domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Amor em Jogo – Gal Gadot em comédia LGTBQ+

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Mirit (Gal Gadot, estonteante como sempre) é a linda namorada de um mafioso bem malvadão, Sr.Bukovza (o engraçado Eli Finish). Porém, um dia Mirit conhece o famoso jogador de futebol Ami Shoshan (Oshri Cohen, o galã simpático) na porta de uma boate, só que o Sr. Bukovza, enciumado, pega Ami no soco e ameaça cortar as bolas dele fora (palavras da própria tradução do longa). Desesperado, Ami suplica por uma alternativa mais educativa, ao que o Sr. Bukovza declara que Shoshan, então, deve pedir uma coletiva de imprensa e anunciar para todos que ele é gay. Sim, essa é a punição: abrir mão de sua frágil masculinidade.



Lançado mundialmente em 2014, ‘Amor em Jogo’ chega com cinco anos de atraso aos cinemas brasileiros, e isso traz uma série de problemas incontornáveis. A principal delas é que nesses cinco anos muita coisa mudou, especialmente a forma como as temáticas do universo LGBTQ+ devem ser retratadas (com mais empatia, sem preconceitos, etc). Por isso, ver esse universo ser mostrado de uma maneira tão caricata, tão estereotipada, tão clichê gera bastante incômodo.

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Por outro lado, tem-se a impressão de que o longa pretendia transformar essa abordagem em algo positivo, colocando um sujeito hétero na posição de ícone da luta pelos direitos iguais de uma comunidade extremamente marginalizada na cidade-referência de três das mais populares religiões do mundo. Ou seja, ao misturar futebol, religião e homossexualidade, ‘Amor em Jogo’ pareceu ter uma intenção de mostrar que esses três universos, tão separados entre si, poderiam se aproximar caso todo mundo se mostrasse aberto a aceitar o outro como é. Novamente, essa pareciiiia a intenção, mas ficou só na superfície mesmo, sem se aprofundar em nenhuma das oportunidades que apresentou.

Além disso, em diversos momentos o longa retrata gays, trans, travestis e lésbicas de uma maneira bastante estereotipada, fazendo piada mesmo, enquadrando. Algumas funcionam, porém, como já foi mencionado aqui, o mundo mudou, e fazer piada com a identidade sexual do outro é algo que já não tem mais espaço na sociedade moderna.

Mas vocês querem saber da Gal Gadot né? Ela aparece no filme inteiro, mas basicamente sua função é ser uma linda modelo com poucas falas, cuja função é ser bonita em cena e fazer a câmera passear por seu corpo em duas tomadas bem evidentes. A personagem Mirit não tem qualquer profundidade, mas, para um filme de início de carreira, até que Gadot se sai bem.

Amor em Jogo’ é uma comédia engraçadinha, porém, bastante problemática. Chega a ser difícil pensar qual seria o público-alvo ou a faixa etária dela. Entretanto, é um longa leve, que beira o besteirol em alguns momentos, e é todo falado em hebraico (inclusive a querida Mulher-Maravilha fala ídiche o tempo todo!), e isso é uma das coisas mais bacanas que este filme pode trazer, afinal, quando foi a última vez que você viu um filme israelense entrando em cartaz em circuito comercial?

Se a curiosidade bater, vá ver ‘Amor em Jogo’.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Mirit (Gal Gadot, estonteante como sempre) é a linda namorada de um mafioso bem malvadão, Sr.Bukovza (o engraçado Eli Finish). Porém, um dia Mirit conhece o famoso jogador de futebol Ami Shoshan (Oshri Cohen, o galã simpático) na porta de uma boate, só que o Sr. Bukovza, enciumado, pega Ami no soco e ameaça cortar as bolas dele fora (palavras da própria tradução do longa). Desesperado, Ami suplica por uma alternativa mais educativa, ao que o Sr. Bukovza declara que Shoshan, então, deve pedir uma coletiva de imprensa e anunciar para todos que ele é gay. Sim, essa é a punição: abrir mão de sua frágil masculinidade.

Lançado mundialmente em 2014, ‘Amor em Jogo’ chega com cinco anos de atraso aos cinemas brasileiros, e isso traz uma série de problemas incontornáveis. A principal delas é que nesses cinco anos muita coisa mudou, especialmente a forma como as temáticas do universo LGBTQ+ devem ser retratadas (com mais empatia, sem preconceitos, etc). Por isso, ver esse universo ser mostrado de uma maneira tão caricata, tão estereotipada, tão clichê gera bastante incômodo.

Por outro lado, tem-se a impressão de que o longa pretendia transformar essa abordagem em algo positivo, colocando um sujeito hétero na posição de ícone da luta pelos direitos iguais de uma comunidade extremamente marginalizada na cidade-referência de três das mais populares religiões do mundo. Ou seja, ao misturar futebol, religião e homossexualidade, ‘Amor em Jogo’ pareceu ter uma intenção de mostrar que esses três universos, tão separados entre si, poderiam se aproximar caso todo mundo se mostrasse aberto a aceitar o outro como é. Novamente, essa pareciiiia a intenção, mas ficou só na superfície mesmo, sem se aprofundar em nenhuma das oportunidades que apresentou.

Além disso, em diversos momentos o longa retrata gays, trans, travestis e lésbicas de uma maneira bastante estereotipada, fazendo piada mesmo, enquadrando. Algumas funcionam, porém, como já foi mencionado aqui, o mundo mudou, e fazer piada com a identidade sexual do outro é algo que já não tem mais espaço na sociedade moderna.

Mas vocês querem saber da Gal Gadot né? Ela aparece no filme inteiro, mas basicamente sua função é ser uma linda modelo com poucas falas, cuja função é ser bonita em cena e fazer a câmera passear por seu corpo em duas tomadas bem evidentes. A personagem Mirit não tem qualquer profundidade, mas, para um filme de início de carreira, até que Gadot se sai bem.

Amor em Jogo’ é uma comédia engraçadinha, porém, bastante problemática. Chega a ser difícil pensar qual seria o público-alvo ou a faixa etária dela. Entretanto, é um longa leve, que beira o besteirol em alguns momentos, e é todo falado em hebraico (inclusive a querida Mulher-Maravilha fala ídiche o tempo todo!), e isso é uma das coisas mais bacanas que este filme pode trazer, afinal, quando foi a última vez que você viu um filme israelense entrando em cartaz em circuito comercial?

Se a curiosidade bater, vá ver ‘Amor em Jogo’.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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