Crítica | Amor em Jogo – Gal Gadot em comédia LGTBQ+

Mirit (Gal Gadot, estonteante como sempre) é a linda namorada de um mafioso bem malvadão, Sr.Bukovza (o engraçado Eli Finish). Porém, um dia Mirit conhece o famoso jogador de futebol Ami Shoshan (Oshri Cohen, o galã simpático) na porta de uma boate, só que o Sr. Bukovza, enciumado, pega Ami no soco e ameaça cortar as bolas dele fora (palavras da própria tradução do longa). Desesperado, Ami suplica por uma alternativa mais educativa, ao que o Sr. Bukovza declara que Shoshan, então, deve pedir uma coletiva de imprensa e anunciar para todos que ele é gay. Sim, essa é a punição: abrir mão de sua frágil masculinidade.

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Lançado mundialmente em 2014, ‘Amor em Jogo’ chega com cinco anos de atraso aos cinemas brasileiros, e isso traz uma série de problemas incontornáveis. A principal delas é que nesses cinco anos muita coisa mudou, especialmente a forma como as temáticas do universo LGBTQ+ devem ser retratadas (com mais empatia, sem preconceitos, etc). Por isso, ver esse universo ser mostrado de uma maneira tão caricata, tão estereotipada, tão clichê gera bastante incômodo.

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Por outro lado, tem-se a impressão de que o longa pretendia transformar essa abordagem em algo positivo, colocando um sujeito hétero na posição de ícone da luta pelos direitos iguais de uma comunidade extremamente marginalizada na cidade-referência de três das mais populares religiões do mundo. Ou seja, ao misturar futebol, religião e homossexualidade, ‘Amor em Jogo’ pareceu ter uma intenção de mostrar que esses três universos, tão separados entre si, poderiam se aproximar caso todo mundo se mostrasse aberto a aceitar o outro como é. Novamente, essa pareciiiia a intenção, mas ficou só na superfície mesmo, sem se aprofundar em nenhuma das oportunidades que apresentou.

Além disso, em diversos momentos o longa retrata gays, trans, travestis e lésbicas de uma maneira bastante estereotipada, fazendo piada mesmo, enquadrando. Algumas funcionam, porém, como já foi mencionado aqui, o mundo mudou, e fazer piada com a identidade sexual do outro é algo que já não tem mais espaço na sociedade moderna.

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Mas vocês querem saber da Gal Gadot né? Ela aparece no filme inteiro, mas basicamente sua função é ser uma linda modelo com poucas falas, cuja função é ser bonita em cena e fazer a câmera passear por seu corpo em duas tomadas bem evidentes. A personagem Mirit não tem qualquer profundidade, mas, para um filme de início de carreira, até que Gadot se sai bem.

Amor em Jogo’ é uma comédia engraçadinha, porém, bastante problemática. Chega a ser difícil pensar qual seria o público-alvo ou a faixa etária dela. Entretanto, é um longa leve, que beira o besteirol em alguns momentos, e é todo falado em hebraico (inclusive a querida Mulher-Maravilha fala ídiche o tempo todo!), e isso é uma das coisas mais bacanas que este filme pode trazer, afinal, quando foi a última vez que você viu um filme israelense entrando em cartaz em circuito comercial?

Não deixe de assistir:

Se a curiosidade bater, vá ver ‘Amor em Jogo’.

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