quinta-feira, abril 25, 2024

Crítica | Amizade Dolorida – comédia com temática BDSM não é para qualquer um

Produções que giram em torno da comédia nem sempre são fáceis de fazer e atrair qualquer público, afinal, existem diferentes tipos deste gênero e cada uma se direciona para um gosto específico do telespectador. Quando o assunto é o humor incorreto, o roteiro esbarra em diferentes obstáculos para que consiga agradar um número determinado de pessoas, entretanto, quando alcança isto, se estabelece por um período extensivo de tempo.

Amizade Dolorida, nova série original de comédia da Netflix, escrita por Rightor Doyle (A História Verdadeira), que também assina a direção, é baseada na história real do roteirista. A trama mostra o jovem Pete (Brendan Scannell) que toma a decisão de se tornar assistente de Tiff (Zoe Levin), sua melhor amiga da época do Ensino Médio. Durante o dia, ela é uma estudante de pós-graduação em psicologia e à noite trabalha como dominatrix.

 

 

O roteiro possui uma abordagem cômica exagerada, que se constrói baseado em diálogos e/ou situações que chegam a deixar escorrer do canto da boca o humor incorreto. A forma escolhida para trilhar o caminho da dramaturgia é intrigante prendendo o público em seus sete episódios que contam com poucos minutos, entretanto, não é qualquer pessoa que se sentirá atraída pela produção.

Apesar das duras críticas recebidas pela comunidade BDSM, em termos de construção de história, Amizade Dolorida ganha facilmente os fãs do humor incorreto e consegue abordar de maneira coerente a trama que quer contar. O extremo das cenas envolvendo os momentos em que Tiff está como dominatrix e Pete como seu assistente são impagáveis e se encaixam perfeitamente com o outro lado da vida de ambos. É um quebra-cabeça que se molda satisfatoriamente.

No quesito personagens, é impossível não admitir que, mesmo com poucos capítulos e com pouco tempo de duração, a série de Doyle consegue mostrar a evolução de seus protagonistas a partir da reunião dos dois e da busca pela resolução de seus conflitos internos. Além disso, a química que cerca Tiff e Pete é evidente e torna críveis as situações vivenciadas por ambos. Separadamente eles também são intrigantes e despertam a simpatia de quem assiste.

Não deixe de assistir:

Um ponto importante para acrescentar é Doug (Micah Stock), colega de sala da protagonista, que consegue conquistar qualquer um logo nos primeiros episódios. Ao contrário deste, o Professor Charles (Kevin Kane) desperta o desprezo desde o primeiro segundo em que aparece em cena. E preparem-se para uma excelente participação de D’Arcy Carden como Daphne, nossa eterna Janet (de The Good Place), sempre mostrando que a comédia corre pelas suas veias.

Em termos de quesitos técnicos, a direção de Doyle está de acordo com o roteiro apresentado e trabalha bem os ângulos, especialmente nas cenas que envolvem o trabalho da dominatrix. A arte também realiza uma produção excelente e as cores diferenciadas na hora de representar os dois lados da vida de cada um (os protagonistas) são de um resultado ímpar. A trilha sonora não é marcante, entretanto, está coerente com o todo.

No geral, Amizade Dolorida é uma comédia de humor incorreto que não irá agradar a todos, mas aqueles que conseguir conquistar falarão da série por um bom tempo e ficarão na esperança de uma segunda temporada. Vale a pena a tentativa!

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