quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | Amor Artificial – A Inacreditável História de AMOR entre uma Mulher e um PRÉDIO!

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2022 definitivamente já começa a ser marcado como o ano em que a Netflix decidiu trazer para seus assinantes um conteúdo diferentão. Para além do tiro, porrada e bomba dos arrasta-quarteirão dos EUA, a gigante dos streamings tem trazido também produções não-hollywoodianas de diversos países, dentre os quais vamos destacar aqui o inacreditável (com todos os sentidos que essa palavra tem) longa tailandês ‘Amor Artificial’.

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Lana (Pimchanok Leuwisetpaiboon) é uma jovem mulher que trabalha como design de produto para uma grande corporação, mas está sofrendo de bloqueio criativo, pois quer muito engatar um relacionamento, mas anda se envolvendo com maus caráteres em encontros horríveis. Ela desabafa sua vida com Dob (Mario Maurer), a inteligência artificial que gerencia e é o cérebro do prédio automatizado no qual ela trabalha. Certo dia Lana é surpreendida por uma declaração estranha de Dob, que diz estar apaixonado por ela. Desconcertada, ela agradece, mas explica ser uma relação impossível, afinal, ela é uma humana e ele é uma IA. Porém Dob está convicto de seus sentimentos e fará de tudo para ficar com sua amada.

Tem hora que eu nem acredito na sinopse que estou escrevendo… mas então, resumidamente, ‘Amor Artificial’ é a inacreditável história de amor entre uma mulher e um prédio. É, é isso mesmo. Em uma hora e trinta e cinco de duração vemos o roteiro de Stephan Zlotescu buscar artifícios para fazer essa história acontecer, de modo que o primeiro arco do filme faz o espectador até rir da improbabilidade da situação e torcer para que de alguma forma os protagonistas consigam realizar suas vontades.

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O problema, talvez, seja a contraposição do enredo. Se por um lado a IA é tão fofinha e interessada em chamar a atenção da protagonista, por outro Lana, a partir do momento que toma conhecimento dos sentimentos do robô, reage de maneira fria; com seus pretendentes humanos – tudo bem que todos são meio babacas, mas há uma reviravolta – ela começa a agir de maneira grosseira, cortando um deles sem nem mesmo se dispor a ouvir quando ele a procura novamente. Desse jeito, entre humana e robô, o espectador começa a acreditar que a inteligência artificial é boa demais para aquela mulher humana – o que, num filme de romance, é problemático. A direção do próprio Stephan Zlotescu com David Asavanond poderia ter percebido o caminho que estava seguindo e ter tentado melhorar esse ponto crucial antes da versão final.

Como todo filme de ficção científica, em ‘Amor Artificial’ o que chama a atenção é mesmo os tais prédios automatizados e inteligentes, cujas personalidades se alinham com a de seus frequentadores, a ponto de saberem segredos deles. E o design de produção também, que transforma a estética dos prédios em robozinhos adoráveis, com bracinhos e sobrancelhas que lhes conferem sentimentos e personalidade.

Para aqueles que estão em busca de uma história doida de entretenimento, e misturada ainda por cima com uma pitada de romance estilo conto de fadas, pode mergulhar na incredulidade que é ‘Amor Artificial’ – uma história água com açúcar que eleva as histórias de amor para o plano do absurdo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Amor Artificial – A Inacreditável História de AMOR entre uma Mulher e um PRÉDIO!

2022 definitivamente já começa a ser marcado como o ano em que a Netflix decidiu trazer para seus assinantes um conteúdo diferentão. Para além do tiro, porrada e bomba dos arrasta-quarteirão dos EUA, a gigante dos streamings tem trazido também produções não-hollywoodianas de diversos países, dentre os quais vamos destacar aqui o inacreditável (com todos os sentidos que essa palavra tem) longa tailandês ‘Amor Artificial’.

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Lana (Pimchanok Leuwisetpaiboon) é uma jovem mulher que trabalha como design de produto para uma grande corporação, mas está sofrendo de bloqueio criativo, pois quer muito engatar um relacionamento, mas anda se envolvendo com maus caráteres em encontros horríveis. Ela desabafa sua vida com Dob (Mario Maurer), a inteligência artificial que gerencia e é o cérebro do prédio automatizado no qual ela trabalha. Certo dia Lana é surpreendida por uma declaração estranha de Dob, que diz estar apaixonado por ela. Desconcertada, ela agradece, mas explica ser uma relação impossível, afinal, ela é uma humana e ele é uma IA. Porém Dob está convicto de seus sentimentos e fará de tudo para ficar com sua amada.

Tem hora que eu nem acredito na sinopse que estou escrevendo… mas então, resumidamente, ‘Amor Artificial’ é a inacreditável história de amor entre uma mulher e um prédio. É, é isso mesmo. Em uma hora e trinta e cinco de duração vemos o roteiro de Stephan Zlotescu buscar artifícios para fazer essa história acontecer, de modo que o primeiro arco do filme faz o espectador até rir da improbabilidade da situação e torcer para que de alguma forma os protagonistas consigam realizar suas vontades.

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O problema, talvez, seja a contraposição do enredo. Se por um lado a IA é tão fofinha e interessada em chamar a atenção da protagonista, por outro Lana, a partir do momento que toma conhecimento dos sentimentos do robô, reage de maneira fria; com seus pretendentes humanos – tudo bem que todos são meio babacas, mas há uma reviravolta – ela começa a agir de maneira grosseira, cortando um deles sem nem mesmo se dispor a ouvir quando ele a procura novamente. Desse jeito, entre humana e robô, o espectador começa a acreditar que a inteligência artificial é boa demais para aquela mulher humana – o que, num filme de romance, é problemático. A direção do próprio Stephan Zlotescu com David Asavanond poderia ter percebido o caminho que estava seguindo e ter tentado melhorar esse ponto crucial antes da versão final.

Como todo filme de ficção científica, em ‘Amor Artificial’ o que chama a atenção é mesmo os tais prédios automatizados e inteligentes, cujas personalidades se alinham com a de seus frequentadores, a ponto de saberem segredos deles. E o design de produção também, que transforma a estética dos prédios em robozinhos adoráveis, com bracinhos e sobrancelhas que lhes conferem sentimentos e personalidade.

Para aqueles que estão em busca de uma história doida de entretenimento, e misturada ainda por cima com uma pitada de romance estilo conto de fadas, pode mergulhar na incredulidade que é ‘Amor Artificial’ – uma história água com açúcar que eleva as histórias de amor para o plano do absurdo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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