quinta-feira, abril 25, 2024

Crítica | American Horror Story: Roanoke – 6×04

“Apenas homens de barriga cheia podem se dar
ao luxo de ter uma consciência.”

Sei que critiquei bastante os dois primeiros episódios desta temporada – e continuo mantendo minha opinião, diga-se de passagem –, mas é inegável que este sexto ano já conseguiu me conquistar. Havia gostado bastante do terceiro episódio, e esse conseguiu ser ainda melhor. Continuo não sendo um grande fã do formato mockumentary (documentário falso), mas acredito que me acostumei com os relatos; além do fato de que eles têm sido menos recorrentes nessas últimas semanas. Vale lembrar que o Ryan Murphy prometeu uma grande reviravolta no sexto episódio, e se considerarmos o ritmo da trama, é provável que o desfecho da “história dentro da história” chegue ao seu ápice na próxima semana, deixando-nos em um terreno desconhecido em relação ao resto da temporada.

Teoria liga ‘American Horror Story – Roanoke’ com a Murder House da 1ª temporada 

Uma das coisas que eu mais tenho gostado desde o primeiro episódio deste ano é o seu foco. Alguns dos maiores erros das temporadas anteriores foram o excesso de subtramas. Coven, Freakshow e Hotel foram as que mais sofreram desse mal, apresentando plots desnecessários, que muitas vezes eram jogados de lado sem ao menos uma conclusão. Roanoke tem sido a temporada mais focada até o presente momento, e isso tem funcionado muito bem para sua história. A narrativa no começo pode ter sido lenta – tentando preservar um certo mistério –, mas nunca se desviou. O segundo episódio apresentou uma história clichê sobre o passado da casa que parecia ser um tanto aleatória, mas até mesmo esse plot foi aprofundado nesta semana, costurando-o junto da trama principal.

Este quarto episódio tratou de fornecer ainda mais informações que o da semana passada, o que é ótimo para a construção da mitologia deste sexto ano. Soubemos bem mais sobre a Açougueira, e também sobre a entidade interpretada pela Lady Gaga. Não posso deixar de elogiar o excelente trabalho da Kathy Bates, que está sensacional nesta temporada. Acredito que a Açougueira seja sua melhor personagem da franquia até o momento, e ela consegue roubar todas as cenas em que aparece. Uma antagonista de peso, que ganha vida através de uma interpretação forte. Isso nos leva à Lady Gaga, que está interpretando o verdadeiro mal por trás de tudo isso. Ela tem desaparecido um pouco no background, o que é proposital, considerando que sua personagem era um dos maiores mistérios desses primeiros episódios. A atriz, no entanto, parece bem mais segura do que na sua estreia no ano passado, e tem feito um bom trabalho.

Essa semana, tivemos duas baixas importantes. Acontece que o personagem do Denis O’Hare ainda estava vivo, e ele foi o responsável por conectar as histórias passadas da casa maldita – o que me lembrou bastante o enredo de Rose Red – A Casa Adormecida, especialmente por causa do conceito “os que não são encontrados mortos, desaparecem”. Ele viveu o suficiente para jogar uma luz sobre o passado do lugar, e logo em seguida morreu brutalmente, o que considerei um desperdício do personagem. Mas eis que o Cricket retorna com a mesma função que o agora falecido Denis O’Hare, ou seja, ajudar o casal a sobreviver àqueles espíritos territoriais. E, infelizmente, Matt e Shelby viram sua segunda chance de saírem vivos morrer na sua frente.

É uma pena que o Cricket já tenha morrido. Ele apareceu apenas em dois episódios, mas mostrou uma enorme presença através da sua personalidade peculiar. Ele conseguiu roubar todas as cenas em que esteve esta semana, soltando algumas pérolas ridiculamente engraçadas. Eu ainda estava rindo da tirada dele sobre o Uber estar chegando quando ele soltou “gay for pay” para o motorista. Aquilo foi trash e hilário! E, de alguma forma, não quebrou o clima sério desse episódio. O roteiro conseguiu manter um ótimo equilíbrio, e sua participação foi uma excelente adição à temporada. A única questão é que, com as únicas duas pessoas que poderiam ajudar o casal principal mortas, o que irá acontecer daqui para frente? É por isso que o próximo episódio grita “confronto final”, o que provavelmente irá encerrar a narrativa do documentário e apresentar uma nova perspectiva na trama.

3ª episódio de ‘American Horror Story – Roanoke’ ganha prévia

Crítica | American Horror Story: Roanoke – 6×01 (Season Premiere) 

A única coisa que eu realmente não gostei na mitologia que foi apresentada essa semana foi o fato de que os espíritos só podem matar os vivos durante um curto período de seis dias durante todo o ano. Isso restringe drasticamente o perigo em potencial. Com esse conhecimento na manga, uma família poderia viver o ano tranquilamente na casa sem correr o risco de ser mutilada, e, durante o período mortal, passar uma semana na Disney sem maiores preocupações. Matt e Shelby tiveram o azar de se mudar para lá justamente neste período, e a recusa em sair de lá por causa da menina desaparecida fez sentido – ainda que a menina brincando de cabra-cega com os espíritos na floresta não faça.

Há algumas coisas que ainda faltam ser esclarecidas, especialmente envolvendo a personagem da Lady Gaga, a quem o Cricket diz se tratar de um deus antigo. Por que ela precisa tanto acasalar com o Matt? E, como não conseguiu concluir, seria ela responsável por impedir que a Açougueira os corte pedaço por pedaço? Espero mais informações na próxima semana, especialmente se for o fim desta narrativa que nós conhecemos. Antes de encerrar o texto, porém, gostaria de corrigir uma coisa. Na crítica anterior eu disse que a voz do entrevistador era do Evan Peters, mas acontece que ela é do Cheyenne Jackson. Ainda assim, continua fazendo sentido que seu personagem seja apresentado oficialmente quando a reviravolta acontecer. Por último, preciso destacar a excelente maquiagem/efeitos dos caçadores mortos, andando pela floresta com buracos de tiro enormes no rosto. Foi uma imagem bastante impactante e bem feita.

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