Confesso que não conhecia Ana e Vitória antes de assistir a esse filme. Já tinha ouvido suas músicas, mas nunca liguei o “nome às pessoas”. Fui pego de surpresa positivamente com um longa-metragem que traça um olhar moderno sobre a juventude dos dias de hoje, adolescentes que não se preocupam tanto com coisas que as outras gerações se importavam, como orientação sexual e a necessidade de encontrar um emprego de carteira-assinada.
O filme é inspirado na história real das duas garotas, Ana e Vitória, que saíram de uma cidadezinha no Tocantins para tentarem a sorte no Rio de Janeiro. Elas se conhecem em uma festa, e decidem gravar uma música juntas e colocar na internet. Quando o vídeo viraliza, a dupla precisa lidar com os relacionamentos pessoais, a fama, a pressão e outros assuntos que são retratados sempre de maneira leve e divertida.
Sempre tratando de maneira natural e sem colocar como um tabu, a produção mostra as aventuras das duas garotas que beijam garotos e garotos, se apaixonam, sofrem, não querem se apegar… mas sempre tem uma a outra para contar quando bate a tristeza.
Eu fiquei encantado com a química das cantoras Ana Caetano e Vitória Falcão em tela (confesso que achava que eram duas atrizes interpretando-as), atuando com uma naturalidade nata (ok, interpretando elas mesmas) e criando personagens carismáticas e divertidas que me fizeram querer saber mais sobre elas.
Com direção e roteiro de Matheus Souza (‘Tamo Junto’), o filme é ágil ao contar a história da ascensão da dupla e nunca fica maçante ou piegas, e as canções de autoria delas criam uma deliciosa trilha sonora.
‘Ana e Vitória’ é uma deliciosa “farofinha” sobre a juventude contemporânea, mostrando os medos e anseios sem nunca levantar bandeiras ou criar tabus, é como se fosse um ‘Confissões de Adolescente’ dos dias de hoje. Se você não tiver uma mente aberta para saber na real o que os jovens fazem hoje em dia, passe longe.