quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Amigos Para Sempre – Refilmagem de Intocáveis é aquém do original

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A principal crítica a Amigos Para Sempre (The Upside) recai sobre um questão: sua necessidade de produção. O filme original francês Intocáveis (Intouchables, 2011), além de recente, foi sucesso em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos, onde arrecadou $10,198,820, de acordo com Box Office Mojo. Amigos Para Sempre em si consegue divertir e comover, mas quando comparada ao seu precursor não consegue transmitir a mesma energia, naturalidade e empatia.

Omar Sy é mais versátil do que Kevin Hart (Jumanji: Bem-Vindo à Selva) e compôs um personagem mais encantador e surpreso pelo modo de vida milionário de Philippe (François Cluzet). Apesar de Kevin Hart conseguir criar um personagem mais sério e sem caricatura, o roteiro ainda tropeça com cenas prolongadas sobre troca de cateter e o uso de maconha para lidar melhor com as dores, tanto físicas quanto emocionais.



Por acaso do destino, Dell (Kevin Hart) ganha o emprego de cuidador de Phillip (Bryan Cranston), no entanto, ele apenas queria provar para a agente da condicional que estava em busca de um trabalho. Saído da prisão, Dell busca refazer a vida, cuidar do filho (Jahi Di’Allo Winston) e ter um melhor relacionamento com sua ex-mulher (Aja Naomi King), mas se esforça pouco ou quase nada até aparecer Phillip.

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De um lado, o tetraplégico milionário o ensina sobre negócios, enquanto Dell o mostra como aproveitar a vida no presente e o incentiva a buscar uma companheira. A sintonia entre os dois atores funciona, os momentos de descontração são realmente engraçados e Bryan Cranston mais uma vez prova a sua diversidade artística diante das câmeras, tanto para os tons mais dramáticos, quanto os mais hilários.

O bromance é bem construído, mas as outras partes perdem tonicidade, enquanto deveriam somar. Nicole Kidman (Big Little Lies) parece totalmente perdida no papel apático de governanta/ ex-funcionária de Phillip. Sua atuação parece distante de qualquer papel da atriz, sem esforço para representar o que o roteiro diz, alguém rígida ou pudica. O resultado é insosso. Outro desperdício são os poucos segundos em cena de Julianna Margulies (The Good Wife).

Como o resultado de uma readaptação desnecessária e menos cativante que a primeira, Amigos Para Sempre busca se conectar com o público de forma mais dramática do que humorada, dando a Dell uma família e menos carisma. Contudo, se o espectador não teve contato com o filme original, pode apreciá-lo puro e inserido totalmente na cultura norte-americana. Vale dizer que boas cenas de Intocáveis são deixadas de fora, como Dell jogando café nas pernas de Phillip e, principalmente, a dança do cuidador durante a festa de gala.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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A principal crítica a Amigos Para Sempre (The Upside) recai sobre um questão: sua necessidade de produção. O filme original francês Intocáveis (Intouchables, 2011), além de recente, foi sucesso em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos, onde arrecadou $10,198,820, de acordo com Box Office Mojo. Amigos Para Sempre em si consegue divertir e comover, mas quando comparada ao seu precursor não consegue transmitir a mesma energia, naturalidade e empatia.

Omar Sy é mais versátil do que Kevin Hart (Jumanji: Bem-Vindo à Selva) e compôs um personagem mais encantador e surpreso pelo modo de vida milionário de Philippe (François Cluzet). Apesar de Kevin Hart conseguir criar um personagem mais sério e sem caricatura, o roteiro ainda tropeça com cenas prolongadas sobre troca de cateter e o uso de maconha para lidar melhor com as dores, tanto físicas quanto emocionais.

Por acaso do destino, Dell (Kevin Hart) ganha o emprego de cuidador de Phillip (Bryan Cranston), no entanto, ele apenas queria provar para a agente da condicional que estava em busca de um trabalho. Saído da prisão, Dell busca refazer a vida, cuidar do filho (Jahi Di’Allo Winston) e ter um melhor relacionamento com sua ex-mulher (Aja Naomi King), mas se esforça pouco ou quase nada até aparecer Phillip.

De um lado, o tetraplégico milionário o ensina sobre negócios, enquanto Dell o mostra como aproveitar a vida no presente e o incentiva a buscar uma companheira. A sintonia entre os dois atores funciona, os momentos de descontração são realmente engraçados e Bryan Cranston mais uma vez prova a sua diversidade artística diante das câmeras, tanto para os tons mais dramáticos, quanto os mais hilários.

O bromance é bem construído, mas as outras partes perdem tonicidade, enquanto deveriam somar. Nicole Kidman (Big Little Lies) parece totalmente perdida no papel apático de governanta/ ex-funcionária de Phillip. Sua atuação parece distante de qualquer papel da atriz, sem esforço para representar o que o roteiro diz, alguém rígida ou pudica. O resultado é insosso. Outro desperdício são os poucos segundos em cena de Julianna Margulies (The Good Wife).

Como o resultado de uma readaptação desnecessária e menos cativante que a primeira, Amigos Para Sempre busca se conectar com o público de forma mais dramática do que humorada, dando a Dell uma família e menos carisma. Contudo, se o espectador não teve contato com o filme original, pode apreciá-lo puro e inserido totalmente na cultura norte-americana. Vale dizer que boas cenas de Intocáveis são deixadas de fora, como Dell jogando café nas pernas de Phillip e, principalmente, a dança do cuidador durante a festa de gala.

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Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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