domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Antonia – Uma Sinfonia – A Emocionante História da Primeira Regente da Filarmônica de Nova York

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É impressionante como, em pleno 2021, a gente ainda está vendo filmes que contem, pela primeira vez, a história de alguma mulher no mundo que conseguiu ser a primeira numa determinada carreira. Isso apenas reflete o quanto não só essas histórias de exemplo permanecem desconhecidas ao grande público, mesmo nos dias de hoje, como também – e principalmente – essas histórias ficaram escondidas, esquecidas propositalmente, para que não fossem conhecidas. Uma pena. Mas, para nossa sorte, chega às plataformas de streaming essa semana o filme ‘Antonia – Uma Sinfonia’, uma dessas joias que precisam ser apreciadas pelos cinéfilos.



No longa, de duas horas e vinte minutos de duração, conhecemos Willy (Christianne de Bruijin) – que mais tarde adotaria seu nome de origem, Antonia Brico –, uma jovem pobre holandesa, migrante nos Estados Unidos na década de 1920, que tem um sonho dito impossível: se tornar uma regente. Tendo aprendido a tocar piano ainda muito pequena, Antonia quer conduzir uma orquestra inteira, porém, em um mundo literalmente regido por homens, ela encontrará diversos empecilhos na sua jornada para se tornar quem nasceu para ser. No caminho, ela conhece o belo e rico Frank Thomsen (Benjamin Wainwright), por quem seu amor pela música chega a ficar abalado, e o querido Robin Jones (Scott Turner Schofield), que se torna seu grande amigo.

O roteiro e a direção do longa ficaram a cargo de Maria Peters, o que fez toda a diferença no resultado final de ‘Antonia – Uma Sinfonia’. Podemos comparar o trabalho da diretora ao da própria biografada – uma regente de sinfonia – que, além de estudar a obra (o roteiro), precisa encontrar o tom certo para conduzir todas as frentes que compõem a feitura de um longa-metragem – figurino, direção de arte, fotografia, trilha sonora, elenco, etc – e, assim como Antonia, Maria Peters tem pulso firme e construiu um filme à altura da biografada, dosando bem a ambição dessa musicista cujo sonho era ousado demais para a época em que viveu com a evolução da história dos Estados Unidos e da Europa – locais por onde transitou e trabalhou.

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A produção afinada do longa pensou em todos os detalhes para reconstruir as décadas de 1920 e 1930 com requinte, contrastando a vida da protagonista com a sociedade que a circundava e o declínio gradativo dessa mesma sociedade estadunidense entrando na Grande Depressão. O único deslize em ‘Antonia – Uma Sinfonia’ é a construção da história amorosa entre a protagonista e Frank, que foi bem dosada no início mas que, no seu auge, foi acelerada, o que gera um pouco de frustração no espectador.

Antonia – Uma Sinfonia’ é desses filmes com ares de Oscar, com uma história real intensa, que ilustra a incrível capacidade das mulheres de terem que aturar todo tipo de tolhimento para alcançar seus sonhos. É uma história que merece ser contada e precisa ser visto pelo grande público.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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É impressionante como, em pleno 2021, a gente ainda está vendo filmes que contem, pela primeira vez, a história de alguma mulher no mundo que conseguiu ser a primeira numa determinada carreira. Isso apenas reflete o quanto não só essas histórias de exemplo permanecem desconhecidas ao grande público, mesmo nos dias de hoje, como também – e principalmente – essas histórias ficaram escondidas, esquecidas propositalmente, para que não fossem conhecidas. Uma pena. Mas, para nossa sorte, chega às plataformas de streaming essa semana o filme ‘Antonia – Uma Sinfonia’, uma dessas joias que precisam ser apreciadas pelos cinéfilos.

No longa, de duas horas e vinte minutos de duração, conhecemos Willy (Christianne de Bruijin) – que mais tarde adotaria seu nome de origem, Antonia Brico –, uma jovem pobre holandesa, migrante nos Estados Unidos na década de 1920, que tem um sonho dito impossível: se tornar uma regente. Tendo aprendido a tocar piano ainda muito pequena, Antonia quer conduzir uma orquestra inteira, porém, em um mundo literalmente regido por homens, ela encontrará diversos empecilhos na sua jornada para se tornar quem nasceu para ser. No caminho, ela conhece o belo e rico Frank Thomsen (Benjamin Wainwright), por quem seu amor pela música chega a ficar abalado, e o querido Robin Jones (Scott Turner Schofield), que se torna seu grande amigo.

O roteiro e a direção do longa ficaram a cargo de Maria Peters, o que fez toda a diferença no resultado final de ‘Antonia – Uma Sinfonia’. Podemos comparar o trabalho da diretora ao da própria biografada – uma regente de sinfonia – que, além de estudar a obra (o roteiro), precisa encontrar o tom certo para conduzir todas as frentes que compõem a feitura de um longa-metragem – figurino, direção de arte, fotografia, trilha sonora, elenco, etc – e, assim como Antonia, Maria Peters tem pulso firme e construiu um filme à altura da biografada, dosando bem a ambição dessa musicista cujo sonho era ousado demais para a época em que viveu com a evolução da história dos Estados Unidos e da Europa – locais por onde transitou e trabalhou.

A produção afinada do longa pensou em todos os detalhes para reconstruir as décadas de 1920 e 1930 com requinte, contrastando a vida da protagonista com a sociedade que a circundava e o declínio gradativo dessa mesma sociedade estadunidense entrando na Grande Depressão. O único deslize em ‘Antonia – Uma Sinfonia’ é a construção da história amorosa entre a protagonista e Frank, que foi bem dosada no início mas que, no seu auge, foi acelerada, o que gera um pouco de frustração no espectador.

Antonia – Uma Sinfonia’ é desses filmes com ares de Oscar, com uma história real intensa, que ilustra a incrível capacidade das mulheres de terem que aturar todo tipo de tolhimento para alcançar seus sonhos. É uma história que merece ser contada e precisa ser visto pelo grande público.

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