sábado , 2 novembro , 2024

Crítica | Antes do Adeus – Chris Evans estreia na direção em filme inédito nos cinemas

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Mais conhecido pelo papel do Capitão América nos filmes da Marvel, o ator Chris Evans se arrisca pela primeira vez na direção de um longa-metragem. O resultado é o drama romântico Antes do Adeus, que chega ao Brasil sem antes passar pelas salas de cinema, diretamente para os canais da rede HBO – onde pudemos conferir a obra.

Exibido originalmente em setembro de 2014, quando fez parte da programação do Festival de Toronto, o filme seguiu para o lançamento online e exibições restritas (inclusive nos EUA) ao longo de 2015.

Curiosamente, antes de cair nas mãos de Evans, Before We Go (título original da produção) era conhecido como ‘1:30 Train’ – que faz sentido na trama -, e tinha o diretor Joel Schumacher e a estrela italiana Monica Bellucci vinculados ao projeto em desenvolvimento lá atrás em 2008. Quase dez anos depois e Evans debuta na cadeira de diretor, protagonizando e produzindo o longa igualmente, ao lado do cineasta McG. E a estreia do ator na função se mostra eficiente.

Evans estrela como Nick, um trompetista se apresentando na estação central de Nova York a fim de treinar para uma oportunidade de emprego: o teste para uma banda de jazz que é fã. É no local que ele conhece Brooke, papel da britânica Alice Eve, atrasada para embarcar num trem, ela deixa cair o celular e termina por perder a última viagem. Nick oferece ajuda para a jovem mulher e os dois passarão a madrugada tentando tirá-la da cidade, de volta para casa.

A premissa de Antes do Adeus lembra muito a fórmula arquitetada por Richard Linklater em Antes do Amanhecer (1995), onde um casal de desconhecidos se encontra e passa um dia (neste caso uma madrugada) junto, conversando e passando a se descobrir. A diferença é a idade do casal, a dupla deste filme está mais próxima do segundo encontro de Jesse e Céline, na continuação de 2004, na qual estão mais velhos (na casa dos 30) e cínicos. Pode não parecer, mas esta maturidade amargurada ajuda a mudar o clima da dinâmica.

Aqui, cada um conta com sua própria bagagem traumática, com relação à vida pessoal, sem muito espaço para uma conexão romântica. Brooke pensa em largar o marido, pois acredita que flagrou uma traição virtual através dos e-mails do sujeito. E Nick deixou escapar o amor de sua vida por ter sido precipitado, chance esta que talvez não volte. Ele está na cidade também para a festa de casamento de amigos em comum, onde provavelmente encontrará a ex-companheira depois de anos.

Além das conexões de dois personagens, filmes como a trilogia do AntesAntes do Amanhecer (1995), Antes do Pôr-do-Sol (2004), Antes da Meia Noite (2013) – e Apenas uma Vez (2006), por exemplo, são reflexos de seus cenários, de suas locações e seus ambientes. Sentimo-nos inebriados pela química dos casais, mas também pelos lugares por onde passeiam, que contribui bastante com as experiências sentidas. É o contexto de onde pertencem ou no qual estão inseridos. Sendo assim, a Nova York de Antes do Adeus ganha vida e se torna um dos personagens, tão importante para o desenrolar da história quanto os protagonistas.

Evans apresenta através de detalhes um pouquinho de cada canto da cidade, e a conhecemos enquanto acompanhamos o casal tentando recuperar uma bolsa perdida, juntar dinheiro para uma passagem e quebrando a cabeça para arrumar transporte na Big Apple tarde da noite. Ao mesmo tempo em que criam um envolvimento líquido, porém, muito profundo, de apenas uma noite. O cineasta de primeira viagem acerta mais do que erra, mostrando possuir a sutiliza poética que a história necessitava.

Fora isso, o ator chegou a aprender as posições dos dedos no instrumento que toca para dar maior realismo às cenas. Em relação à colega de cena, o diretor disse durante uma entrevista que o motivo da escolha de Eve foi porque a atriz é britânica e ele achou que seu sotaque ajudaria na composição. Curiosamente, Eve preferiu interpretar a personagem com sotaque americano.

Antes do Adeus demonstra um primeiro filme competente atrás das câmeras, de um jovem ator que tem bastante bagagem das experiências que assimilou ao assistir o trabalho de grandes artistas com quem já contribuiu. Apesar de ter enfatizado o quão difícil foi sua estreia, Chris Evans facilmente entraria no hall dos atores-diretores de Hollywood caso deseje seguir nesta jornada dupla.

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Exibido originalmente em setembro de 2014, quando fez parte da programação do Festival de Toronto, o filme seguiu para o lançamento online e exibições restritas (inclusive nos EUA) ao longo de 2015.

Curiosamente, antes de cair nas mãos de Evans, Before We Go (título original da produção) era conhecido como ‘1:30 Train’ – que faz sentido na trama -, e tinha o diretor Joel Schumacher e a estrela italiana Monica Bellucci vinculados ao projeto em desenvolvimento lá atrás em 2008. Quase dez anos depois e Evans debuta na cadeira de diretor, protagonizando e produzindo o longa igualmente, ao lado do cineasta McG. E a estreia do ator na função se mostra eficiente.

Evans estrela como Nick, um trompetista se apresentando na estação central de Nova York a fim de treinar para uma oportunidade de emprego: o teste para uma banda de jazz que é fã. É no local que ele conhece Brooke, papel da britânica Alice Eve, atrasada para embarcar num trem, ela deixa cair o celular e termina por perder a última viagem. Nick oferece ajuda para a jovem mulher e os dois passarão a madrugada tentando tirá-la da cidade, de volta para casa.

A premissa de Antes do Adeus lembra muito a fórmula arquitetada por Richard Linklater em Antes do Amanhecer (1995), onde um casal de desconhecidos se encontra e passa um dia (neste caso uma madrugada) junto, conversando e passando a se descobrir. A diferença é a idade do casal, a dupla deste filme está mais próxima do segundo encontro de Jesse e Céline, na continuação de 2004, na qual estão mais velhos (na casa dos 30) e cínicos. Pode não parecer, mas esta maturidade amargurada ajuda a mudar o clima da dinâmica.

Aqui, cada um conta com sua própria bagagem traumática, com relação à vida pessoal, sem muito espaço para uma conexão romântica. Brooke pensa em largar o marido, pois acredita que flagrou uma traição virtual através dos e-mails do sujeito. E Nick deixou escapar o amor de sua vida por ter sido precipitado, chance esta que talvez não volte. Ele está na cidade também para a festa de casamento de amigos em comum, onde provavelmente encontrará a ex-companheira depois de anos.

Além das conexões de dois personagens, filmes como a trilogia do AntesAntes do Amanhecer (1995), Antes do Pôr-do-Sol (2004), Antes da Meia Noite (2013) – e Apenas uma Vez (2006), por exemplo, são reflexos de seus cenários, de suas locações e seus ambientes. Sentimo-nos inebriados pela química dos casais, mas também pelos lugares por onde passeiam, que contribui bastante com as experiências sentidas. É o contexto de onde pertencem ou no qual estão inseridos. Sendo assim, a Nova York de Antes do Adeus ganha vida e se torna um dos personagens, tão importante para o desenrolar da história quanto os protagonistas.

Evans apresenta através de detalhes um pouquinho de cada canto da cidade, e a conhecemos enquanto acompanhamos o casal tentando recuperar uma bolsa perdida, juntar dinheiro para uma passagem e quebrando a cabeça para arrumar transporte na Big Apple tarde da noite. Ao mesmo tempo em que criam um envolvimento líquido, porém, muito profundo, de apenas uma noite. O cineasta de primeira viagem acerta mais do que erra, mostrando possuir a sutiliza poética que a história necessitava.

Fora isso, o ator chegou a aprender as posições dos dedos no instrumento que toca para dar maior realismo às cenas. Em relação à colega de cena, o diretor disse durante uma entrevista que o motivo da escolha de Eve foi porque a atriz é britânica e ele achou que seu sotaque ajudaria na composição. Curiosamente, Eve preferiu interpretar a personagem com sotaque americano.

Antes do Adeus demonstra um primeiro filme competente atrás das câmeras, de um jovem ator que tem bastante bagagem das experiências que assimilou ao assistir o trabalho de grandes artistas com quem já contribuiu. Apesar de ter enfatizado o quão difícil foi sua estreia, Chris Evans facilmente entraria no hall dos atores-diretores de Hollywood caso deseje seguir nesta jornada dupla.

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