphy, retomo minhas expectativas para as próximas semanas. Espero, porém, que a série não fique enrolando e esperando pelo sexto episódio para fazer uma diferença. Ainda temos mais três episódios para frente, e espero que eles os façam valer a pena.